Flamengo busca formação ideal no ataque: apenas 4 trios repetidos em 10 jogos

O Flamengo tem enfrentado um verdadeiro quebra-cabeça em seu setor ofensivo, e essa situação não tem passado despercebida pelo técnico Filipe Luís. Nos últimos dez jogos, o trio de ataque rubro-negro foi repetido em apenas quatro oportunidades, evidenciando a intensa busca pela formação ideal em um setor que tem sido alvo de questionamentos sobre seu aproveitamento.

Enquanto a defesa e o meio-campo parecem ter encontrado uma base sólida, o ataque se tornou um verdadeiro campo de testes para o treinador. As constantes mudanças nas escalações geram debates entre os torcedores, mas uma peça se destaca como praticamente intocável: Samuel Lino. O atacante, que foi titular em nove das últimas dez partidas, tem se mostrado essencial desde que vestiu o Manto Sagrado. Curiosamente, o mesmo jogador que enfrentou vaias após o empate com o Cruzeiro, no Maracanã, rapidamente conquistou a confiança de Filipe Luís e se firmou na ponta esquerda.

A formação mais frequente do Flamengo conta com Gonzalo Plata na direita, Lino na esquerda e Pedro como referência central. Contudo, as escalações recentes indicam que o comandante ainda não está totalmente satisfeito e busca alternativas táticas dependendo do adversário. As razões para essas trocas variam, desde questões físicas pontuais até decisões puramente técnicas. Por exemplo, no jogo contra o Cruzeiro, mesmo com todos os atletas disponíveis, Filipe Luís optou por escalar Carrascal pela direita, deslocando Plata para o meio e mantendo Lino na esquerda, com o objetivo claro de explorar a linha de defesa alta do adversário.

Essa busca incessante por soluções abriu uma forte concorrência interna. Se Samuel Lino parece ser o dono da ponta esquerda, a vaga na direita é disputada intensamente por Carrascal, Plata e Luiz Araújo. No comando do ataque, embora Pedro seja o único centroavante de ofício, Bruno Henrique e até mesmo Plata já foram testados na função, demonstrando a versatilidade que o treinador exige de seus jogadores.

Variações do trio de ataque nos últimos 10 jogos

  • Flamengo 0x0 Cruzeiro: Carrascal - Plata - Samuel Lino
  • Corinthians 1x2 Flamengo: Carrascal - Bruno Henrique - Samuel Lino
  • Estudiantes 1x0 Flamengo: Plata - Pedro - Samuel Lino
  • Flamengo 1x1 Vasco: Plata - Bruno Henrique - Everton Cebolinha (Samuel Lino entrou no 2ºT)
  • Flamengo 2x1 Estudiantes: Plata - Pedro - Samuel Lino
  • Juventude 0x2 Flamengo: Luiz Araújo - Pedro - Samuel Lino
  • Flamengo 1x1 Grêmio: Plata - Pedro - Samuel Lino
  • Flamengo 8x0 Vitória: Plata - Pedro - Samuel Lino
  • Internacional 0x2 Flamengo: Plata - Bruno Henrique - Samuel Lino
  • Internacional 1x3 Flamengo: Luiz Araújo - Pedro - Samuel Lino

Apesar dos 21 gols marcados no período — número inflado pela goleada de 8 a 0 sobre o Vitória —, a eficiência nas finalizações ainda é um ponto de atenção. A equipe apresenta uma média de 14,9 chutes por jogo, mas apenas 4,7 deles vão na direção do gol. Filipe Luís reconhece o debate e atribui a decisão final aos atletas. "Estou escutando desde o começo do trabalho que o time chuta pouco. Existem jogadores que têm mais facilidade de finalizar e outros, menos. Eu quero que chutem, peço que sim, mas a decisão em campo é do jogador. Eles tentam tomar a melhor decisão para ajudar a equipe", afirmou.

Neste domingo (5), contra o Bahia, a expectativa é de mais um capítulo nessa saga pela formação ideal. Sem desfalques por convocações, Filipe Luís terá também a próxima Data Fifa como um período crucial para ajustar os detalhes e, quem sabe, encontrar a combinação que dará ao Flamengo a consistência ofensiva que a Nação tanto espera.

Fonte: Redação Netfla