Os rostos pouco mudaram, mas as carreiras... O dia a dia de
sete jogadores de Flamengo e Fluminense não lembra em nada a última vez em que os
times cariocas disputaram uma final no Pacaembu. Com o título do Rubro-Negro em
2016
(veja no vídeo abaixo)
e o vice tricolor de 2012, a Copa São Paulo de Futebol Júnior foi muito
mais do que um torneio da base. Ajudou na formação dos agora profissionais. Da
artilharia de Felipe Vizeu, a sombra de Guerrero, à emoção do agora titularíssimo
Marcos Junior, que viu o pai ir assistí-lo em campo pela primeira vez, o
estádio paulistano será uma volta ao passado. Capaz de inspirar ao clássico das
16h de domingo.
Vizeu e Marcos Junior não irão estranhar o inusitado local
do confronto, válido pelo Carioca - o Maracanã e o Nilton Santos estão cedidos
ao Rio 2016, e as direções dos clubes chegaram a acordo para levá-lo a São
Paulo. Pela base, conheceram o estádio e o gramado. Valendo taça. Poderão
ajudar os companheiros. Assim como outros que estiveram nas decisões de anos
atrás: Léo Duarte (zagueiro), Ronaldo (volante) e Paquetá (meia), pelo Fla, e
os meias Higor Leite e Eduardo, do Flu. Estes, reservas e sem presença no banco
garantida, mas todos remanescentes da Copinha.
Não à toa a dupla tem mais destaque nos elencos de Muricy
Ramalho e Levir Culpi. Vizeu, 18 anos, por exemplo, autor de sete gols na
campanha da Copinha, cujo título veio por 4 a 3 nos pênaltis após empate em 2 a
2,
recentemente renovou o contrato com o Fla até 2020
. Fruto do apresentado a
partir de janeiro, quando a rotina de treinos ao lado de Guerrero, Sheik e Muricy
era quase impensável.
O centroavante - e os demais companheiros - saíram do
Pacaembu direto para o elenco profissional. Todos estrearam, mas Vizeu
aproveitou melhor a oportunidade. À vontade no grupo, marcou três vezes no
comando do ataque - justamente nas duas em que foi titular, todas pelo campeonato estadual. Contra o Confiança,
quarta-feira, pela Copa do Brasil, depois do pé torto dos titulares, quase
empatou em bonita cabeçada
(relembre no vídeo abaixo)
- o Fla perdeu por 1 a 0. É o reserva imediato ao peruano, com o empréstimo
de Douglas Baggio ao Luverdense-MT e a venda de Kayke ao Yokohama Marinos, do Japão.
- Sei o quanto tenho batalhado para conquistar meu espaço,
com humildade e respeito aos meus companheiros. Espero dar sequência ao
trabalho, sempre firme, competitivo nos treinamentos, e concedendo o meu melhor
nos jogos. Quero dar muitas alegrias à torcida rubro-negra, se Deus quiser com
muitos gols - disse, recentemente.
Marcos Junior é titular.
Completará no domingo 100 jogos
pelo Tricolor
, com 13 gols marcados, após temporadas em que foi emprestado a
outros clube. E, com 23 anos, é pai - Pedro nasceu em 15 de fevereiro. A
relação com a família, aliás, marcou a decisão, perdida por 2 a 1 ao
Corinthians em 2012. O atacante desperdiçou alguns gols, deu passe a Michael
abrir o placar. Mas viu o Timão virar. Tristeza? Por um aspecto, apenas. O
jovem, então com 18 anos, seis morando em Xerém, sede da base, se emocionou ao
saber que o pai Antonio Marcos Pereira dos Santos havia deixado o trabalho em
Brasília, cidade da família, para ver o filho jogar pelo Flu pela primeira vez.
Justo na final
(assista no vídeo abaixo)
.
- Lembro que, no final do jogo, um repórter me perguntou
quem era a pessoa que eu gostaria que estivesse no estádio. Não pensei duas
vezes e falei que gostaria que o meu pai estivesse lá. Ao final da partida, de
banho tomado, saio do vestiário e dou de cara com ele. Apesar do resultado, foi
um dia muito importante para mim. Foi o primeiro jogo que o meu pai foi me
assistir vestindo a camisa do Fluminense. Foi muito emocionante - contou o atacante, que chorou à época
(reveja no vídeo abaixo)
.
Domingo, a dupla terá mais uma história no Pacaembu. E mais
uma por Fla e Flu...