Los Angeles FC tem ex-Flamengo e ligação com a comunidade latino-americana

Último clube a garantir a vaga na Copa do Mundo de Clubes, o Los Angeles FC é também um dos mais jovens na competição. Com apenas sete anos de existência, vai duelar contra os centenários Flamengo (129 anos), Chelsea (120) e Esperànce (106). Com raízes ligadas à comunidade latino-americana, a franquia já se tornou a mais valiosa da Major League Soccer.

Já classificado em primeiro do Grupo D, o Flamengo enfrenta o Los Angeles FC na terça-feira, às 22h (de Brasília), em Orlando. O time americano já está eliminado pois não pontuou nas duas primeiras rodadas.

O LAFC foi criado em outubro de 2014 com a promessa de construção de um novo estádio no coração de Los Angeles, uma forma de alfinetar o rival Los Angeles Galaxy que joga em Carson. Em julho de 2017 contratou Bob Bradley como treinador e, pouco depois, anunciou Carlos Vela como primeira contratação da história. Quatro anos depois da fundação veio a estreia, em março de 2018, já com vitória sobre o Seattle Sounders. Um mês depois foi a primeira partida no Bank of California Stadium.

Ter dinheiro e estar em Los Angeles ajudou, mas o clube tem 30 donos, incluindo vários famosos e pessoas influentes. Estão nessa lista nomes como “Magic” Johnson, Mia Hamm e Will Ferrell, entre outros empresários ligados ao esporte. O estádio foi o primeiro dedicado exclusivamente ao futebol em Los Angeles em mais de três décadas.

Igor Jesus, ex-Flamengo, festeja gol do empate na classificação do Los Angeles FC contra o América-MX — Foto: Luiza Moraes - FIFA/FIFA via Getty Images

Hoje, o LAFC lidera o ranking das franquias mais valiosas da MLS, segundo levantamento da Forbes. Avaliado em 1,25 bilhão de dólares, o clube supera até o Inter Miami de Messi, que aparece em segundo com valor estimado de 1,2 bilhão de dólares.

O Los Angeles FC venceu duas vezes o Supporters’ Shield (2019 e 2022), foi campeão da MLS Cup em 2022 e conquistou a primeira U.S. Open Cup em 2024. Com títulos internacionais, porém, bateu na trave em duas finais de Liga dos Campeões da Concacaf, em 2020 e 2023.

O Los Angeles FC nasceu das cinzas do Chivas USA, uma equipe que disputou por dez anos a MLS e encerrou as atividades em 2014. O clube era uma filial norte-americana do popular Chivas Guadalajara, do México, e, apesar de já nascer com um forte apoio da comunidade mexicana em Los Angeles, teve uma série de problemas. Com essa ausência, apareceu o novo time.

Com quatro anos desde o anúncio sobre a nova equipe até a estreia, o LAFC usou as lições sobre o que não fazer e teve cerca de 17.500 ingressos para toda a temporada vendidos antes mesmo de chutar a bola pela primeira vez. Um dos grandes desafios dos times nos Estados Unidos é justamente criar uma relação profunda com os torcedores.

A criação do clube também tinha como objetivo conquistar esses fãs latino-americanos, que são boa parte da população da cidade. A contratação de Carlos Vela, que se tornou rosto do time e anunciou a aposentadoria no fim de maio, ajudou neste sentido. Como está no coração da cidade, o Los Angeles conseguiu cativar esse público, que ainda é quem mais consome futebol. A principal torcida organizada, a 3252, é fundada em parte por ex-membros do Chivas USA e composta majoritariamente por latinos, que levaram tambores aztecas, cantos em espanhol e vibração ao BMO Stadium.

Torcida do Los Angeles FC faz protesto contra políticas de Trump — Foto: Orlando Ramirez/Getty Images

No último jogo antes da Copa de Clubes a torcida promoveu protestos contundentes contra a política de imigração de Donald Trump. A cidade vive vários dias de tensão nas ruas com movimentos contra a prisão de imigrantes irregulares. O presidente enviou a Guarda Nacional para a cidade, ordenou que fuzileiros navais da ativa contenham as manifestações e entrou em confronto com o governador da Califórnia.

Los Angeles foi palco de uma série de operações conduzidas pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE, “Serviço de Imigração e Controle de Aduanas”, em tradução livre). Pouco antes do início da partida contra o Sporting Kansas City, pela MLS, foram estendidas nas arquibancadas faixas com “Abolir o ICE” e “Imigrantes são o coração de Los Angeles”.

Os jogadores também manifestaram apoio. O atacante Jeremy Ebobisse afirmou que não é normal o que está acontecendo. O atleta é bastante engajado com causas sociais e um dos fundadores do Black Players For Change, uma organização independente de jogadores, estafe e treinadores da MLS para lutar por inclusão.

— O que está acontecendo em Los Angeles não é normal, e não podemos tratar como se fosse. Tem sido um momento doloroso para a cidade. Eu moro no centro, e vi e ouvi o que está acontecendo. Parte o coração testemunhar as ações duras que estão ocorrendo em nossas ruas — disse.

Torcida do Los Angeles FC faz protesto contra políticas de Trump — Foto: Orlando Ramirez/Getty Images

O próprio LAFC divulgou uma nota oficial se solidarizando com a população atingida pelas ações do ICE.

“O LAFC acredita que a verdadeira força de nossa comunidade vem das pessoas e culturas que formam o tecido desta bela e diversa cidade. Hoje, enquanto muitos em nossa cidade experimentam medo e incerteza, o LAFC está lado a lado com todos os membros de nossa comunidade. Estamos com vocês, Los Angeles.”

O LAFC mescla experiência e juventude. Entre os principais destaques estão Denis Bouanga, Hugo Lloris, Igor Jesus e David Martínez. Olivier Giroud também é um nome bem conhecido do elenco, mas alterna entre titular e reserva.

Bouanga é o nome que o Flamengo mais precisará ter atenção. Em 24 jogos na atual temporada, ele tem 14 gols e sete assistências, incluindo Liga dos Campeões da Concacaf, MLS e Eliminatórias. Ele foi o herói da classificação à Copa do Mundo de clubes com o gol da vitória na prorrogação, além do passe para Igor Jesus abrir o placar. Explosivo, veloz e habilidoso, deve dar trabalho aos defensores.

Bouanga jogou demais na vitória do LAFC sobre o América-MEX — Foto: Luiza Moraes - FIFA/FIFA via Getty Images

Contratado no início de 2025 junto ao Estrela da Amadora, de Portugal, Igor Jesus se adaptou rápido à MLS e se tornou titular absoluto. O Flamengo, inclusive, ainda não recebeu nada pela saída do jogador em 2024.

Igor deixou o clube em operação de 2 milhões de euros (R$ 12,5 milhões na cotação da época). Mas os portugueses não pagaram nenhuma parcela. Ao todo, o Flamengo estima ter direito a receber mais de R$ 35 milhões. O caso está na Fifa .

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Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

Fonte: Globo Esporte
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