O atacante Makanaki ficou conhecido depois de marcar o gol que levou o surpreendente Santo André para a final da Copa do Brasil de 2004.
Acostumado a ser a “arma surpresa” da equipe do ABC no segundo tempo, naquela noite ele começou como titular e deu a classificação contra o 15 de Novembro-RS, comandado por Mano Menezes.
No primeiro jogo da semifinal, o Ramalhão tinha sido derrotado no Pacaembu por 4 a 3 e precisava vencer os gaúchos por dois gols de diferença no Estádio Olímpico.
Depois de sair perdendo por 1 a 0, Sandro Gaúcho marcou dois gols que decretaram a virada andreense. Coube ao jovem Makanaki, recém-subido das categorias de base, fazer o 3 a 1 que deu a vaga para o time paulista na decisão.
“Eu peguei um chute de voleio, meio de lado e meio de costas, e a bola foi no contrapé do goleiro. Acho que nunca mais acertei um outro igual (risos). Vou lembrar disso para sempre”, disse o atacante, à ESPN .
Ele também esteve no elenco que superou o Flamengo por 2 a 0 decisão em pleno Maracanã, depois de empatar em 2 a 2 no Palestra Itália.
“Foi algo espetacular. Sou muito grato ao grupo de pessoas que trabalhavam no clube até a presidência, passando pelos colegas de time. Foi um marco que não sei se vou viver novamente. Ser campeão contra a maior torcida do seu país no estádio lotado é coisa de louco!”, recordou.
Depois do título, o atacante jogou a Libertadores e foi para o Lucern, da Suíça. Quando voltou para a América do Sul, ele defendeu o 3 de Febrero, do Paraguai antes de ir para o tradicional Olimpia.
“Quando estive no Paraguai recebi um carinho muito grande por onde passo. Sou muito carismático, sou bem recebido. Isso não tem preço”, agradeceu.
Makanaki ainda passou por Brasil de Farroupilha antes de ficar sem clube. Como não recebeu propostas, foi trabalhar como vendedor de tênis em uma loja de shopping de Santo André.
“Fui até eleito funcionário do mês na Centauro (risos). Estou sempre preparado para superar as dificuldades e almejando algo a mais para a família”, lembrou.
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Goleiro do Santo André tem uma vasta história no futebol brasileiro
Apesar de fazer sucesso como vendedor, o atacante queria voltar aos gramados e pediu para voltar a treinar no Ramalhão. Após um período de testes, foi contratado e retomou a carreira.
Depois de jogar pelo Santo André, ele acertou pelo São Bento, pelo qual conseguiu o acesso para a Série A1 do Paulistão.
O jogador ainda rodou por Taubaté, Maringá e Votuporanguense até chegar ao Velo Clube, seu último clube, há dois anos.
“O futebol é muito imprevisível e depois não apareceu nada muito bom”, relatou.
Para ter uma renda, Makanaki começou a dirigir Uber pelas ruas da Baixada Santista.
Além disso, montou com a espoas uma loja de bijuterias no centro de Guarujá, onde mora com a família.
"Não podemos ficar parados esperando cair do céu alguma coisa. Tenho uma família que me apoia em todas as decisões. Estamos super bem e todos com saúde, mas coisas têm fluido. Vamos vivendo dia após dia”, afirmou.
Por causa da pandemia de coronavírus, Makanaki parou momentaneamente com a lojinha e o Uber . Enquanto está em casa, pensa em fazer um curso técnico na área de engenharia química no futuro.
“Preciso ver se é isso que quero mesmo. Não adianta eu começar e depois parar com três meses. A vida me ensinou a estar sempre equilibrado e disciplinado porque coisas ruins sempre vão existir e você consegue resolver de forma mais fácil”, explicou.
Aos 36 anos, ele ainda sonha em viver um último momento de glória nos gramados.
“Oficialmente, eu ainda não parei com a carreira no futebol. Se aparecer algo bom para mim e para a minha família eu ainda topo voltar a jogar. Se não aparecer, eu prefiro ficar levando do jeito que está”, finalizou.