Novo presidente eleito do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista revelou que a busca por reforços para a equipe vem sendo prejudicada por conta da demora para o início da transição do mandato, já que a eleição foi vencida há mais de uma semana, mas a posse foi oficializada em uma cerimônia realizada apenas hoje.
Em coletiva concedida na Gávea, ele comentou que a dificuldade equivale a largar nos boxes em uma corrida, pois este é o momento mais importante da janela do futebol brasileiro, para ele. Assim, esse tem sido um período de avaliação do elenco.
— No Estatuto do Flamengo, uma das coisas que tem que mudar é que você faz a eleição no dia 9 de dezembro, e a transição começa dia 18. Essa janela de futebol brasileiro, na minha opinião, é a mais importante. Você perde nove dias. Não que você não vá conversar, mas é, mais ou menos, como a corrida começar e você estar nos boxes, você não largou ainda. Então, pode conversar, mas não tem a caneta para fechar com um atleta ou outro — disse Bap.
— Na prática, nós temos conversado muito sobre a avaliação de elenco, sobre o calendário do ano que vem, o planejamento que nós queremos implementar, as carências que nós temos. A gente tem que olhar também para a perspectiva do elenco que temos. Vamos jogar 85 partidas no ano que vem, se tudo certo. Se a gente quer ganhar tudo, a gente vai ter que redimensionar o número de atletas, a minutagem desses atletas... — continuou, mostrando otimismo com o desempenho do time em 2025.
De qualquer forma, Bap admitiu que o atual elenco rubro-negro conta com qualidade suficiente para nem precisar de reforços. Em 2024, muitas contratações de peso foram feitas por Rodolfo Landim em seu último ano como presidente. O treinador Filipe Luís e o novo diretor técnico do clube, José Boto, já estão trabalhando juntos para decidir sobre melhorias pontuais.
— Nós temos um elenco que é bom, que precisa de reforços pontuais, porque alguns jogadores podem ser negociados, pode ter contusões. A transição começa, de fato, amanhã, mas o trabalho conceitual com o Boto e com o Filipe Luís já está sendo feito há um tempo, sobre a avaliação do elenco, o que eles imaginam que eles querem ter no ano que vem. É um trabalho de duas mãos que a gente já vem fazendo há um tempo. Nós não estamos no zero, mas também não estamos no dez. Eu acho que a gente está entre o seis e o sete. E vamos trabalhar muito duro a partir de amanhã para a gente tirar essa diferença — declarou o presidente do Flamengo.
Situação financeira não preocupa
Bap também não mostrou preocupação com a situação financeira do clube, após investimentos pesados feitos ao longo da última temporada, e valores baixos de vendas de jogadores, e comentou que o processo de construção do estádio rubro-negro será motivo de preocupação detalhada em sua gestão.
— É verdade que a situação de caixa do Flamengo, por uma série de fatores, foi afetada nesse final de ano. Isso significa dizer que, do ponto de vista econômico, o Flamengo não tem condições de fazer novas aquisições? Não. Não é verdade. É questão de endividamento. Você pode definir esse termo de endividamento para ser 10, 20, 30 ou 40% do seu faturamento. Nós temos outros desafios hoje em dia, temos que construir o nosso estádio. Você tem que tomar um pouco mais de cuidado nesse processo — afirmou.
— Clube formador ou clube que quer ganhar tudo no Brasil tem que vender mais do que compra. Pode ser Flamengo, Palmeiras... O Flamengo tem que vender mais, e melhor, do que ele fez até agora. O fato de termos contratado jogadores na segunda metade desse ano, e não termos vendido ninguém, gerou um descompasso que a gente não tinha há quatro anos no Flamengo. Vamos ter que fazer alguns arranjos. Muitas vezes, na vida, você tem que dar um passo atrás para dar dois à frente. A gente vai fazer esse ajuste o quanto antes para fugir dessa equação. É preocupante, mas não é grave — finalizou Bap.