A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) anunciou que tomará medidas para padronizar os gramados de todos os estádio do Campeonato Carioca. Em reunião na sede da entidade nesta quinta-feira, o presidente Rubens Lopes afirmou que firmou parceria com a Greenleaf, empresa responsável pelo campo do Maracanã, e que todos terão de se adaptar.
- A Greenleaf vai fazer um convênio para aplicar um padrão para todos os gramados do Carioca. Vamos eliminar as variáveis em que cada um faz o que quer. Todos vão ter de se adaptar. É bom para todo mundo. Porque um faz certinho e outros, não - declarou Rubinho, que citou que a empresa vai dar um diagnóstico e que vai fiscalizar todos os campos.
Gramado de Moça Bonita foi alvo de críticas por parte do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Recentemente, o Botafogo demonstrou insatisfação com as condições do gramado do Estádio de Moça Bonita, casa do Bangu, após partida contra o Nova Iguaçu. Na ocasião, o Alvinegro afirmou ser inaceitável jogos em tais condições e falou da "responsabilidade envolvida com a preservação física dos jogadores".
A Ferj e o Bangu se defenderam e afirmaram que trabalharam em conjunto antes do início do Campeonato Carioca. Presidente do clube da Zona Oeste, Jorge Varela explicou que o corte do campo estava dentro do indicado e provocou o Botafogo, dizendo que o clube pode ter sentido o desconforto por estar acostumado com o gramado sintético do Estádio Nilton Santos.
Outro ponto discutido na reunião foi a bola do Cariocão. Técnico do Flamengo, Filipe Luís já havia reclamado e foi endossado pelo goleiro Rossi, além de Thiago Silva e Guga, do Fluminense. A entidade, porém, foi na contramão das críticas, disse que a bola tem aprovação da Fifa, que as reclamações não têm dados científicos e que a desaprovação é subjetiva. A Penalty, fornecedora esportiva do material, foi convidada para o debate, mas não esteve presente.
Representante do Flamengo na reunião, Dekko Roisman, responsável pela área de Relações Institucionais do Rubro-Negro, apresentou algumas reclamações dos atletas. Segundo ele, a bola "quica mais que as demais bolas de outras marcas, toma uma direção diferente de uma bola padrão e apresenta, no decorrer da partida, algumas características diferentes de quando começa o jogo". O dirigente ainda citou, como exemplo, as bolas de tênis, que sofrem deformações durante os jogos e que os tenistas escolhem atentamente antes dos saques.
Fluminense x Flamengo - Bola do Campeonato Carioca — Foto: André Durão
Rubens Lopes citou que a mesma bola é utilizada em outros campeonatos estaduais e que, no total, mais de 300 jogos são realizados com ela. Por outro lado, ele citou que a Penalty recebeu apenas sete reclamações, somando ainda as falas de Neymar, do Santos, e Hugo Souza, do Corinthians, após clássico entre as duas equipes na última quarta-feira, pelo Campeonato Paulista.
- Temos interesse de procurar uma empresa terceirizada para avaliar tecnicamente os parâmetros que são exigidos para que a bola seja aprovada. Não temos nenhuma informação objetiva de qual valência está desconforme com os padrões técnicos para que sejam utilizadas nas competições. Precisamos disso. Enquanto não tivermos isso, não temos meios de dizer que a bola é ruim. Ela pode ser inferior a determinadas marcas como pode ser superior. O mais importante é que esteja dentro dos padrões técnicos exigidos para que seja utilizado nas competições oficiais - afirmou o presidente da Ferj.