A negociação da venda de Léo Ortiz para o Flamengo , nas palavras de Diego Cerri, diretor executivo do Red Bull Bragantino , foi "desgastante". A demora de três meses foi "intensa e difícil", mas ele vê um lado positivo: o tempo para firmar novos jogadores na zaga do Massa Bruta e uma espécie de recado indireto ao mercado.

"Foi um processo realmente desgastante, essa condução. Eu tinha de segurar até o ponto em que o Flamengo, dentro dos limites dele, que a gente respeita, buscasse atingir os patamares de valores que a gente tinha estabelecido. Eu coloquei os valores e falei que, se não chegasse nesses números, a gente não negociaria", disse, em entrevista coletiva.

"A compra do Eduardo Santos antecipou um pouco essa saída, embora a gente tenha tentado criar condições para a permanência dele (Léo Ortiz). E depois a vinda do Douglas Mendes. Tem um fator que, embora os três meses tenham sido exaustivos nesse sentido, de dezembro para cá nós ganhamos três meses de recuperação para o Eduardo, que em mais ou menos um mês a mais já pode estar em condição de retornar", seguiu.

"Em paralelo, o Lucas Cunha, que havia se recuperado de uma cirurgia, voltou no fim do ano, teve três meses para treinar, evoluir e estar em um nível bom como está hoje. E além disso o Douglas, que é um zagueiro jovem, que veio de fora, que está fazendo 20 anos, pôde também se adaptar, começar a jogar. Passou a ganhar espaço e conquistou a confiança de todos: do Caixinha, do elenco e dele mesmo, que é o mais importante, e está mais adaptado", completou.

Recado ao mercado

Além do lado positivo na questão esportiva, Diego Cerri vê a demora em vender Léo Ortiz como um importante -- ainda que indireto -- recado ao mercado.

"Foi a melhor condução que poderia ter acontecido para nós. Já que era para ele sair e ser vendido, então foi pelo valor que a gente fixou, com a condução interna, com esse recado para o mercado de que a gente vende, sim, temos de vender, temos nossas obrigações, nossas metas, mas não [vendemos] de qualquer jeito", explicou.

Momento de vender

O Red Bull Bragantino gostaria de contar com Léo Ortiz no elenco por mais tempo, mas Diego Cerri acredita que era o momento certo de vender, até mesmo pela vontade do jogador.

"Chegou um momento em que o jogador teve muito desejo de viver uma nova experiência, e isso pesa muito. Eu sempre deixei muito claro e fui muito transparente que esse direito é legítimo, mas desde que a gente atinja os patamares, os valores, que a gente sabe que são altos, mas que são os valores que a gente fixou para a venda", disse.

"A gente teve uma condução muito transparente, muito ética", afirmou. "Temos de agradecer muito a ele por esses anos que passou aqui e acho que ele também é muito grato ao clube", completou.