Paulo Souza isenta Hugo Souza de culpa no gol e admite queda do Flamengo: "Desorganizado"

O Flamengo começou bem, dominou o rival, criou chances e caiu de rendimento no segundo tempo. Foi assim que o técnico Paulo Sousa avaliou a atuação na derrota por 1 a 0 para o Fluminense, neste domingo, no Nilton Santos, pelo Carioca. Ao dizer que, por momentos, a equipe foi desorganizada, o treinador isentou o goleiro Hugo Souza de culpa no gol sofrido.

A entrevista coletiva mostrou um Paulo Sousa que, algumas vezes, discordou das perguntas dos jornalistas. Além disso, reconheceu que faltou entendimento às suas orientações e controle emocional dos jogadores - Vitinho, por exemplo, foi expulso.

- Tivemos um primeiro tempo de domínio total e com muita profundidade pelos corredores e pelo meio. Logo no começo, tivemos uma construção extraordinária, com chance de gol do Gabigol. Só faltou a eficácia na finalização. Tivemos outra situação com ele dentro da área. A profundidade existiu em passe do Arrascaeta ao Gabigol. Tivemos essa capacidade de dominar o jogo. Não foi nada confuso, tivemos posse de bola, atraímos o adversário a uma zona e demos velocidade na outra para criar situação de gol. Tivemos um pênalti que nos foi retirado - disse o português, para completar:

- No segundo tempo, foi diferente. Tivemos menos intensidade e menos qualidade do que no começo do jogo. Com as mudanças, o time perdeu identidade. Alguns jogadores não entenderam o que era para ser feito e o que pedi. O nosso gol anulado... a gente estava para tomar uma decisão sobre o Pedro. Foi um segundo tempo diferente, uma equipe que aconteceu, como no último ano, desorganizada.

Paulo Sousa observa atuação do Flamengo — Foto: André Durão
1 de 2 Paulo Sousa observa atuação do Flamengo — Foto: André Durão

Paulo Sousa observa atuação do Flamengo — Foto: André Durão

Perguntado sobre o goleiro Hugo Souza, que não conseguiu segurar a bola em cabeçada de Arias, o treinador respondeu:

- Hugo tem e terá prestigio do técnico. Ele está treinando bem. Todos os nosso goleiros estão treinando bem. Não me parece que tenha tido toda a responsabilidade no lance do gol. Primeiro, temos de evitar o cabeceio. É normal que, ao ter substituições no jogo, as mesmas atitudes não sejam tomadas. Quando sofremos gol, não é só o goleiro o responsável. É o time.

O Flamengo perdeu os últimos três clássicos para o Fluminense (o deste domingo e dois do Brasileiro de 2021). A última vitória foi na final do Carioca do ano passado, quando o Rubro-Negro foi campeão.

Mais respostas de Paulo Sousa

Eficácia nas finalizações e controle emocional

Concordo que não fomos eficazes. Temos de ser, sim. No primeiro tempo, tivemos chances de gol e poderíamos ter o controle de todo o jogo. Com a entrada do Marinho, eu faço um mea-culpa, não aconteceu o que eu pedi. Com certeza, vamos ser mais felizes. A gente foi superior. Só não o fomos no controle emocional. Precisamos controlar isso nos 90 minutos de jogo.

Clima quente no clássico

O maior controle emocional da parte dos nosso jogadores é algo que estamos falando antes mesmo desse jogo. Quando chegamos ao estádio, ressaltamos a importância de nos mantermos focado no jogo. Não podemos cair em provocações ou perder a concentração em erros dos juízes. Temos que estar sempre focados para manter nossa qualidade de jogo e buscarmos as vitórias.

Dificuldades

Faltou mobilidade ao time, principalmente no segundo tempo. Mas porque queríamos mais profundidade, dai a decisão de colocar Marinho e Vitinho. Tivemos um controle de espaços no primeiro tempo, quando tivemos três oportunidades claras. Podemos melhorar, claro. Temos que procurar remates de fora da área contra equipes com o bloco baixo. Sabemos que o Bruno Henrique nos dá essa capacidade de área, nos cruzamentos, pro fora. E não temos muitos jogadores assim. De qualquer forma, temos que criar soluções. E as que criamos, eram suficientes para vencer este clássico. Fomos muito superiores na primeira parte.

Diego Alves

Diego é um jogador que teve algumas situações na parte física e estamos lhe ajudando a fazer um trabalho para melhorar isso e poder treinar com regularidade sem dores. Tanto o Diego como qualquer outro necessita, depois de lesões, de uma fase de adaptação aos treinos para garantirmos capacidade no jogo.

Rendimento de Diego

O rendimento dele foi muito bom. Caiu ligeiramente em termos físicos nos minutos finais da primeira parte. Na segunda teve dificuldades, tinha amarelo e sua mobilidade não foi a mesma. E assim decidimos pela substituição. Interpretou bem os espaços, foi bem na pressão alta. Ele, Arrascaeta e Everton se entenderam bem na profundidade, nas triangulações... É um jogador que vamos utilizar numa linha mais baixa ou alta dependendo do momento do jogo. Ele entende bem a partida e enquanto está fresco no jogo é fundamental.

Buraco entre Arão e zagueiros

Não sei se a pergunta é sobre a organização defensiva, mas hoje tivemos quase sempre bem. Não é só a linha defensiva ou o goleiro que defendem, tem que ser todo o bloco. A forma como o Gabigol defendeu, seja na transição defensiva ou em orientação do adversário, onde nós devemos pressionar... Isso nos leva a poder defender melhor, não tem haver com o Arão. Fomos mais sólidos, principalmente no primeiro tempo. No segundo tempo tivemos uma cara completamente diferente da primeira. Falei com ele, mas o Marinho tem que entender as necessidades da equipe. Foi bem direcionado o que nós necessitávamos, esse posicionamento e espaço era um espaço com a qualidade dele. Acreditávamos que iríamos criar muitas dificuldades ao Fluminense e ele praticamente voltou a fazer o que está acostumado, a se afastar muito o jogo, ir muito para fora... Com a expulsão, levou nos a fazer um outro tipo de decisões e a equipe emocionalmente o foco. Sobre isso temos que crescer muito. Estamos num bom caminho, mas temos que manter a concentração o jogo todo.

Primeiro clássico

Sempre foi muito enérgico. Quem me conhece apenas fora do futebol já percebe a diferença no primeiro jogo que assiste. Sou de muito emocional, vivo o jogo com racionalidade e foco na minha tarefa. Não é fácil. A torcida está sempre apoiado, cantando, nem sempre é fácil. Mas procuro sempre de todas as formas empurrar a nossa equipe ao gol.

Filipe Luis

Tem característica para atuar mais a frente. O Filipe tem uma qualidade de passe muito boa. Nós procuramos ter um controle maior do jogo. Passe curto e médio é o que pretendemos dele. Tem uma leitura de jogo, mesmo a nível defensivo, extraordinária. Pode fazer a diferença no último terço também vindo de trás. É um jogador que vai nos dar mais frescura o jogo. Foi apenas o seu primeiro jogo na temporada. Mantivemos ritmos iguais contra um adversário que já vinha atuando com seu time principal.

Dificuldades de criação

Quando você tem três chances claras, mostra que temos soluções. Temos a capacidade de construir contra equipes com muitos jogadores atrás da linha da bola. Quando tivermos outros jogadores à disposição, teremos mais opções.

Time titular

Uma parte faz parte do planejamento. Precisamos dar minutos a todos para depois podermos encontrar o nosso onze base. Mas hoje tivemos ótimas indicações. Conseguimos manter uma intensidade mental e física muito boa. gora vamos adicionando minutos competitivos para chegar nos momentos cruciais em boa forma. Vitinho merecia, até como o Marinho. Ainda não estamos preparador para fazer dois jogos seguidos por 90 minutos. Também queremos dar oportunidade e conhecer outras opções. Podemos também matar o jogo no primeiro tempo, ser mais eficazes. Quem entra tem que entender as necessidades e responder a elas para fazer a diferença.

O podcast ge Flamengo está disponível nas seguintes plataformas:

2 de 2

Fonte: Globo Esporte