Flamengo: Bap põe Brasileiro e Libertadores à frente de Mundial e reclama de calendário 'insustentável'

Assim como os outros 31 times participantes da primeira Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo chegará aos Estados Unidos com a confiança de disputar o título do torneio da Fifa. O presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, não foge deste discurso, mas também reconhece que a competição não pode ser a prioridade do clube na temporada.

Em entrevista à revista Forbes, divulgada nesta segunda-feira (2), Bap apontou que o calendário do futebol brasileiro é muito desafiante, com o clube podendo fazer mais de 80 jogos se chegar a todas as finais de torneios que disputa. Por isso, o foco está nos torneios locais:

— A prioridade é o Brasileirão e a Libertadores, mas não vejo como o Mundial de Clubes competiria com essas outras competições. O Flamengo pode jogar 81 jogos este ano. É muita coisa — afirmou Bap. — É preciso ter um elenco maior, atendimento médico diferenciado, preparação e tudo mais. É mais complicado do que em outros países, e não acredito que seja sustentável — completou, mas sem deixar de mostrar otimismo com o Mundial:

— Estamos animados. Vai ser difícil, mas estou bastante confiante. Em todas as competições que o Flamengo participa, esperamos ser os vencedores. Então, espero que o Flamengo chegue à final e seja campeão — disse o presidente.

Bap reforçou a crítica ao se lembrar de ano de 2019, no qual o Flamengo quebrou um jejum de três década na Libertadores e foi vice-campeão do Mundial de Clubes, em seu antigo formato. A derrota para o Liverpool por 1 a 0, em Doha (Catar), veio na prorrogação.

— Foi um grande ano, porque conquistamos a Libertadores depois de 38 anos — lembrou. — Nos preparamos para o Mundial de Clubes normalmente. Era o fim da temporada, e foi bem sofrido depois de quase 75 jogos. Foi difícil para nós competir contra o Liverpool.

Receita recorde

Na entrevista à Forbes, o presidente do Flamengo ainda projetou uma receita recorde para o clube em 2025: na casa de R$ 1,5 bilhão. Em 2024, o rubro-negro arrecadou mais de R$ 1 bilhão pelo quarto ano seguida — receita de R$ 1,3 bilhão —, mas a dívida aumentou em 581%.

Ele disse isso ao comentar sobre a taxação que o governo de Donald Trump deve praticar em cima da premiação da Copa do Mundo de Clubes — o rubro-negro deve abrir uma empresa temporária nos EUA para diminuir a tributação.

— O impacto líquido no Flamengo é positivo, mas não crítico. Nada mudará em nossa vida, porque somos um clube lucrativo no Brasil. Provavelmente, somos o maior clube em termos de receita na América Latina e, de longe, o número um no Brasil. Neste ano, a receita provavelmente será de R$ 1,5 bilhão, aproximadamente 270 ou 280 milhões de dólares — revelou: — A dívida total ficará entre 25 e 30 milhões de dólares. A dívida está praticamente sob controle. Portanto, do ponto de vista da liquidez, temos sete ou sete meses em termos de caixa. Do ponto de vista financeiro, estamos em uma posição forte.

Apenas por participar do Mundial, o clubes da América do Sul terão direito a 15,2 milhões de dólares (cerca de R$ 85,7 milhões). Além disso, uma vitória na fase de grupos vale 2 milhões (R$ 11,2 milhões), enquanto um empate, 1 milhão (R$ 5,6 milhões). Mesmo com a diferença para as premiações dos clubes europeus, Bap evitou criticar a Fifa.

— A Fifa teve que acomodar todos esses interesses. É a primeira vez que faz isso (a Copa do Mundo). De alguma forma, tenta lidar com as diferentes realidades de todos. Considerando os clubes e o tamanho deles, deve haver uma diferenciação. Dito isso, se a diferenciação proposta pela FIFA é a melhor, só o tempo dirá — declarou o presidente do Flamengo.

Fonte: Extra
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