O ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça, negou habeas corpus da defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo , denunciado por supostamente ter forçado um cartão amarelo e beneficiado apostadores em um jogo do Campeonato Brasileiro de 2023. A decisão foi publicada na segunda-feira.
A defesa de Bruno Henrique argumentou que a Justiça do Distrito Federal, onde ele está sendo processado criminalmente, não seria competente para jugar o caso, que deveria ter sido levado à Justiça Federal. Por isso, todos os atos praticados até agora deveriam ser anulados.
Ao negar o pedido, Paciornik afirmou que o habeas corpus não é o recurso adequado para a discussão.
Bruno Henrique foi denunciado em junho pelo Ministério Público do DF, assim como o irmão dele, Wander Nunes Pinto e mais sete pessoas.
Bruno Henrique em aquecimento antes de jogo do Flamengo — Foto: Marcos Ribolli
O atacante teria informado a Wander que tomaria um cartão amarelo em jogo contra o Santos, disputado em Brasília, em novembro de 2023 – o jogador estava pendurado com dois cartões amarelos.
Apostas feitas por Wander, a esposa dele, uma prima e amigos chamaram a atenção das empresas de bets, que estranharam o volume de dinheiro no cartão amarelo de Bruno Henrique.
Uma investigação da Polícia Federal foi iniciada em agosto do ano passado. Em novembro, o jogador e outros suspeitos foram alvo de uma operação de busca e apreensão.
Investigadores extraíram conversas do celular de Wander que embasaram o indiciamento dos suspeitos em abril.
Bruno Henrique nega, desde o início, que tenha manipulado o cartão amarelo para beneficiar os apostadores.
Um dos suspeitos, porém, fez um acordo com o Ministério Público em que admitiu saber que o jogador seria advertido com antecedência. Em troca, Douglas Ribeiro Pina Barcelos terá que realizar serviços comunitários e pagar uma multa de R$ 2.322,13.