Votação no Flamengo a três dias de final escracha oposição de Bap a Landim e é prévia de eleição

A três dias de iniciar a disputa da final da Copa do Brasil, o Flamengo vive hoje uma noite de tensão política que antecipa um pouco o clima para a eleição do ano que vem. De um lado, o presidente Rodolfo Landim, que tenta fazer o seu sucessor em 2024. Do outro, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, atual presidente do Conselho de Administração, que rompeu com a atual gestão para poder se candidatar à presidente. A disputa ainda velada tem como termômetro a votação de duas emendas estatutárias por parte do Conselho Deliberativo.

Ao longo dos últimos dias, há grande mobilização de conselheiros no debate sobre a principal das emendas, que prevê a substituição do mandato para presidente de três anos, com direito à reeleição, para um mandato único de quatro anos, a partir de 2025. A polêmica se dá em razão de uma possível movimentação dos grupos da situação, posterior à eventual aprovação da mudança, para que ela favoreça a permanência de Landim até 2025, com a possibilidade de fazer o seu sucessor, que hoje seria o vice-geral, Rodrigo Dunshee.

Bap é contra tal possibilidade, pois não seria esse sucessor, e articula junto a apoiadores a barração da extensão de mandato para quatro anos. O presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Alcides, será figura importante, pois é mais alinhado a Bap que a Landim. O tema foi colocado em pauta há dois meses, durante a crise que culminou com a eliminação na Libertadores. A votação acabou marcada para outro momento agudo, antes das finais da Copa do Brasil.

A proposta foi feita pelo conselheiro Alexandre José Santos De Almeida, considerado um ilustro desconhecido na Gávea, mas visto por membros de oposição como alguém alinhado aos apoiadores de Landim e usado como “laranja”. O mandatário, sempre que questionado, não descartou a possibilidade de ficar mais um ano, pois internamente se sabe da intenção de ampliar o debate sobre a SAF no Flamengo e iniciar a construção de um estádio próprio.

Há outra emenda em debate que pode vedar a participação de candidatos a presidente que ocupem cargos políticos. Ela foi proposta pelos conselheiros José Luiz Correa dos Santos Filho e Reinaldo Coniglio Rayol Júnior, e é vista como um mecanismo para embarreirar, por exemplo, a possibilidade de retorno de Eduardo Bandeira de Mello, hoje deputado federal, ao poder. Bandeira, porém, já deixou claro que não quer ser presidente do clube novamente. A emenda não impactaria na situação do vice de futebol Marcos Braz, que ocupa o cargo de vereador. Mas, pressionado, Braz é visto como uma figura com poder de influência na eleição, inimigo declarado de Bap, e um opositor que ninguém quer.

Fonte: Extra