O sucesso de Bruno Henrique nesta temporada pelo Flamengo tem deixado feliz não só a torcida rubro-negra. Uma família no interior de Minas Gerais tem uma recordação carinhosa quando vê o atacante recém-convocado para a Seleção fazer bons jogos. São os parentes de Zecão, ex-treinador de Bruno Henrique no Uberlândia, onde o atacante chegou aos 21 anos e ainda não estava na vitrine dos grandes clubes. Foi sob comando dele que Bruno ganhou mais oportunidades no futebol profissional e apresentou características do que viria a se tornar.
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Ídolo do clube mineiro, o falecido zagueiro Zecão assumiu o time de forma interina na reta final do Módulo 2, divisão de acesso do Campeonato Mineiro, em 2014. Foi quando Bruno Henrique passou a ser mais utilizado e virou um dos destaques da equipe na campanha. À época, Zecão elogiou o jogador e projetou o futuro de sucesso do promissor atacante.
– Acredito muito no Bruno, tem um potencial enorme e a qualidade que poucos atletas têm. Ele é promissor, tem condições de atuar em grandes clubes, além de ser comprometido com o trabalho e estar resolvendo o nosso problema – falou Zecão, em 2014.
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Zecão assumiu o UEC de forma interina em 2014 e deu chances a Bruno Henrique na reta final do estadual — Foto: Gullit Pacielle
O filho de Zecão, Amaragil Neto, atualmente treinador do time sub-20 do Uberlândia, era auxiliar de preparação física do clube na época e lembrou que o pai sempre elogiava Bruno Henrique. Qualidades que hoje o colocam como um dos melhores atacantes do país.
– Depois que meu pai assumiu, ele passou a ter mais oportunidades e começou a se destacar. O Uberlândia quase subiu (de divisão). Meu pai sempre dizia que ele era um jovem promissor, com totais condições de jogar em um grande clube. Para ele, Bruno Henrique tinha potencial de drible, de velocidade, de impulsão, de cabeceio e de finalização. Vendo onde ele está hoje, a gente fica muito feliz – lembrou Amaragil.
Zecão, no entanto, não viu o sucesso do diamante que lapidava. Dois meses depois do fim competição, o ex-zagueiro e treinador morreu por complicações no fígado . Por outro lado, a felicidade pelo sucesso de Bruno Henrique perdura na família de Zecão.
– Era um garoto que meu pai gostava e respeitava muito. Tinha um bom relacionamento com ele. Hoje, quando ele faz gol ou até mesmo está jogando, sempre comentamos: "Olha aí, jogou com meu pai, foi atleta dele". Todos nós ficamos felizes com o sucesso dele, meus irmãos, minha mãe, meus sobrinhos, um deles é até flamenguista. Sempre tem esses bons comentários – contou o filho.
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Bruno Henrique vestiu as cores do Uberlândia de 2012 a 2014 — Foto: Reprodução/TV Integração
Bruno Henrique não escondeu satisfação com o novo treinador na ocasião , já que vinha recebendo poucas oportunidades. Amaragil lembrou a história do atacante e disse que foi no clube mineiro que ele apareceu para o futebol.
– Sabemos que ele vem de um bairro humilde de Belo Horizonte, veio do futebol amador de lá. Ele passou no Cruzeiro, mas não teve chance. Aqui no Uberlândia foi onde ele teve as primeiras chances no profissional. Com meu pai no comando, ele teve a melhor fase dele no Uberlândia.
Bruno Henrique chegou ao Uberlândia por empréstimo do Cruzeiro em 2012. Em 2013, assinou com o time do interior de Minas, de onde saiu em 2014. O atacante disputou oito jogos com a camisa do clube, anotou cinco gols, todos marcados na campanha do Módulo 2 do Mineiro de 2014, competição em que teve média de um gol por jogo.
Sem calendário de jogos pelo Uberlândia, foi para o Itumbiara e depois vendido ao Goiás. Do Esmeraldino, foi para o Wolfsburg, da Alemanha, e retornou ao Brasil para jogar no Santos em 2017, até chegar ao Rubro-negro este ano. Pelo Fla, ele marcou até aqui 18 gols em 37 jogos na temporada.
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Amaragil Neto repete passos do pai e treina categorias de base do Uberlândia Esporte — Foto: Lucas Papel