Zico, Gabigol e Adriano: ídolos do Flamengo , que trouxeram diversos títulos ao clube, têm muito mais em comum do que as conquistas. Rei, Príncipe e Imperador, exaltados na nova música da torcida , vestiram as camisas 9 e 10 rubro-negra em diferentes momentos.
Zico e Pelé em amistoso beneficente entre Flamengo e Atlético-MG — Foto: Arquivo
Zico
A história de Zico com a 10 começou cedo, desde a escolinha de futebol, em 1968. O jogador só foi vestir a 9 em 1971, quando subiu para o time principal. Sua estreia foi contra o Vasco pela Taça Guanabara, em 29 de julho de 1971, uma partida que terminou 2 a 1 para o Rubro-Negro. O maior ídolo da história do Flamengo só foi assumir definitivamente a camisa 10 no profissional em 1974.
Zico fez a camisa 10 do Flamengo emblemática. Campeão de tudo e responsável por projetar o Rubro-Negro para o mundo, foi vestindo a 10 que realizou os maiores feitos da história do clube: conquistou a Libertadores e o Mundial de 81, além dos títulos do Campeonato Brasileiro. Apesar das diversas vitórias com o número eternizado por Pelé, foi por conta do Rei do Futebol que o Galinho vestiu a camisa 9, em um jogo amistoso no Maracanã.
No dia 6 de abril de 1979, em uma partida beneficente contra o Atlético-MG e com Pelé em campo pelo Flamengo , Zico cedeu a cativa 10 ao Rei, jogando com a 9. A renda foi revertida para as vítimas da chuva que atingiram o estado de Minas Gerais em janeiro e fevereiro daquele ano, deixando 246 mortos e milhares de pessoas desabrigadas. Quase 140 mil pessoas assistiram aquela partida, gerando uma renda de 8 milhões de cruzeiros.
A partida terminou em 5 a 1 para o Flamengo , com três gols de Zico. Pelé até teve a oportunidade de marcar, mas abdicou de cobrar o pênalti.
Segundo o historiador do Flamengo Mauricio Neves, desde que assumiu o número 10, Zico só abdicou da camisa em duas ocasiões: para ceder a Pelé e em 1983, quando já era jogador da Udinese, mas voltou ao Brasil para participar da despedida do goleiro Raul. Naquela época, o 10 rubro-negro era Tita, então Zico vestiu a 11.
Pelé e Zico juntos pelo Flamengo em 1979 — Foto: Reprodução
Gabigol
Diferentemente de Zico, a história vitoriosa do Gabi com o Flamengo desdobra-se com a camisa 9. Foi com o tradicional "número do gol" que Gabriel realizou os maiores feitos, até o momento, pelo Rubro-Negro. Em um casamento perfeito desde sua chegada em 2019, Gabriel conquistou duas Libertadores, sendo decisivo em ambas, dois Brasileiros e uma Copa do Brasil.
A mística do goleador, que veste a 9 e decide os jogos, se encaixa perfeitamente para o príncipe da Gávea. Foram necessários apenas três minutos para que Gabriel entrasse para história, fazendo os dois gols na final da Libertadores em 2019, contra o River Plate, em Lima, no Peru. Gabriel repetiria o feito em 2022. Ao lado de Zico, o então camisa 9 foi o único a marcar em finais de Libertadores com a camisa rubro-negra. Contra o Athletico-PR, Gabriel fez o único gol da partida, o qual rendeu o tricampeonato continental ao Flamengo .
Após tantas conquistas e uma temporada se redescobrindo taticamente e abrindo espaço para Pedro, sob o comando de Dorival Júnior, Gabigol foi promovido à camisa 10 da equipe. O jogador vai carregar o número em 2023, deixando a 9 para Pedro.
Gabigol comemora gol do Flamengo contra a Portuguesa, em sua estreia com a camisa 10 — Foto: André Durão
Adriano
A história do Imperador rubro-negro com o Flamengo começa ainda na infância. Revelado no clube, Adriano vestiu diferentes números ao longo de sua trajetória.
No retorno ao clube em 2009, vestiu diferentes números, como a 29 e a 90. Porém, na ocasião, o Flamengo estava negociando com o novo fornecedor de material esportivo. Para o lançamento da nova camisa da Olympikus, a equipe de marketing realizou uma enquete para a torcida escolher o número que o atacante usaria.
O mais votado foi o 9, mas Adriano não gostou da escolha. Segundo ele, o número era sinal de azar na Gávea, por conta das más experiências dos centroavantes da época. Depois de alguns jogos com a camisa escolhida pelos torcedores, Adriano trocou para a 10, número que carregou na conquista do título do Campeonato Brasileiro naquele ano.
Adriano com a camisa 9 do Flamengo — Foto: Arquivo
A nova versão da música de Zico
No jogo contra o Audax, na abertura do Campeonato Carioca, alguns torcedores chamaram Pelé de maconheiro durante o minuto de silêncio em homenagem ao Rei. O grito fazia parte da antiga música para exaltar Zico, que dizia:
- Zico! Zico! Zico! O Pelé é maconheiro e o Maradona cheirador.
Após a polêmica, o próprio Zico gravou um vídeo reprovando a música, como já havia feito antes, e pediu para a torcida rubro-negra parar de cantar o que chamou de "falta de respeito" .
A declaração do Galinho inquietou o torcedor Lula, que movimento um grupo de autores das canções rubro-negras nas redes sociais. A partir de então, os compositores decidiram que a nova canção passaria a exaltar Zico, Gabigol e Adriano, os três grandes ídolos do clube. Assim ficou a nova versão :
- Zico, Zico, Zico, Gabigol é artilheiro, Adriano Imperador.
- É falar mal de dois ícones do futebol, chamando eles com adjetivos que prefiro nem falar, porque são tão duros, tão ruins. Se você for olhar para o Adriano e o Gabigol, a identificação do Adriano com o Flamengo é indiscutível, e acredito que o Gabigol segue o mesmo caminho - disse Lula.
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