O Atlético-MG prevê que, nos próximos anos, o grupo de clubes grandes do futebol brasileiro será reduzido a cinco “supertimes”. E o planejamento hoje é feito para estar entre eles quando esse momento chegar. A explicação é de Rubens Menin, dono da maior parte das ações da SAF do Galo, ao lado do filho e também empresário Rafael Menin, em entrevista à ESPN .

“O Brasil tem 10, 12 grandes times, mas vai ter cinco supertimes no futuro, eu acredito. E é uma corrida, quem estiver mais preparado, chega lá. A gente quer que o Atlético seja um desses cinco supertimes que vão existir no Brasil”, afirmou o empresário.

A comparação natural, claro, é com Flamengo e Palmeiras , clubes que têm dominado os principais títulos no Brasil nos últimos anos. O Atlético, inclusive, foi o único “intruso” entre campeões brasileiros desde 2018, período em que os paulistas ficaram com três taças, e os cariocas, duas.

“O que eu vejo é o seguinte: hoje, o Flamengo e o Palmeiras têm os maiores orçamentos do Brasil. Mérito deles, o Flamengo tem uma torcida enorme, tem patrocínios muito grandes. O que eu vejo é que existe no Brasil, uma evolução a ser feita, que é o que aconteceu com a Premier League na Inglaterra, um maior equilíbrio, um maior fair play nos direitos de transmissão, de futebol e etc, para o bem do futebol brasileiro. Isso é importante”, iniciou ele, citando os planos de criação de uma liga.

“Ao mesmo tempo, a gente tem que fazer o dever de casa do Atlético, nossa torcida está crescendo. Para você ter noção, a maior pesquisa já feita no futebol, feita pelo segundo ano, mostrou que, entre 7 a 17 anos, a torcida do Atlético é uma das que mais crescem no Brasil, que é exatamente a torcida que está aqui. Ela cresce o dobro, o triplo. Dos times que estão junto com a gente, Cruzeiro , Vasco e Grêmio , cresceu mais que o São Paulo , que é acima, então está crescendo”, seguiu.

“Mas você tem que ter futebol para crescer. Mas a nossa torcida é patrimônio, mas nós temos também que evoluir, não só no dever de casa, como também no ambiente esportivo.”

Olhando para o campo, e o time do Galo em relação aos dois rivais, Menin valorizou o fato de o clube ter conseguido ser competitivo nas últimas temporadas. Para que isso siga, no entanto, o empresário reforçou a necessidade de seguir as metas de orçamento e não gastar acimas das possibilidades.

“Por exemplo, nós falamos que íamos trazer quatro ‘Hulks’, acho que o Atlético trouxe muitos Hulks, né? Temos aqui jogadores de alto nível, né? Não vou citar todos, mas acho que o plantel que está lá é um plantel de altíssimo nível. Não é fácil você conseguir fazer isso, nós temos a receita bem menor que a do Flamengo, a do Palmeiras, então, nós temos que equilibrar muito bem.”

“Ao mesmo tempo, a gente tem que ter muita disciplina financeira, fazer um orçamento que caiba o futebol competitivo que a gente está lutando, fazer um futebol competitivo. O Atlético tem isso. Desde 2020, ele tem participado muito bem de todas as competições, é um time que entra como favorito, respeitado, né? Então, acho que a gente tem entregado”, completou.

“Agora, você tem que ter consciência, nós não queremos fazer um supertime hoje para ganhar um campeonato e depois ter que vender todo mundo, ficar devendo, como aconteceu no passado. Acho que a grande diferença da SAF para a associação de futebol é que, no Brasil, infelizmente, a maioria dos times foram dirigidos de forma muito amadora. Então, às vezes o dirigente está emocionado, quer ganhar o campeonato, contrata todo mundo e ganha. Aí destrói aquele time. Aí vem outro time, o dirigente que também entra, quer ganhar, contrata mais do que pode, faz bobagem, ganha o campeonato e destrói o time? Então, quantos times foram destruídos no Brasil, assim?”

“A SAF não pode ser destruída, a SAF tem que ser perene, é uma empresa que tem responsabilidade, tem CPF (dos donos). Então nós temos que saber sempre saber apoiar o futebol competitivo, queremos a torcida perto da gente, o senso de pertencimento da torcida é fundamental, então, isso tem que balancear. E acho que a gente tem conseguido. A torcida, você vê, o Atlético é um time pacificado, o conselho é pacificado, a torcida de vez em quando reclama, mas no fundo está lá. O jogo lotou lá, a Arena, recorde de público, de receita, de tudo, né? Então, a torcida está sempre do nosso lado.”

A íntegra da entrevista com Rubens Menin à ESPN será publicada no ESPN.com.br e também no canal da ESPN no Youtube nesta sexta-feira (2).

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