Flamengo: Dome tem cinco dificuldades nos bastidores para seguir

A goleada por 5 a 0 sofrida pelo Flamengo no Equador não é apenas saldo de uma atuação péssima diante do Independiente Del Valle. Não é de hoje, há questionamentos internos ao trabalho do técnico Domènec Torrent.

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A chance de troca no comando neste momento é vista como praticamente nula, mas há fatores em jogo que após um mês de trabalho ainda geram consequências no ambiente dos treinamentos e no vestiário dos jogos.

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Treinamentos

Os atletas e funcionários do Flamengo no geral entendem que o treinamento de Domènec Torrent é muito diferente em relação ao que o elenco estava acompanhado no ano passado. O ritmo, principalmente, é outro.

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Embora os conceitos sejam modernos, e a didática elogiada, tanto tática como tecnicamente, as práticas são consideradas menos produtivas no Ninho do Urubu em relação ao período de Jorge Jesus.

O treinador colheu os frutos ao longo de uma sequência de quatro jogos no Brasileiro. Mas os questionamentos sempre estiveram lá.

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Rodízio

Embora entendam a explicação para a realização do rodízio, os jogadores do Flamengo ainda não compreendem algumas decisões de Dome.

A última é a utilização de Bruno Henrique, que vinha de lesão. O atacante ja estava em condições de jogo para a partida do Brasileiro, contra o Ceará, no fim de semana, ma foi poupado da viagem.

Em seguida, ficou no banco contra o Del Valle no primeiro tempo. O mesmo já havia ocorrido com Arrascaeta e Gabigol, que se colocaram à disposição para atuar de início em outros jogos e foram preteridos.

Relação com lideranças

O capitão sem faixa no Flamengo era o principal responsável por administrar o ânimo dos jogadores em situações de dificuldade. Com a saída do lateral para a Grécia, o elenco ficou sem uma referência do mesmo nível.

Os líderes do elenco - Filipe Luis, Diego, Éverton Ribeiro e Diego Alves - se colocaram a disposição de Dome para entender as novas ideias, mas no geral elas não tem sido absorvidas tão facilmente por todos os jogadores.

Desde que assumiu, Dome tem dado mais espaço no time e mais voz ao camisa 10 Diego, que até o começo do ano era reserva. O meia vem entrando em vários jogos, assim como outros atletas do banco com menos rodagem.

Mas o diálogo com os principais atletas ainda não atingiu o entendimento desejado. O que se reflete em campo.

Má fase de jogadores

Não se sabe se por consequência ou não dos questionamentos, mas o Flamengo tem uma série de jogadores com atuações abaixo do normal. O principal deles hoje é Gabigol, que mais uma vez passou em branco e quando teve oportunidades, desperdiçou contra o Del Valle.

Outra peça fundamental em momentos de conquista, o meia Gerson está longe de seus melhores dias. Comenta-se no clube que o camisa oito também é um dos que questiona os métodos de treino e rodízio de Dome.

Sem falar na linha de defesa, que mesmo com Rodrigo Caio de volta sofre muitos gols. São 18 sob o comando de Domènec Torrent em 11 jogos.

Decisões não compreendidas

Não apenas o rodízio e os métodos de treino são questões não tão bem digeridas no Flamengo. Há diferença de conceitos da comissão técnica de Dome e dos profissionais do Centro de Excelência em Performance no que se refere às decisões sobre o dia a dia dos treinamentos e jogos.

O técnico indicou que preferia dar folga aos jogadores 48 horas após os jogos, mas isso não foi cumprido nas últimas semanas. Um dia depois de poupar jogadores contra o Ceará, os mesmos participaram de um treino com o sub20.

Em termos táticos, apesar das ideias já explanadas, Dome chamou a atenção nos últimos jogos com a montagem do banco de reservas e com as substituições durante as partidas.

Entre as críticas, o fato de colocar em alguns momentos poucos homens de ataque, e em outros encher o time de atacantes sem meias ou jogadores capazes de fazer a ligação com o setor ofensivo.

Fonte: Extra