O retorno de Pedro ao Flamengo, sete meses após grave lesão no joelho esquerdo, se deu em um roteiro longe do ideal, com a derrota para o Central Córdoba em casa na Libertadores. De qualquer forma, marcou o início de seu processo para retomar ritmo de jogo e voltar a ser um centroavante letal. A partir de agora, a torcida precisará ter paciência para acompanhar sua evolução no campo.
Quando o jogador de 27 anos se machucou em setembro do ano passado, em um treino da seleção brasileira, uma das grandes preocupações no rubro-negro era sobre a condição de ter uma de suas principais referências no Mundial de Clubes, em junho. Se o rompimento do ligamento cruzado anterior demorasse os nove meses de costume em outros casos, isso não seria possível.
Porém, a recuperação de Pedro foi muito mais rápida que o esperado. Em fevereiro, ele estava recuperado clinicamente e liberado para atividades no campo do Ninho do Urubu. No final do mês passado, voltou a fazer atividades com bola junto do restante do grupo, e tornou real a projeção de volta aos campos em abril, o que se cumpriu ontem.
A partir de agora, a programação do departamento médico e da comissão técnica de Filipe Luís será aumentar seu tempo em campo gradativamente, para que se recondicione de maneira ideal e não tenha novas complicações no joelho. As dúvidas sobre o retorno ter sido apressado, visto os problemas de ataque da equipe, serão respondidas com muita cautela, inclusive do próprio jogador.
— Vai ser de forma bem gradativa. Vamos progredindo aos poucos, subindo os minutos em campo, mas é claro que tem que ser jogo a jogo. Pensar nos treinamentos, em como eu vou estar fisicamente, como vai estar meu corpo depois dos jogos — disse Pedro ontem. — Enfim, vai ser no dia a dia, jogo após jogo. Não tem como pensar a longo prazo. Estou feliz pelo retorno, espero poder voltar à minha melhor forma física. Tenho certeza que eu vou, em breve, estar no meu melhor momento.
O Central Córdoba foi um adversário muito mais difícil que a encomenda, e jogou um banho de água fria no retorno do camisa 9, que pouco fez em 25 minutos no gramado. De qualquer forma, apresentava-se como um jogo de menos exigência do que a partida contra o Grêmio, neste domingo, em Porto Alegre, pelo Brasileirão, que é a próxima oportunidade de ver o centroavante em campo.
Recuperação bem avaliada
O tempo de retorno de Pedro foi considerado caso de sucesso internamente. A recuperação passou por duas gestões diferentes, pois o presidente Bap assumiu mandante neste ano e mudou o departamento médico. Os atuais profissionais assumiram o processo mais de três meses após a operação feita no joelho.
— Quando a gente chegou, o Pedro tinha aproximadamente três meses de pós-operado, e a gente fez uma avaliação médica e fisioterapêutica. Eu conversei com o terapeuta que estava conduzindo o processo para que, a partir dali, junto com as avaliações que foram feitas no clube, a gente pudesse elaborar uma estratégia de tratamento para ele —afirmou Fábio Marcelo, coordenador de fisioterapia do clube, Fábio. — Colocamos em prática, privilegiando alguns tipos de trabalho, fazendo adaptações para a fase que ele se encontrava, e conseguimos recuperá-lo em um tempo muito bom.
Nesta quinta-feira, o Flamengo abriu as portas do Ninho Urubu para a imprensa e apresentou toda a estrutura que os jogadores dispõem no CT: refeitório, hotelaria, salas de fisioterapia e fisiologia, academia, entre outros. Cláudio Pavanelli, fisiologia que comanda a área de Ciência do Esporte e Performance do rubro-negro, frisou que o alto investimento em aparelhos não é o maior diferencial.
— O mais importante são as conversas entre as áreas, para que a troca de informação precisa, seja de uma análise de sangue, urina ou saliva, chegue para quem vai atuar na hora, com uma precisão maior, de uma forma individual para os nossos atletas. Então, a grande diferença de investimento é em tempo e em troca de informação entre os profissionais — disse Pavanelli. — O foco é nessa questão de gerenciar informação, direcioná-la através de um sistema e uma ferramenta extremamente simples. Pontuamos algumas coisas que já eram feitas, outras adequamos em nosso pensamento.
Cláudio Pavanelli, fisiologista que comanda a área de Ciência do Esporte e Performance do rubro-negro, detalhou o trabalho do departamento e frisou que o alto investimento em aparelhos feito pelo clube não é o maior diferencial.
— O mais importante são as conversas entre as áreas, para que a troca de informação precisa, seja de uma análise de sangue, urina ou saliva, chegue para quem vai atuar na hora, com uma precisão maior, de uma forma individual para os nossos atletas. Então, a grande diferença de investimento é em tempo e em troca de informação entre os profissionais — disse Pavanelli. — O foco é nessa questão de gerenciar informação, direcioná-la através de um sistema e uma ferramenta extremamente simples. Pontuamos algumas coisas que já eram feitas, outras adequamos em nosso pensamento.