O juiz Fernando Brandini Barbagalo, do Distrito Federal, decidiu manter a negativa ao pedido do Ministério Público para incluir o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, em um processo por estelionato. Com essa decisão, o jogador continua respondendo apenas pelo crime de fraude esportiva, que está relacionado ao cartão amarelo que recebeu em uma partida contra o Santos em 2023. Além disso, a Justiça descartou a aplicação de medidas cautelares.
Contexto das Acusações
Recentemente, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) apresentou um recurso que pedia a inclusão de Bruno Henrique, seu irmão e mais sete pessoas no processo por estelionato. A promotoria argumentou que o jogador teria se beneficiado financeiramente ao fazer apostas com informações privilegiadas sobre o cartão amarelo que receberia. No entanto, o juiz Barbagalo considerou que as provas disponíveis apenas sustentam a acusação de fraude esportiva, conforme previsto na Lei Geral do Esporte. Ele destacou que as empresas de apostas envolvidas não se manifestaram formalmente como vítimas, limitando-se a responder às solicitações da Polícia Federal e do MP.
Medidas Cautelares Rejeitadas
A Justiça também decidiu não aplicar medidas cautelares, que incluíam a fiança de R$ 2 milhões, a proibição de contratos com casas de apostas e a retenção do passaporte do jogador. O recurso do MP agora será analisado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal em segunda instância.
Punição pelo STJD e Reação do Advogado
Em um desdobramento relacionado, Bruno Henrique foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil, devido ao caso de manipulação de apostas. Michel Assef Filho, advogado do Flamengo, classificou a decisão como "exagerada" e argumentou que o caso é distinto de outras punições anteriores. "O fato que aconteceu com o Bruno Henrique não guarda nenhuma relação com os casos julgados pelo STJD antes. Fica muito claro que ele nem deveria ter sido punido no Artigo 243-A", afirmou.
O advogado ressaltou que a estratégia de Bruno Henrique ao buscar um cartão amarelo não é antiética, mas sim parte do jogo. "O Bruno Henrique já planejava tomar o terceiro cartão amarelo; o cartão amarelo não é atitude antiética, faz parte da estratégia do jogo", completou.
Próximos Passos
Bruno Henrique foi acusado de forçar um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, o que teria beneficiado apostadores. Mensagens trocadas com seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que também é réu no tribunal, fundamentaram as acusações. Vale lembrar que a punição imposta pelo STJD se aplica apenas a torneios organizados pela CBF, e o Flamengo ainda planeja recorrer da decisão.