Mesmo fora de duas competições e com um time sem padrão de jogo, Muricy Ramalho tem status de intocável no Flamengo. Até porque, se a diretoria decidir trocá-lo, vai pagar uma fortuna. Diferentemente dos treinadores anteriores, seu contrato não tem cláusula de saída que prevê pagamento de multa de apenas um salário.
Se quisesse trocar o comandante agora, o clube arcaria com 20 dos 24 meses de seus vencimentos — algo próximo de R$ 8 milhões. Procurado, o vice de futebol Flávio Godinho disse que não comentaria o assunto. O presidente Eduardo Bandeira de Mello reforçou que o treinador segue com moral.
— O trabalho do Muricy apenas começou, não existe possibilidade de ninguém contestá-lo — garantiu.
Desde a saída de Dorival Júnior, o Flamengo estabeleceu uma cláusula no contrato dos treinadores em que o lado que decidisse romper o vínculo pagaria como multa o correspondente a um salário. Foi assim com Jorginho e Mano Menezes, ainda em 2013. O clube chegou a pagar ao mesmo tempo Joel Santana, Dorival e Jayme de Almeida.
Em seguida, Vanderlei Luxemburgo assumiu em 2014 sob a mesma política, repetida com Cristóvão e Oswaldo de Oliveira, mas alterada na gestão reeleita de Bandeira de Mello, com participação do diretor-geral Fred Luz.