Oscilação de desempenho, lacunas no elenco e digitais de Filipe Luís: entenda momento de turbulência no Flamengo

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O empate do Flamengo com o Central Córdoba, ontem, por 1 a 1, instaurou o principal momento de turbulência da equipe sob o comando de Filipe Luís. O técnico segue estável no cargo, mas o alerta está aceso pela possibilidade de eliminação precoce na fase de grupos da Libertadores , se o rubro-negro não vencer LDU e Deportivo Táchira nas duas últimas rodadas. A oscilação entre jogos dominantes e decepcionantes aumentou, acompanhada pela queda de desempenho de alguns jogadores e problemas de elenco que vão além das digitais do jovem treinador.

Filipe tem pouco mais de um ano de carreira na área técnica e é normal que apresente inconstâncias. Ao mesmo tempo, seu potencial ficou claro nos sete meses à frente do time principal do Flamengo, período muito mais marcado por bom futebol e o títulos da Copa do Brasil da temporada passada, e Supercopa e Carioca deste ano. Só que o pior momento coincide com uma hora decisiva na Libertadores e acontece a pouco mais de um mês do Mundial de Clubes.

— Mantivemos a regularidade durante alguns meses, até chegar a esse momento. É verdade que não estamos no nosso melhor momento de confiança. Futebol é estado anímico e é claro que os jogadores sentem. O que temos que fazer é recuperar o nosso caminho o quanto antes — declarou o treinador após o empate de quarta-feira. — Claro que, em algum momento da temporada, iria acontecer. Infelizmente, tem sido agora.

Problema coletivo

A primeira das turbulências veio justamente após a derrota para o Córdoba no Maracanã, no início de abril. A equipe se reergueu com bons resultados, como as goleadas contra Juventude e Corinthians, além de recuperar solidez defensiva, com seis partidas seguidas sem sofrer gols. Porém, os últimos três jogos, em três competições diferentes — vitória contra o Botafogo-PB pela Copa do Brasil, derrota para o Cruzeiro pelo Brasileirão, e o empate de ontem —, trouxeram a irregularidade de volta.

Filipe Luís durante Central Córdoba x Flamengo — Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Filipe Luís durante Central Córdoba x Flamengo — Foto: Adriano Fontes/Flamengo

O que se vê em campo, especialmente na Libertadores, são atuações de baixa rotação e que vem dependendo cada vez mais de talento individual. Arrascaeta faz seu melhor início de temporada no rubro-negro e voltou a marcar, e Rossi empilha boas atuações, mas eles nada puderam fazer com a queda coletiva observada após os 20 minutos do primeiro tempo de ontem.

O roteiro não é novo, pois a equipe tem notória facilidade para atuar em jogos em que encontra mais espaço pelo meio. Do contrário, sofre para imprimir um jogo de velocidade e vê muitos jogadores parecendo estar longe da condição física ideal. No final das contas, o estrelado elenco não está mostrando tanta profundidade e não oferece substitutos à altura.

As lacunas dificultam a atuação de Filipe Luís, que precisa esgarçar nomes como Arrascaeta, De La Cruz, Pedro e Pulgar, e insistir em Bruno Henrique e Gerson, mesmo em duradoura má fase técnica. O conjunto todo tem sido prejudicado, ainda mais porque o treinador tem feito muitas trocas "seis por meia dúzia" e não reajustado seu esquema durante os 90 minutos. Reforços não chegarão agora, e mudanças rápidas precisarão ser realizadas.

Neste sábado (10), o Flamengo já volta a campo em jogo desafiador contra o Bahia, que será seguido por confrontos chaves contra LDU (Libertadores), Botafogo (Brasileirão), Botafogo-PB (Copa do Brasil), Palmeiras (Brasileiro) e Táchira (Libertadores). Pelas oscilações apresentadas recentemente, fica difícil prever qual time será visto em campo.

O histórico de dificuldades na Libertadores, porém, é anterior ao comando de Filipe Luís. Nos últimos sete jogos fora de casa no torneio, o Flamengo tem apenas uma vitória. Ao tropeçar duas vezes contra um time estreante e fazer apenas um ponto em seis, conseguiu se complicar em um grupo acessível no qual era o grande favorito.

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Fonte: O Globo