A etiqueta de interino não estará fixada em Maurício Barbieri quando a temporada 2019 começar. Depois da primeira experiência na Série A com o Flamengo - quando passou de "estagiário" a chefe de forma muito rápida -, o treinador foi o escolhido para comandar o Goiás no ano de retorno à elite do futebol nacional. Foi apostando em conselhos recebidos por gente do meio do futebol que o presidente do clube goiano, Marcelo Almeida, apressou o passo para negociar e fechar contrato com o técnico de 37 anos.
- O Goiás, historicamente, volta os olhos para técnicos emergentes. Sempre obtivemos resultados satisfatórios com esse tipo de técnico. Cuca, Enderson Moreira, que eu considero o exemplo mais clássico de todos. Tive excelentes informações do Barbieri: estudioso, entendido de futebol, formado em educação física. Treinou o Flamengo durante quase toda a temporada, obteve o terceiro índice de aproveitamento no Brasileiro - argumentou o dirigente goiano.
A contratação de Barbieri, no entanto, não estava nos planos do Goiás inicialmente. Até porque acreditava-se que Ney Franco continuaria o trabalho que culminou com o acesso em 2018. Mas o treinador decidiu não renovar o contrato.
- Foi uma decisão difícil. Optei por sair porque o Goiás precisava fazer uma reformulação no elenco. Eu não me sentia confortável para fazer essa mudança porque eu tive um trabalho, um envolvimento afetivo, um ambiente favorável para o acesso. Preferi passar esse bastão. Acho que o Goiás foi muito feliz na contratação do Maurício Barbieri - relatou Ney Franco, que está na mesma turma do sucessor no curso para obtenção da Licença PRO da CBF Academy.
Antes de procurar Barbieri, o Goiás foi atrás de outros nomes, mas se deparou com uma resistência por parte dos profissionais para assumir um projeto fora dos principais centros do país, como Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. O técnico ex-Flamengo, demitido faltando 12 rodadas para o fim da Série A, topou de forma rápida e tratou o convite como uma "convocação".
A mudança de nome traz um novo estilo de trabalho, e o presidente do Goiás sabe disso. A análise da filosofia adotada para os postulantes ao cargo ficou com os executivos de futebol e não com Marcelo Almeida. Mas nem por isso a chegada de Barbieri deixa de ser cercada por expectativa e planos ousados para um time que acabou de subir da Série B.
- O Goiás ele rotineiramente participa da Série A. Por obras do acaso, vamos dizer assim, estivemos nos últimos três anos da Série B. Estou indo para a Série A para ficar. Não vou para lutar contra um novo rebaixamento. Expus as metas a ele. Falamos em vagas na Sul-Americana e quem sabe até dar uma bicada na pré-Libertadores - disse um confiante presidente Marcelo Almeida.