Animador de festas infantis, youtuber e figurante nas horas vagas, Robson Mafalda Porto, de 44 anos, resolveu fazer da sua ida ao Maracanã, na quarta-feira, um evento. O carioca do bairro de Santo Cristo acompanhou a vitória rubro-negra por 2 a 0 sobre o Internacional, pelas quartas de final da Libertadores, vestido de árbitro, com direito a equipamento do VAR. Flagrado nas transmissões de TV, o "Robson Joinha", da Fla-Mureta, viralizou e agora curte a fama.
— Perdi a minha mãe há pouco tempo, e de repente minha vida entrou num trampolim. Tenho um mês e meio de Maracanã. Fui uma vez com máscara de lobo e não pude entrar.
O lobo é um dos personagens que o carioca ostenta em seu canal do Youtube, voltado ao humor. Joinha diz que já frequentou o estádio com outras fantasias, como do mágico Mr. M e de Papa. Mas a fama só veio com a critividade da fantasia de árbitro.
— Pintei o cabelo pra dar um efeito legal, acabou queimando, mas no final deu certo — brinca ele, aos risos. A intenção era deixar a cabeça branca, mas o erro o deixou loiro.
A fama repentina rendeu frutos. Exaltado pelo narrador Galvão Bueno, que o chamou de "meme", repercutido nos perfis oficiais da Conmebol e febre no Twitter, Joinha foi assediado já no Maracanã. Falou com ex-jogadores, repórteres e equipes de transmissão.
Dificuldade em atender todos em meio ao assédio
Enquanto conversava com o Extra, na manhã desta quinta-feira, o carioca teve que parar duas vezes para cumprimentar conhecidos e adiar outras ligações. Com todo o cuidado, explica ele, para mostar que a fama não subiu à cabeça, e a falta de tempo é decorrente do excesso de pedidos.
Em seu perfil no Facebook, Joinha ostenta fotos com famosos, praticamente todo o elenco rubro-negro, além de trabalhos como figurante em séries, novelas e outras funções em frente às câmeras. Sempre bem trajado, é claro, com roupas remetendo ao apelido.
Curiosamente, ele não tinha noção da extensão do sucesso durante a partida, já que a transmissão do telão do estádio não é a mesma do que a mostrada na TV:
— O público está agitado, porque eu saio aqui e pedem foto. No Maracanã, chegaram em mim e começou a congestionar. Quando eu cheguei no estacionamento, mulheres e filhos dos jogadores me reconheceram, porque me viram no celular — relata. Até na van de volta para casa, ele foi reconhecido:
— Quando eu saltei na minha porta, era todo mundo pedindo para tirar foto.
Segundo ele, a intenção era que a fantasia desta quarta-feira fosse mais completa, mas alguns adereços foram barrados na porta do Maracanã. Para o jogo da volta, o carioca aposta em um empate de 1 a 1 ou 0 a 0, e na consequente classificação rubro-negra.
— A fantasia ainda tinha uns sprays (desodorante) que eu ia usar, mas o pessoal da segurança não me deixou entrar com eles. Ia fazer o maior sucesso. Acho que agora, eles não vão mais barrar — brinca o figuraça.