Entre o controle e a morosidade, Flamengo cede empate ao Ceará

A ponta do campeonato foi mantida com o empate por 1x1 com o organizado Ceará na noite deste domingo, no Castelão, mas certamente o desempenho do Flamengo não agradou tanto aos torcedores do clube carioca. O time teve o domínio das ações na 1ª etapa, abriu o placar, mas a administração de ritmo foi uma marca da atuação e cobrou o seu preço depois do intervalo.

O Ceará cresceu com as mexidas feitas no intervalo. Ganhou novos argumentos ofensivos e agressividade. A resposta do Flamengo não foi contundente e o domínio da partida se esvaiu. Arrascaeta voltou a marcar depois de cinco rodadas de jejum no Brasileirão, mas deixou o gramado no intervalo, com dores na coxa. Pacote nada animador ao Rubro-Negro. Pedro Raul fez o gol do Vozão.

Escalações

Léo Condé repetiu a estratégia da vitória sobre o Cruzeiro. Voltou a povoar o meio com três volantes - Richardson, Lourenço e Dieguinho. Lucas Mugni foi reserva novamente. Na zaga, Marllon, que foi poupado no último jogo, retomou o lugar que foi de Marcos Victor.

Filipe Luís não teve Pedro e Wallace Yan. Preservou Luiz Araújo, que nem foi relacionado. Emerson Royal e Sameul Lino foram titulares pela primeira vez. Bruno Henrique., Jorginho, Alex Sandro e Arrascaeta voltaram ao time. Plata atuou na ponta-direita.

Como Ceará e Flamengo iniciaram o duelo válido pela 18ª rodada do Brasileirão 2025 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Como esperado, o Flamengo assumiu as rédeas da posse da bola no gramado do Castelão. Reativo por essência diante de adversários poderosos tecnicamente, o Ceará recuou o bloco de marcação e tentou negar espaços ao rubro-negro. A ideia era sair em rápidos contragolpes com Pedro Henrique e Galeano pelos flancos, mas na prática só conseguiu fazer isso uma vez.

Pedro Henrique foi lançado por Lourenço após bola perdida por Léo Pereira no campo de ataque, invadiu a área e bateu cruzado para a defesa de Rossi. A ausência de mais jogadores para compartilhar o contragolpe com o camisa 7 do Vozão foi um dos problemas alvinegros antes do intervalo. O time marcava muito atrás, roubava poucas bolas propícias ao contra-ataque.

Em fase ofensiva, a proposta era fazer ligações diretas para Pedro Raul duelar pelo alto contra Léo Ortiz e Léo Pereira. Se os mandantes ficassem com a bola, rapidamente a ideia era buscar um dos pontas ou laterais para o cruzamento na área, mas o time não teve sucesso nessa empreitada. Acabou encurralado diante de um adversário que nem precisou intensificar tanto suas ações.

O Flamengo nitidamente cuidou da velocidade do jogo. Evitou forçar passes ou conduções diante da fechada defesa cearense. Não queria ceder às transições desejadas pelo oponente. Teve Emerson Royal solto pela direita, encaixando boas combinações com Plata, que revezava com o lateral a zona de ataque. Por vezes entre Matheus Bahia e Willian Machado, por vezes mais aberto.

Ceará x Flamengo na Arena Castelão — Foto: Kid Jr./SVM

Pela esquerda, Samuel Lino dava amplitude ao time, enquanto Alex Sandro oferecia suporte por trás da linha da bola. Jorginho foi um dos mais produtivos do meio-campo rubro-negro. É verdade que a equipe confundiu paciência com morosidade e ficou mais de 20 minutos sem incomodar Bruno Ferreira, mas nos dois picos criativos que teve na 1ª etapa, mostrou superioridade na estratégia.

Arrascaeta levou vantagem sobre Richardson, quase sempre atrasado para entender os movimentos do camisa 10 entrelinhas. Ele recebeu de Jorginho no setor e serviu Plata na melhor jogada dos cariocas nos primeiros minutos. Depois bateu uma falta perigosa por cima, e na sequência marcaria o gol da vitória parcial.

Concluiu dentro da área a assistência de Plata, que só escorou o lindo passe de Léo Ortiz por elevação. Esse foi um caminho bem explorado pelo Mais Querido. O Ceará pressionava pouco os zagueiros e também Jorginho, que dava alguns passos para trás para fugir do combate de Dieguinho e Lourenço. De quebra cedeu espaços nas costas da zaga para passes em profundidade, combinação trágica.

Arrascaeta em Ceará x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Além do gol de Arrascaeta, o décimo dele na competição, o Flamengo ainda chegou mais três vezes com perigo nos últimos minutos da 1ª etapa. Bruno Henrique, Emerson Royal, e o próprio Arrascaeta, chegaram perto de ampliar. O uruguaio foi sacado no intervalo para a entrada de Saúl, sentiu a posterior da coxa esquerda ao término do 1º tempo. Plata passou a jogar na meia-central.

Léo Condé mexeu duplamente. Tirou Lourenço e Pedro Henrique. Botou Lucas Mugni e Aylon. Passou a ter um meia mais criativo e mudou para o 4-2-3-1. Richardson sentiu antes dos dez minutos do 2º tempo e deu lugar a Fernando Sobral. O Vozão, enfim, conseguiu oferecer agressividade. Subiu a marcação e transitou mais tempo na intermediária contrária.

Quase empatou em cabeçada de Mugni no travessão. Rossi ainda impediu o gol de Aylon no rebote. Jogada bem trabalhada por Pedro Raul e Fabiano Souza pela direita. O Rubro-Negro também levou perigo em duas jogadas na primeira metade do 2º tempo. Samuel Lino e Plata pararam em Bruno Ferreira ao arrematarem de dentro da área.

Pedro Raul em Ceará x Flamengo — Foto: Kid Jr./SVM

A maior agressividade alvinegra, porém, rendeu frutos. Fernando Sobral lutou para recuperar uma bola perto da área e o escanteio foi obtido. Rossi saiu mal na cobrança de Mugni, ficou no meio do caminho, e Pedro Raul subiu para cabecear ao gol vazio.

Por mais que o Flamengo tenha voltado a buscar ataques mais intensos, o jogo já tinha mudado. O Ceará se fechou, ganhou confiança e potencial de desarme, encaixou contra-ataques. Filipe Luís sacou Jorginho e Bruno Henrique aos 30 minutos. Allan e Juninho entraram. A critividade de dois momentos da 1ª etapa não reapareceria até o apito final.

Vitor Hugo reestreou pelo Flamengo. Varela também entrou. Plata e Emerson Royal saíram, mas nada adiantou. No Vozão, Lucas Lima e Nicolas ajudaram a sustentar a segurança defensiva e o resultado não se alterou.

Fonte: Globo Esporte
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