Filipe Luís defende postura de Wallace Yan no Flamengo: "Os adversários que se irritem"

O Flamengo perdeu para o Atlético-MG por 1 a 0 nesta quinta-feira, no Maracanã, em partida válida pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Em coletiva, Filipe Luís defendeu a postura de Wallace Yan. O jovem atacante discutiu com jogadores do Galo tanto no jogo do fim de semana pelo Brasileirão quanto no confronto desta quinta.

— O Wallace é o jogador que é pelo caráter que tem e pela personalidade. É ele, o jeito dele. Não tem que mudar, tem que continuar sendo ele. Vai irritar alguns jogadores. O que ele não pode é ser violento ou agressivo. Tem que continuar jogando dessa forma que entra, incendeia o jogo. Já nos deu muitas alegrias. Os adversários que se irritem. A única coisa que eu não quero é que atue de forma violenta, que xingue ou insulte algum jogador dentro de campo — comentou o técnico em coletiva.

O técnico afirmou que a derrota dói, mas que classificação ainda está aberta. Além disso, Filipe Luís comentou as estreias dos reforços Saúl, Emerson Royal e Samuel Lino. O atacante inclusive marcou um gol anulado por impedimento no último lance do jogo.

— Todo jogo deixa um aprendizado e uma guia para melhorar e evoluir como equipe. Não é um adversário fácil, esperávamos esse jogo difícil. Resultado que dói, mas está aberta a eliminatória ainda — disse o técnico, antes de completar:

— O Samuel jogou Mundial e teve pouco tempo parado, vinha treinando no Atlético. Os outros dois tiveram mais tempo parados, bastante tempo sem jogar. Mas eu acredito que rapidamente eles vão entrar na forma física. Eles vêm treinando, hoje tiveram minutos e pouco a pouco eles vão estar em forma, são jovens. São jovens em forma, não têm problema de peso.

O gol do Atlético-MG saiu após um erro de saída de bola de Léo Pereira. O zagueiro tentou um passe para Léo Ortiz dentro da área e foi surpreendido por Cuello, que recuperou a bola e conseguiu marcar o gol. Filipe Luís viu um jogo "pior do que o normal" na fase defensiva, mas chamou a responsabilidade.

— Jogos contra o time do Cuca nunca são fáceis. Muito pelos encaixes individuais e perseguições. Muitas vezes os jogadores não conseguem, acabam forçando o jogo e gerando esses contra-ataques, jogo de ida e volta que não nos interessa. No primeiro tempo, foi um pouco assim. Não conseguimos encontrar tantas vantagens no nosso plano de jogo, no qual coloco minha parte de culpa. Mesmo assim, tivemos algumas chances. Me atrevo a dizer até que mais do que no jogo anterior. O jogo de hoje foi pior do que o normal na fase defensiva. Isso temos que corrigir e melhorar para o jogo de volta. Está tudo em aberto. No segundo tempo, melhoramos bastante, conseguimos criar essas chances e desmontar um pouco a defesa deles para poder chegar na área - e completou:

— Eu ainda não vi a jogada toda, mas sei como o Atlético pressionava e quais eram as soluções. Essa nossa saída de bola nos deu tanto sucesso, saímos jogando de várias formas diferentes contra várias pressões diferentes, e hoje aconteceu o primeiro erro que gerou gol. Eu peço para meus jogadores fazerem isso, saírem jogando. Sei do risco que existe e foi hoje, infelizmente. Não quero que parem de tentar sair jogando, porque acredito o futebol dessa forma, essa é a minha ideia. Nessa saída de pressão foi um passe que o Léo não contava com a presença de um jogador, que era o Cuello. Como eu falei, responsabilidade minha. É uma saída de bola que eu peço e treino. Às vezes o risco está aí.

O Flamengo volta a jogar no domingo, pelo Brasileirão, e enfrenta o Ceará. na Arena Castelão. O Rubro-Negro decide a classificação da Copa do Brasil, na quarta-feira, em Belo Horizonte.

Sobre Samuel Lino e como a comissão técnica vai usar ele

— Para mim, não existe ninguém com a camisa de titular, ninguém com a vaga no time sem demonstrar no campo, sem trabalho. Mas a gente sabe da qualidade do Samuel, da hierarquia que ele tem, do diferencial que ele é quando pega na bola… É justamente o jogador de que precisávamos para essa posição. É um jogador desequilibrante e determinante na área do adversário. O campo fala e vai jogar o melhor.

Wallace Yan em Flamengo 0 x 1 Atlético-MG pela Copa do Brasil — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Prioridade em competições

— Brasileiro e Libertadores são prioridades, mas entrei para ganhar. Da mesma forma que no jogo do Ceará eu vou preparado para vencer com as peças que penso que sejam as melhores. Claro que na volta vamos para tentar reverter. Na minha opinião está totalmente aberto. Sabemos que é difícil jogar no estádio do adversário, mas da mesma forma que eles venceram aqui, nós podemos vencer lá.

Filipe Luís e Cuca; Flamengo x Atlético-MG — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Poupados

— Foi um planejamento em que eu decido os jogadores. Nenhum deles tinha sido vetado, mas acredito que pela sequência que estão tendo não seria prudente colocá-los hoje e domingo também. E também que encaixavam com o plano de jogo que eu tinha pensado que poderia ser a partida. No outro jogo, o Arrascaeta esteve em campo e não foi beneficiado por esse plano. Optei por outras trocas, por descansá-lo para ter treinos aquisitivos e chegar bem na semana que vem.

Sobre o Luiz Araújo jogar na esquerda

— Acredito que o melhor lugar dele seja na direita. Mas hoje eu queria deixar o Matheus Gonçalves ali pelo drible que ele tem, ele é jogador de 1 contra 1… Com esses encaixes, essas marcações individuais, ele é capaz de tirar o jogador de cima. E sempre pensando que o Luiz Araújo é letal e um finalizador nato, para quando a bola chegasse dentro da área ele pudesse fazer os gols. Do mesmo jeito que ele jogou outros jogos e fez gols e deu assistências do lado esquerdo. Sei que o jogo em si dele, não é beneficiado mas a fase de finalização dele ali… eu acredito que sim. Como você falou, não foi um grande jogo nem dele nem da equipe, mas isso é normal e com certeza eu penso nele mais do lado direito.

Bola não entrar pelo chão

— Entrou. Hoje tivemos muitas chances de gol na minha opinião. Muito mais do que no último jogo. Tivemos bola na trave, a chance do Lino, gol impedido. A criação é bloqueada pela qualidade defensiva do adversário. Podem olhar nas estatísticas quantas vezes times do Cuca são goleados. É porque é um time que defende bem e que o modelo de jogo passa muito por essa fase defensiva. São times que te geram dificuldades na criação. Vão ter outros jogos que não vão ser assim, outros que sim. Eles estão com as soluções e vão ter dias em que vão estar menos finos, como o caso de hoje.

Dificuldades no meio-campo

— O buraco no meio-campo fazia parte do nosso plano de jogo. Os volantes estavam posicionados. Esse buraco existia para gerar esse espaço para a gente depois buscar a bola. Por vezes saiu certo, a bola entrou por dentro. Porque é um time que permite jogar por dentro. Ele bloqueia essa marcação individual e depende de tirar o jogador de cima, vencer duelos e evitar passes verticais. Hoje tivemos muito esses contra-ataques que geraram esse ida e volta. O Jorginho estaria posicionado no mesmo lugar do Evertton Araújo e do Allan. O gol foi um erro de passe em que o Léo Ortiz estava livre. Acontece. Cada jogo a gente prepara um tiro de meta em função do plano de jogo que a gente tenha. Hoje infelizmente aconteceu esse gol, mas não tem problema nenhum para mim. O risco existe, sempre vai existir. Hoje aconteceu e o importante é que a gente possa corrigir e não exista mais.

Sobre conversa que teve com o time depois dessa derrota

— Depois do jogo, com a cabeça quente, não tem conversa. Mas é muito claro, faz parte do futebol a derrota. Não foi a primeira do ano e provavelmente não vai ser a última. A derrota faz parte. Eu sempre gosto de mostrar para eles por que perdemos, por que jogamos mal, por que não jogamos tão bem e por que ganhamos…. Às vezes se ganha, mas não se joga bem. Eu gosto de ser muito realista com o que está acontecendo. Temos pouco tempo até o jogo do Ceará, mas amanhã vou analisar, rever todo o jogo e passar para eles o que aconteceu, para que esses erros sejam corrigidos. Claro que os jogadores estão com muita dor ainda dessa derrota, mas faz parte dessa nossa profissão. É levantar a cabeça o mais rápido possível para vencer no final de semana.

Minutagem do Léo Ortiz e do Léo Pereira

— Acredito que a zaga é um lugar delicado. Não gosto de mexer na última linha, tento mexer o menos possível. Pensando no desgaste que você citou, tem também o adversário. É um time que nos gera muitos problemas na última linha. Achei que não seria justo com os meninos jogar esse jogo. Acredito que sempre na zaga é uma situação mais delicada e a dificuldade que o ataque com Hulk, Rony e Cuello ia gerar na nossa última linha. Por isso optei por continuar com eles. Mas, se precisar contra o Ceará, ou até mesmo na volta, eu sei que temos o João e o Cleiton.

Sobre a preparação dos reforços

— Eles já tiveram conteúdo, tiveram os vídeos necessários pra entender como a gente joga. É da mesma forma que eles jogavam nos clubes deles, então não tem nenhuma novidade. Eu vi eles treinarem. A gente recebeu os dados físicos deles e achamos que não teria riscos colocá-los nesse jogo. Com tantos desfalques que temos, eu optei por trazê-los nessa relação. E a partir de agora é somar treinos, minutos de jogos, para que possam entrar nessa dinâmica da equipe o antes possível, com certeza vão ser muito importantes pra nós.

Cebolinha

— O Cebolinha está com uma tendinite, mas isso é assunto do médico. Mas eu sei que ele está com uma simples moléstia na parte do tendão e, em breve, voltará. Precisamos dele.

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Fonte: Globo Esporte
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