Por que River terá torcida no Peru depois de Fla jogar com portões fechados

O River Plate chegou ontem (5) ao turbulento Peru e hoje (6), às 21h (de Brasília), estreia na Libertadores contra o Alianza Lima no Estádio Nacional, o mesmo onde o Flamengo bateu o Sporting Cristal por 2 a 0 . Enquanto o Rubro-Negro atuou com os portões fechados, o clube argentino amanheceu em Lima com garantias de segurança para jogar diante de cerca de 45.000 torcedores.

De um dia para o outro

Vale destacar que o Flamengo atravessou uma sequência de reviravoltas em Lima, todas elas muito bem descritas pelos colegas Léo Burlá e Marcel Rizzo aqui no UOL Esporte . Tudo porque o presidente peruano Pedro Castillo decretou estado de emergência diante dos protestos dos cidadãos insatisfeitos com a alta da gasolina e dos fertilizantes. Foi quando Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, "costurou" uma saída com a partida sem público e saiu com a sensação de atingir um meio-termo.

Ainda segundo o relato, quando parte da delegação rubro-negra estava no lanche, no fim da tarde, o Instituto Peruano de Esportes determinou o cancelamento. Fragilizado, o governo sucumbiu ao clamor das ruas e deu uma resposta rápida. Em 15 minutos, a reviravolta. Castillo revogou o estado de emergência, restaurou a "normalidade" na capital e a partida voltou a ser liberada após o cancelamento. Por conta da confusão, o jogo foi atrasado em 30 minutos e ocorreu com os portões fechados.

Que mudou agora?

A diferença de cenário tem a ver com o maior tempo hábil desde a suspensão do toque de recolher. Tanto que, enquanto o Flamengo jogava, os torcedores do River Plate que moram em Lima foram para a porta do hotel onde a delegação argentina está hospedada.

Com este dia a mais para a realização, tanto o Embaixador da Argentina no Peru, Enrique Vaca Narvaja, quanto Rubén Trujillo Mejía, responsável pelo IPD ( Instituto Peruano de Esportes ), asseguram ao River que a partida terá a normalidade necessária para ser realizada sem distúrbios. A mesma postura é reforçada pela Conmebol, segundo apurou a coluna.

Com o vai e vem das decisões de ontem com o Flamengo, tampouco convém tomar como certeza absoluta uma previsão que não considere o transcorrer da quarta-feira em Lima, embora a comissão técnica e a diretoria portenha tenham começado o dia com otimismo de que tudo vai transcorrer com normalidade.

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Marcelo Gallardo é ovacionado pela torcida do River Plate no Monumental de Núñez
Imagem: Divulgação River Plate

O 'último tango' de Gallardo

A confusa estreia do River na Libertadores deixa em segundo plano uma situação que já gera comoção em Buenos Aires: no cargo desde 2014, o técnico Marcelo Gallardo renovou seu contrato com o River Plate por apenas um ano (termina em dezembro) justamente para sair do clube depois de incríveis oito temporadas.

O River investiu pesado para fechar este ciclo com mais uma conquista. Contratou sete jogadores e considera que tem elenco para brigar pelo título com Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, clubes brasileiros vistos pelos argentinos como favoritos na Libertadores neste ano.

O gigante de Núñez deve ir a campo hoje com: Franco Armani; Robert Rojas, Jonatan Maidana (Leandro González Pirez), David Martínez e Milton Casco; Enzo Pérez e Enzo Fernández; Santiago Simón, Nicolás De La Cruz e Juan Fernando Quintero (Esequiel Barco); Julián Álvarez.

O desfalque é o zagueiro chileno titular Paulo Díaz, afastado por covid-19.

Imagem: Reprodução TV

Fonte: Uol