Análise: Corinthians não consegue bater de frente com o Flamengo, e realidade se mostra complicada

Por Marina Bufon

O jogo entre Corinthians e Flamengo, na noite da terça-feira, colocou frente a frente duas equipes muito diferentes. Não se pode desdenhar do elenco alvinegro, mas a qualidade rubro-negra não é algo que se dê para deixar de lado em uma decisão como essa.

O primeiro duelo das quartas de final da Libertadores, disputado em Itaquera, terminou 2 a 0 para os cariocas , que poderão perder por até um gol de diferença que, ainda assim, garantem sua vaga nas semifinais da competição.

No último final de semana, jogadores como Cássio e Balbuena haviam dito que a partida seria decidida no detalhe. Vítor Pereira, após o revés, falou o mesmo.

De fato, em dois erros de saída de bola os gols aconteceram - primeiro de Cantillo e depois de Fausto Vera e Balbuena (o paraguaio, porém, escorregou). Ainda assim, ficou claro que o adversário está além, principalmente no coletivo.

Porém, isso todo mundo já sabia antes mesmo de a bola rolar. Se não jogou bonito nos primeiros 30 minutos, o Alvinegro, ao meu ver, jogou de forma eficiente.

Os corredores do campo foram bem explorados, tanto que Gustavo Silva protagonizou dois lances de perigo, o primeiro deles ainda no início do jogo, justamente quando o Fla errou na saída de bola. Um detalhe. Santos defendeu nas duas oportunidades.

Adson e Mosquito também atuavam defensivamente, fechando os espaços, assim como Yuri Alberto, buscando a bola no campo de defesa e ajudando nessas interceptações. Isso funcionou até certo momento.


O Flamengo conseguiu desde o início ficar mais com a bola e se organizar, tentando se infiltrar no campo adversário, com paciência. Primeiro, conseguiu em lance de Arrascaeta para Pedro, quando o impedimento acabou marcado. Depois, foi em chute de fora da área do uruguaio e, por fim, em um golaço.

Apesar de a bola ter tocado no braço de João Gomes, o gol foi validado. Isso porque, segundo a regra, o toque de mão involuntário funcionando como assistência para que outro jogador marque é legal - mesmo que isso não faça o menor sentido.

No segundo tempo, com alterações pontuais, não houve tempo para qualquer melhora, visto que Gabriel Barbosa ampliou a vantagem. Depois desse gol, aí sim o Corinthians baqueou totalmente.

Perdido, cedendo espaços, pouco agressivo e sem objetivo. Róger Guedes foi quem mais se destacou, na tentativa de trazer algum alento ao torcedor, que, cabe destacar, não parou de cantar um minuto sequer.

Porém, nada funcionou e poderia ter sido ainda pior, não fossem as defesas de Cássio ou chances desperdiçadas pelo próprio Flamengo. A missão, agora, é bem complicada, não só de reverter dois marcadores (Libertadores e Copa do Brasil), mas não deixar que isso respingue também em outra competição... Diferente, de pontos corridos.

Disse em algum momento do passado recente que mesmo se o Corinthians não ganhasse nada neste ano de 2022 o trabalho ainda precisaria ser reconhecido, porque é um bom trabalho. Sigo com a mesma opinião.

Mas justamente pelo bom trabalho, sofrer dois resultados seguidos assim é dolorido demais. Nada está perdido, é claro, o futebol é dinâmico e há muita coisa em jogo, mas os pés no chão mostram que a realidade é bem complicada.



Fonte: Gazeta Esportiva