Os diferentes momentos de Botafogo e Flamengo na atualidade se refletem em algo primordial nos dois clubes: o uso de jogadores das categorias de base. No clássico desta quarta-feira, pela quinta rodada do Campeonato Carioca, será possível perceber duas abordagens distintas na forma como os clubes encaram os atletas revelados em casa.
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Botafogo e Flamengo têm usado diferente a base — Foto: ge
No Botafogo, em momento de crise financeira aguda e queda para a Série B do Campeonato Brasileiro, a base virou alicerce para o futuro. É vista como a solução para os problemas econômicos e também para a montagem do elenco, uma vez que não há capacidade de grande investimento em jogadores.
O Flamengo vem usando a base em peso no Carioca, mas com outro propósito. Com seu elenco principal em pré-temporada, a ideia foi usar o início da competição para observar os jovens e permitir que Rogério Ceni preparasse com tranquilidade os jogadores de maior nome do elenco.
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Ênio comemora um dos cinco gols na goleada em cima do Moto Club pela Copa do Brasil — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Desde a reta final do Campeonato Brasileiro de 2020 que o Botafogo tem apostado mais nos jogadores revelados pelo clube. Na temporada passada, o time base contava com três jogadores formados em General Severiano: Kanu, Caio Alexandre e Marcelo Benevenuto. Os dois primeiros foram os principais destaques e o volante foi vendido para o Canadá, enquanto os zagueiros continuaram no Nilton Santos.
A divisão de base alvinegra se tornou a principal esperança do Botafogo para arrecadar renda. Em 2020, o clube realizou a maior venda de sua história, com a saída de Luís Henrique para o Olympique de Marselha e espera que o futuro traga novas oportunidades de bons negócios, principalmente com Matheus Nascimento. O atacante tem 17 anos que tem vestido a camisa 9 não é titular, mas ele é uma das exceções no jovem time do Botafogo.
Ênio, que entra com frequência e marcou o primeiro gol como profissional nessa temporada, é um dos nomes que está constantemente nas relações de Chamusca. Além dele, outros jovens compõem o elenco do Botafogo mais por necessidade do que por opção, já que as dificuldades financeiras do clube obrigam a aposta nos garotos formados em casa. Essa, aliás é a estratégia da diretoria: ter um elenco um pouco mais enxuto que a temporada anterior e completar quando for necessário com jovens da base. Um exemplo da necessidade estará em campo nesta quarta: o lateral-esquerdo PV.
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Grupo do Flamengo que disputa o Carioca durante treino no Ninho — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
A estratégia rubro-negra foi utilizada também edem 2020, quando as quatro primeiras rodadas do Carioca foram disputadas por uma equipe sub-23. Na atual temporada, a diferença é que, aos poucos, jogadores do elenco principal vão sendo integrados. Contra o Resende, por exemplo, estrearam Hugo Souza, Bruno Viana, Léo Pereira, Renê, Vitinho e Pedro.
Até o momento, quem aproveitou melhor esta vitrine foi o atacante Rodrigo Muniz. Ele é o artilheiro do Campeonato Carioca, com quatro gols em quatro jogos. Apesar disso, foi reserva contra o Resende - entrou no segundo tempo e marcou duas vezes. Outros nomes em destaque são o lateral-direito Matheuzinho, o zagueiro Gabriel Noga, o lateral-esquerdo Ramon e o volante Gomes.
Em contenção de despesas, o Flamengo tem sido tímido no mercado e não projeta grandes contratações nesta temporada. Desta maneira, é uma oportunidade para utilizar ainda mais os meninos da base. O Carioca é o laboratório de observação para que os garotos pleiteiem mais chances.
Botafogo e Flamengo se enfrentam às 21h35 (de Brasília) nesta quarta-feira, no Nilton Santos. Esta será a quinta partida das duas equipes no Campeonato Carioca. Antes de a rodada começar, o Botafogo estava na quinta colocação, com seis pontos, enquanto o Flamengo ocupava a segunda, com nove.