Se o atacante Mario Balotelli realmente for contratado pelo Flamengo ele terá como treinador o português Jorge Jesus. Será o 13º técnico da carreira do italiano, que fez fama no futebol não só pelos gols mas especialmente pelas polêmicas.
Para relembrar algumas, na primeira temporada pela Inter de Milão irritou os torcedores ao comparecer a um programa esportivo com uma camisa do rival Milan . Anos depois, pelo clube rubro-negro, tentou quebrar um microfone em uma entrevista.
Na Inglaterra, teve o carro apreendido em Manchester por causa de mais de 30 infrações de trânsito. Acabou provocando um incêndio na própria residência ao mexer com fogos de artifício e foi multado por atirar dados em jogadores da base do City.
Durante os 14 anos como profissional, quem mais "segurou' o atacante foi o italiano Roberto Mancini, seu comandante na Inter de Milão, da Itália, e também no Manchester City , da Inglaterra.
Com ele, Balotelli fez 95 partidas, 37 gols e esteve em campo por 5.392 minutos. Acumulou duas expulsões.
Quando a Inter trouxe o atacante do modesto Lumezzane, ele foi integrado ao time da base neroazzurro . Coube a Mancini observar e promover o jovem ao time principal. Ainda assim a relação sempre foi bélica.
O fato mais marcante entre eles ocorreu em 2013, quando discutiram em um treino da equipe inglesa e chegaram a trocar empurrões. Balotelli tinha 22 anos e irritou Mancini ao dar um carrinho mais violento em Sinclair.
As imagens mostram Mancini agarrando Balotelli pelo colete e depois sendo empurrado.
Mais recentemente o treinador, que dirige atualmente a seleção italiana, chegou a convocar o atacante e dispensá-lo depois de escalá-lo em um jogo. O motivo é que o jogador se apresentou fora de forma, com quase 100 kg...
O segundo técnico que mais treinou Balotelli foi suíço Lucien Fraven no Nice , da França. Foram 66 jogos, 43 gols e 5.149 minutos em campo. Acumulou três expulsões. Também ocorreram problemas entre eles.
Fraven exigia de Balotelli mais participação tática. Chegou a deixar o jogador fora de alguns compromissos por questões disciplinares --uma das expulsões ocorreu após o jogo já terminado. Mas a imagem final foi boa e o suíço cogitou contratar o jogador quando foi dirigir o Borussia Dortmund , da Alemanha. Não aconteceu.
Na época, ficou famoso o depoimento do meia francês Valentin Eysseric, do Nice, sobre o companheiro. "Balotelli abaixa a cabeça como se não desse a mínima para nós. Ele deveria pensar um pouco mais sobre o coletivo e trabalhar um pouco mais duro para nós. É uma pena que ele tenha essa tendência a resmungar quando as coisas dão errado e abaixar a cabeça”.
José Mourinho foi o terceiro que mais vezes dirigiu Balotelli e talvez quem mais o compreendeu. Foram 71 jogos, 21 gols e 4.028 minutos em campo. Com o português, o atacante italiano jamais foi expulso. Juntos conquistaram dois Scudetti, uma Copa da Itália e uma Liga dos Campeões. A relação era boa, apesar de algumas vezes o jogador reclamar do rigor do técnico.
“É muito difícil ver o Mario chorando. A última vez foi por causa do Mourinho”, disse Silvia, a mãe adotiva de Balotelli na época.
Mourinho sempre se divertiu ao contar as histórias que viveu com o atacante e disse que poderia escrever um livro de 200 páginas sobre o atleta, mas "não seria um drama e sim uma comédia". Uma das histórias que gosta de contar é a do dia em que o jogador não compareceu a uma reunião na Inter.
"Liguei e disse: 'Mario, tinha te dito para estar no meu escritório às 14h’. E ele me respondeu: ‘Reuniões contigo posso ter todos os dias, mas corridas de Fórmula 1 na Itália só acontecem uma vez por ano’”, disse Mourinho em entrevista à BT Sport.
Balotelli defendeu sete clubes como profissional ao longo da carreira, que foi iniciada em 2001 na base do Lumezzane. Foram 12 treinadores como profissional. Veja abaixo o desempenho com cada um deles.