Pode levantar a plaquinha: Gabigol rege festa do Flamengo para multidão; PM tem trabalho

Uma multidão vestiu rubro-negro e transformou o Centro do Rio neste domingo para comemorar a conquista do título da Libertadores pelo Flamengo, após a vitória por 2 a 1 sobre o River Plate, sábado, no Peru. Autor dos dois gols, Gabigol foi o dono do microfone do trio elétrico e regeu as cerca de 400 mil pessoas que foram festejar.

Bem à vontade, Gabigol puxou as músicas, pediu grito para os seus companheiros, para o mister Jorge Jesus e ouviu diversas vezes o coro "Fica, Gabigol" durante as mais de quatros horas de desfile pela avenida Presidente Vargas.

- A gente é rico mas é time de favela. Coloca o funk aí - gritou o atacante.

Torcida do Flamengo na festa do título Libertadores  — Foto: André Durão

Torcida do Flamengo na festa do título Libertadores — Foto: André Durão

A música do MC Poze, que diz "tá difícil de parar os coringas do Flamengo" e que "pode levantar a plaquinha, hoje tem gol do Gabigol", foi uma das mais executadas. O artilheiro mostrou seu lado provocador e cantou músicas de provocação aos rivais cariocas e ao Palmeiras - "O Palmeiras não tem Mundial...").

Já no terço final do percurso, após a passagem pela Central do Brasil, Gabigol e Gerson resolveram descer do trio elétrico e por alguns minutos ficaram mais perto dos fãs, enlouquecidos.

Torcedores sobem em um ponto de ônibus para tentar uma melhor visão dos ídolos — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Torcedores sobem em um ponto de ônibus para tentar uma melhor visão dos ídolos — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O título brasileiro só foi confirmado após a derrota do Palmeiras para o Grêmio, quando os jogadores já estavam no ônibus rumo ao Ninho do Urubu, mas em determinado momento do desfile eles começaram a reconhecer que o time já tinha conquistado seu sétimo título nacional.

Gerson e Gabigol descem do trio e comandam a festa — Foto: Fred Huber

Gerson e Gabigol descem do trio e comandam a festa — Foto: Fred Huber

Diego lembra das vítimas do incêndio no Ninho

Gabigol foi quem tomou conta do microfone, mas outros atletas também deram recados e fizeram brincadeiras. Bruno Henrique mostrou seus dotes de cantor e também lembrou sua frase depois do duelo com o Vasco. Ele repetiu que o "Flamengo está em outro patamar". Jorge Jesus falou algumas poucas palavras, mas dançou o tempo inteiro. Arrascaeta arriscou alguns palavrões em espanhol. Rodinei, um dos mais animados, cantou bastante.

Multidão eufórica no Centro do Rio — Foto: Reuters

Multidão eufórica no Centro do Rio — Foto: Reuters

Um dos líderes do elenco, Diego também pediu a palavra. Ele lembrou das dez vítimas do incêndio no Ninho do Urubu em fevereiro deste ano.

- Esse título é para eles - disse Diego.

Desmaios, furtos, bombas e muito empurra-empurra

A cada metro que o trio avançava - com muita dificuldade -, torcedores enlouquecidos com a proximidade dos ídolos. Para ter uma visão melhor e conseguir fazer o registro no celular, muitos se arriscaram em cima de pontos de ônibus, árvores, sinais de trânsito, marquises, janelas, andaimes e até outdoors.

Confusão torcida Flamengo polícia título Libertadores Presidente Vargas Centro — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Confusão torcida Flamengo polícia título Libertadores Presidente Vargas Centro — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Houve muita festa, mas também muita confusão. Antes mesmo de o desfile começar, um grupo foi capturado por policiais acusados de furto de celulares. Não fosse a PM impedir, seriam linchados. Quando os jogadores foram avançando pela Presidente Vargas, mais problemas.

Os seguranças de uma empresa privada, do Flamengo e policiais tentaram manter os torcedores a uma distância em que fosse possível o trio se movimentar. Houve muito empurra-empurra, pessoas machucadas, com os pés cortados por cacos de vidro e passando mal. Os brigadistas precisaram correr de um lado para o outro para atender a casos de desmaio.

Confusão torcida Flamengo — Foto: Reprodução

Confusão torcida Flamengo — Foto: Reprodução

Policiais que estavam no cordão de isolamento à frente do trio imobilizaram e algemaram um menor de idade acusado de furtar um cordão. Um segurança ficou ferido quando fogos de artifício estouraram ao seu lado. Foi uma das inúmeras vezes em que o motorista do trio precisou ficar parado.

- Não estou ouvindo nada! - se desesperou o segurança ferido.

Acusado de furto foi algemado por policiais depois de muito trabalho para imobilizá-lo — Foto: Fred Huber

Acusado de furto foi algemado por policiais depois de muito trabalho para imobilizá-lo — Foto: Fred Huber

Houve também casos de crianças que se perderam nos momentos de confusão. Era possível ver pais desesperados correndo de um lado para o outro.

No último terço, com a aglomeração um pouco menor nos lados do trio, parecia que o desfile terminaria de forma tranquila. Com os jogadores deixaram a Presidente Vargas e entraram em uma transversal, muitos torcedores tentaram seguir e foram impedidos.

Depois de muito empurra-empurra com os seguranças, pedras e garrafas começaram a ser atiradas. A polícia, então, entrou em ação com muitas bombas de efeito moral e gás de pimenta. Os atletas assistiram a tudo de cima do trio antes de entrarem em um ônibus dentro do batalhão de Polícia de Choque e seguirem para o Ninho do Urubu.

Fonte: Globo Esporte
publicidade
publicidade