Dá para discutir o pênalti a favor do Flamengo tanto quanto o anterior para o Palmeiras, se Arrascaeta foi puxado o suficiente pra cair, se Varela estava mesmo dentro da área… Então, tirando o falatório inútil e repetitivo sobre o apito, prefiro tratar do novo episódio de afirmação do Flamengo.
Consegue vencer depois da saída de Gerson, amplia a vantagem na casa do rival qualificado, adapta-se rapidamente ao campo artificial que não deveria ser autorizado na Série A e encosta no líder. Superlativo que é, o Flamengo deixa margem para debates excêntricos. Discutir Filipe Luís, por exemplo. Não está proibido, mas soa precipitado, injusto e megalomaníaco.
O trabalho do técnico do Flamengo é excelente. Encontra soluções para perdas por lesão ou suspensão, conduz com firmeza episódios envolvendo minutagem para Arrascaeta e Pedro, duas estrelas da companhia, aproveita a base na dose certa de quem foi campeão do mundo com os meninos um ano atrás, põe faixa e está plenos em todas as competições. Erra, às vezes, reconhece, como na escolha por preservações no Maracanã contra o Central Córdoba, e parece aprender de imediato com o erro.
Filipe Luís, treinador do Flamengo, em partida contra o Palmeiras no Allianz Parque pelo Campeonato Brasileiro — Foto: Marcos Ribolli
Discutir seu trabalho, neste momento, seria partir do princípio de que o Flamengo não tem direito a derrotas e empates. Irreal como a perfeição.
Blindado pelo nível de concentração e crença no próprio trabalho, Filipe Luís acaba de responder no campo a dúvidas que estivessem crescendo por inércia. Ganhou do Palmeiras na casa do Palmeiras. E vai crescer ainda mais ao confirmar a vaga contra o Táchira no Maracanã no meio desta semana.