Emerson Royal busca se firmar no Flamengo após trajetória de superação e lesões

Emerson Royal, lateral-direito do Flamengo, quase se tornou um talento perdido. Dispensado por São Paulo e Grêmio durante sua formação, ele chegou à Ponte Preta em 2015, no time sub-17, desacreditado e em busca de uma nova chance. Foi sob a orientação do técnico Elio Sizenando que Royal começou a resgatar sua confiança e a desenvolver suas habilidades.

— Ele chegou no último ano de sub-17. Já tinha um biotipo interessante, me chamou atenção a passada larga e a chegada ao fundo. Mas tinha um complexo de ter tido duas dispensas e estava um pouco traumatizado — recordou Elio, atualmente no comando do Figueirense.

Um momento decisivo na carreira

A relação entre treinador e jogador se fortaleceu em um momento crítico: uma lesão no início da passagem de Royal pela Ponte Preta. Elio se manteve ao lado do jovem, garantindo que ele não seria dispensado e que teria a oportunidade de brilhar na Taça BH.

— Quando ele chegou para jogar com a gente, ele quebrou o braço. Ficou muito preocupado, e eu assegurei que ele não seria dispensado. Era para ele continuar trabalhando, que ele seria titular na Taça BH comigo. Ele ganhou confiança e ficou muito grato por isso. Deu um up na carreira dele — afirmou Elio.

O ex-treinador destacou um jogo marcante na Copa Santiago de 2016, onde o talento de Royal começou a se destacar.

— Eu o vi em alto nível na Copa Santiago, em 2016. Nosso primeiro jogo foi contra o Grêmio, eu disse que se ele atacasse a profundidade do Grêmio, nós teríamos muitas chances. Ele atacou, deu duas assistências e o jogo terminou 2 a 2. Ali eu vi que, por ser inteligente e tomar boas decisões, ele subiria de nível. Depois desse jogo, ele foi convocado para a base da Seleção — completou Elio.

Amizade e evolução constante

Embora Elio e Royal não tenham trabalhado juntos por muito tempo, a amizade que se formou entre eles perdura. O treinador expressou orgulho pelo crescimento do atleta, que hoje defende um dos maiores clubes do mundo.

— O Emerson tem muita coisa boa, defende muito bem, tem bom jogo de cabeça, chega bem na área. Evoluiu dentro do que eu esperava. Quando ele faz algo errado, também chamo a atenção dele de longe. Ele me liga, a gente se fala sempre, relação muito boa. Fico feliz por ter ajudado um atleta a chegar no mais alto nível — disse Elio.

Após sua passagem pela Ponte Preta, Royal teve uma breve experiência no Atlético-MG e, em 2018, transferiu-se para o Real Betis, na Espanha. Na Europa, ele ainda defendeu clubes como Barcelona, Tottenham e Milan, até retornar ao Brasil para jogar no Flamengo em julho deste ano. O lateral foi contratado por 9 milhões de euros (R$ 58,7 milhões) e está em processo de adaptação ao novo clube, tendo atuado em cinco partidas, sendo três como titular.

Desafios e expectativas no Flamengo

A pausa para a Data FIFA pode ser crucial para Royal, que busca se entrosar com o elenco rubro-negro e ganhar espaço sob o comando de Filipe Luís. A situação de Varela, que voltou da seleção uruguaia com pubalgia, abre uma oportunidade para o lateral se firmar na equipe.

Elio Sizenando acredita que Royal tem tudo para se destacar no Flamengo:

— Ele não vinha jogando antes, a lesão atrapalhou um pouco. O Filipe Luís me parece um treinador que gosta de ajudar os atletas também. Acho que o Flamengo tem muito a ganhar com as características de jogo do Royal. Cai muito bem no Flamengo. Ele gosta de chegar bastante à linha de fundo e cumpre a obrigação de defender bem. É trabalhar todo dia e aprender com a comissão e com os jogadores — concluiu o ex-treinador.

O elenco rubro-negro retornou aos treinos na última sexta-feira após alguns dias de folga. Royal, por sua vez, viajou para Americana, no interior de São Paulo, e compartilhou em suas redes sociais imagens de seus trabalhos de fisioterapia. Ele tem chances de voltar a ser titular no próximo jogo do Flamengo, que será contra o Juventude, pelo Brasileirão, no próximo domingo.

Fonte: Redação Netfla
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