Jorginho eterno: família abre baú de memórias do único bicampeão da Libertadores pelo Flamengo

Em 2020, o Flamengo perdeu Jorge Luiz Domingos, mais conhecido como Jorginho, funcionário mais antigo do clube que sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu em razão de complicações provocadas pela Covid-19. Ele era o único bicampeão da Libertadores e guardava dentro de casa um baú de memórias de sua trajetória. Ao ge , a família do massagista revelou detalhes da vida do funcionário, que deixou duas filhas, cinco netos e um bisneto.

Danilo e Helena Viana, neto e esposa de Jorginho, massagista do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal
1 de 11 Danilo e Helena Viana, neto e esposa de Jorginho, massagista do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Danilo e Helena Viana, neto e esposa de Jorginho, massagista do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Jorginho foi casado com Helena Viana por 44 anos. A esposa, que já era separada do primeiro casamento, tinha duas filhas pequenas. Jorge Luiz construiu a família e se tornou pai, avô e bisavô. Contador de histórias e inspiração para os netos, o massagista tinha amor à vida e orgulho da trajetória pelo Flamengo, no qual esteve em um casamento por 40 anos, e até uns flertes com a Seleção Brasileira, já que foi campeão do mundo em 2002.

- Ele era muito orgulhoso da história dele, sempre contava para os netos. Ele começou a trabalhar com 12 anos para ajudar a mãe. Ele tinha um orgulho gigante, chegava em casa e falava “Deus, muito obrigado, porque tem gente que tem muito estudo e não conseguiu fazer a trajetória que eu fiz” - disse Helena.

- Ele sempre tinha uma história para contar, sempre dava exemplos, eu tentei seguir a carreira de jogador, não consegui. Mas ele sempre foi me mostrando, mostrando quem não conseguiu, quem conseguiu me dava exemplos. Ele fala da história da Copa em uma entrevista que o Ronaldo e o Rivaldo deram que se não fosse as massagens dele talvez o Brasil não seria campeão porque o Ronaldo teve um problema no joelho na época - finalizou o neto Danilo Viana.

Recordação de Jorginho da Seleção Brasileira — Foto: Arquivo Pessoal
2 de 11 Recordação de Jorginho da Seleção Brasileira — Foto: Arquivo Pessoal

Recordação de Jorginho da Seleção Brasileira — Foto: Arquivo Pessoal

Camisa da Seleção Brasileira autografada para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal
3 de 11 Camisa da Seleção Brasileira autografada para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

Camisa da Seleção Brasileira autografada para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

No Flamengo desde 1980, Jorginho acompanhou de perto a geração vitoriosa de Zico e companhia. Rubro-negro de coração, ele esteve presente nas maiores conquistas da história do clube, como o Mundial e a Libertadores de 1981 e, mais recentemente, nas conquistas da Libertadores e do Brasileiro de 2019. Após 40 anos de serviços, o massagista era o único bicampeão legítimo do torneio continental ainda no clube.

Jorginho e Adílio nos anos 80 no Flamengo — Foto: Arquivo pessoal
4 de 11 Jorginho e Adílio nos anos 80 no Flamengo — Foto: Arquivo pessoal

Jorginho e Adílio nos anos 80 no Flamengo — Foto: Arquivo pessoal

Jorginho também trabalhou na CBF e foi campeão do mundo em 2002 com a seleção brasileira, na Copa da Coreia e do Japão. Em sua casa é possível recordar as lembranças vividas naquele tempo de Seleção e de Flamengo com medalhas, camisas autografadas e até mesmo imagens ao lado de Ronaldo Fenômeno e Vampeta.

Medalhas de Jorginho, massagista do Flamengo  — Foto: Arquivo Pessoal
5 de 11 Medalhas de Jorginho, massagista do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Medalhas de Jorginho, massagista do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Vampeta e Jorginho nos tempos de Seleção Brasileira — Foto: Arquivo pessoal
6 de 11 Vampeta e Jorginho nos tempos de Seleção Brasileira — Foto: Arquivo pessoal

Vampeta e Jorginho nos tempos de Seleção Brasileira — Foto: Arquivo pessoal

Jorginho e Ronaldo Fenômeno — Foto: Arquivo Pessoal
7 de 11 Jorginho e Ronaldo Fenômeno — Foto: Arquivo Pessoal

Jorginho e Ronaldo Fenômeno — Foto: Arquivo Pessoal

Jorginho sofreu um AVC em dezembro de 2019 e em março de 2020 contraiu a Covid. Apesar da idade avançada, o massagista vivia uma vida com condições saudáveis. O Calcanhar de Aquiles de Jorge Luiz foi a difícil recuperação do derrame. Em casa, não gostava de falar de morte, era um amante da vida.

- Ele era muito forte, o problema é que ele não tinha se recuperado do AVC, tinha cinco, sete dias que ele tinha saído do hospital. Ele lutou para viver, ele amava a vida. Ele era um homem com os pés no chão.

Camisa do Flamengo autografada de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal
8 de 11 Camisa do Flamengo autografada de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

Camisa do Flamengo autografada de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

Quem conhecia Jorginho o adorava e admirava, disse Helena. Na Ilha do Governador, onde moravam, o massagista era visto como celebridade e era tietado pelos moradores nos bares locais por trabalhar no Flamengo.

- Ele ia para um 'barzinho' que tem aqui perto que a gente chama de pé sujo e quando ele estava sozinho, coitado, as pessoas pediam camisa, ingresso. Eu falava: “Jorge, você tem muita paciência”. O Jorge era muito comunicativo. Todos gostavam dele.

Camisa de Diego Ribas, do Flamengo, como presente para Jorginho — Foto: Arquivo Pessoal
9 de 11 Camisa de Diego Ribas, do Flamengo, como presente para Jorginho — Foto: Arquivo Pessoal

Camisa de Diego Ribas, do Flamengo, como presente para Jorginho — Foto: Arquivo Pessoal

Camisa de Vitinho, do Flamengo, de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal
10 de 11 Camisa de Vitinho, do Flamengo, de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

Camisa de Vitinho, do Flamengo, de presente para Jorginho — Foto: Arquivo pessoal

No sábado, sem Jorginho, mas com a sua lembrança entre os jogadores, o Flamengo entra em campo para tentar o tricampeonato da Libertadores. Às 17h (de Brasília), enfrenta o Palmeiras, no Estádio Centenário, em Montevidéu, mesmo local da conquista do primeiro título em 1981.

11 de 11

Fonte: Globo Esporte