Filipe Luís reconhece que Santos anulou Flamengo: "Faltou um pouco mais de coragem para arriscar"

— Sempre difícil (falar) depois de uma derrota. Primeiro temos que parabenizar o Santos pela vitória. É um time que fez grande trabalho dentro do campo, tentou de todas as formas anular nossas vantagens ofensivas e conseguiu. Eles aproveitaram bastante os contra-ataques que tiveram e venceram o jogo. Agora, é continuar trabalhando. Único caminho é trabalhar, treinar e pensar em vencer o próximo jogo — disse o treinador.

Ex-comandado de Cleber Xavier na seleção brasileira, que foi muitos anos auxiliar de Tite e hoje é treinador do Santos, Filipe elogiou a organização defensiva do Peixe, mas não deixou de cobrar alternativas para seu time criar mais chances em jogos com esse cenário.

— Eles tentaram pressionar no começo do jogo, e a gente conseguiu sair bem. Acabamos dominando e defendendo com a bola. Mas concordo que no terço final é onde faltou mais agressividade para a gente finalizar as jogadas, um pouco mais de coragem para arriscar cruzamentos, chutar de fora da área ou até mesmo o um contra um em um time que estava tão bem defensivamente, muito bem trabalhado pelo Cleber (Xavier). Tentei no primeiro tempo já trocar o Luiz Araújo e o Bruno Henrique, porque o Luiz ia conseguir cruzar com a perna esquerda. Mesmo assim, o Santos estava bloqueando bastante nossos movimentos, cruzamentos e nossas entradas na área. Criamos esse volume, mas não conseguimos converter em chances de gol. Vamos analisar o que podemos fazer de diferente para superar esse tipo de defesa comentou — Filipe Luís.

Apesar da derrota, o Rubro-Negro permanece na liderança do campeonato com 27 pontos em 13 jogos — mas o Cruzeiro pode passar se empatar com o Fluminense no Maracanã nesta quinta. Também com 27 pontos está o Bragantino, que empatou com o São Paulo.

O próximo compromisso do Flamengo é no domingo, justamente contra o Fluminense, às 19h30, no Maracanã, pela 15ª rodada.

O treinador evitou o assunto Pedro, depois de desavença pública em coletiva de imprensa no último jogo contra o São Paulo e com a nota publicada pelo jogador. Filipe foi perguntado, primeiro, se conta com ele para o Fla-Flu, já que Bruno Henrique está suspenso. Depois, se houve conversa com seu atacante ou ao menos se a direção falou com Pedro.

— O assunto do Pedro já está encerrado. Falei tudo que tinha que falar na coletiva e ele já se posicionou. É assunto encerrado. A única coisa que resta para nós dois é trabalhar e ajudar o Flamengo — disse Filipe, primeiro.

— Repito, assunto do meu caso é totalmente encerrado. Prefiro não opinar sobre isso. É um assunto para o pessoal da diretoria, para você fazer diretamente para eles. Da minha parte técnica o que eu falei já está totalmente encerrado.

— O Wallace tem entrado muito bem, correspondido sempre que precisamos e em diversas posições. Tem gol, tem assistência e luta pela equipe. Sempre contamos com ele. Pensei em colocá-lo naquele momento porque era o que o jogo estava pedindo. Eu não calculei antes o tempo que ele iria jogar, se não o que o jogo estava pedindo. O Matheus era uma opção de banco e, no momento que tomamos o gol, eu só tinha mais uma substituição e optei por colocar o Juninho para ter dois atacantes na área, porque a gente ia chegar mais por fora, porque o Santos ia se fechar por dentro. Muito nobre da parte do Matheus querer jogar. Essa semana ele treinou quase a semana toda com o sub-20, é um menino que sempre treina bem. Agora, com essa sequência, ele vai ter oportunidades para poder demonstrar no campo.

— Olhamos os resultados que acontecem e vemos como estamos. A única coisa que está ao nosso alcance é fazer nossa parte. Hoje, não fizemos. Foi um jogo em que o adversário conseguiu vencer na sua casa. Achávamos que poderíamos conquistar pontos aqui na Vila. Sempre é difícil jogar na Vila, um time tão bem treinado e com um jogador tão determinante como o Neymar. Não é normal, mas nesses jogos pode acontecer de perdermos ponto. O campeonato é longo, temos que levantar o ânimo, porque temos um clássico domingo contra um adversário que vem motivado pelo grande Mundial que fez, e nunca é fácil jogar contra o Fluminense.

— Ele é um jogador extraordinário, um grande amigo e ex-companheiro de Seleção. Tenho uma amizade muito grande e muito boa com ele. Privilégio para o futebol brasileiro que ele esteja jogando aqui novamente. Uma pena que hoje ele conseguiu decidir o jogo para o Santos. Um jogador determinante, jogador que pega a bola e sempre faz alguma coisa. Uma jogada de perigo, de efeito, deixa o companheiro na frente do gol. Esse tipo de jogador obviamente tentamos ter um cuidado especial. Primeiro não deixar ele ter tempo de receber, sempre ter gente em cima. Mas ele tira sempre o marcador que vem perto, tem uma visão de jogo muito boa e acaba sempre colocando o companheiro em vantagem. Na verdade, o Santos criou mais chances com as nossas perdas da bola, as transições, contra-ataques. Momentos que estávamos confortáveis, tentávamos acelerar a jogada e forçávamos um passe e errando no meio. E sofremos assim. Tentei corrigir isso no intervalo, segurar um pouco mais o Varela principalmente para segurar as investidas, que eram a única forma que o Santos estava criando perigo na gente. Mas, infelizmente, num erro nosso eles fizeram o gol. Isso é futebol. Continuar insistindo que nosso time tem que se proteger melhor desses contra-ataques. Quando temos muito tempo a bola é a forma que o adversário tem de nos machucar.

— Todo mundo sabe a qualidade que o Neymar tem e que é importante para o nosso futebol. Hoje vi um Neymar fisicamente com nível de Série A. A gente via nos duelos, nas recomposições, até mesmo ele defendendo e pressionando nossos zagueiros, coisa que não vinha fazendo antes dessa pausa. Normal depois de tanto tempo parado. Acredito que uma lesão tão grave e séria como a que ele teve sempre vai requerer cuidados sobre a parte muscular e do joelho. Mas é um jogador que, quando está bem, sempre faz a diferença.

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