Danilo, do Flamengo, exalta Ancelotti à frente da seleção e projeta geração: 'Ainda existe olhar de muito respeito'

Um dos jogadores mais experientes da primeira convocação de Carlo Ancelotti à frente da seleção brasileira, Danilo, zagueiro do Flamengo, acredita que o italiano será capaz de ajudar a equipe a retomar o respeito de outros tempos. O defensor de 33 anos exaltou o treinador — estreou no empate por 0 a 0 com o Equador, pelas Eliminatórias para Copa do Mundo de 2026 — e disse que pode auxiliar esta geração a alcançar as expectativas que o mundo do futebol tem pela camisa amarela.

— Como história de treinador, pelos títulos conquistados, pelo respeito que obteve, não tem o que falar — disse Danilo em entrevista à Romário TV. — Eu acredito que (Ancelotti) vai recuperar algum respeito que a seleção brasileira perdeu nos últimos tempos, seja no campo, nas dinâmicas de jogo, em confronto com a arbitragem, com os outros treinadores e jogadores, na questão administrativa, na forma como o mundo vê a seleção brasileira. Ter uma figura como o Ancelotti te dá um respeito maior.

— Não acho que o mundo tenha perdido o respeito pelo futebol brasileiro. Estive 13 anos na Europa e ainda existe um olhar de muito respeito pelo jogador e pelo futebol brasileiro. Mas, ao mesmo tempo, há a curiosidade de perceber porque não estamos conseguindo resultados — disse.

Danilo também chamou a responsabilidade para o elenco, após tantas trocas de técnicos no ciclo pós-Copa de 2022 — Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior ocuparam o cargo. Mas ele também acha que Ancelotti pode ajudar a "tirar a pressão", ponderando ser uma geração que ainda está desenvolvendo novos líderes.

— Mas eu acredito que vai haver muita pressão em cima dele por resultados, e talvez tire um pouco da pressão dos jogadores. Nós, enquanto atletas, também temos de pensar: "O treinador é top, sabe o que faz, nós temos que dar um jeito". Porque já mudamos de treinador várias vezes e as coisas não melhoraram — lembrou.

— É uma geração muito diferente daquela que terminou em 2022. Existiam muitas lideranças e, no pós-Copa, isso foi se diluindo por vários motivos. Muitos jogadores novos convocados, o que é bom porque dá oportunidades, mas, ao mesmo tempo, não permite criar um núcleo duro. E poucas lideranças, pouca gente com status para poder chamar para si a responsabilidade, não por falta de caráter ou de personalidade — comentou Danilo. — A camisa da seleção brasileira é pesada, leva tempo para conseguir esse status. É preciso jogar e levar pancadas. Essa geração está passando por essa fase agora.

Flamengo

Na entrevista, Danilo também passou a limpo os primeiros meses jogando com a camisa do Flamengo e disse se tratar de "sonho de criança". Após em atuar em vários gigantes do futebol europeu, como Real Madrid, Juventus e Manchester City, ele reconheceu que teve a oportunidade única de jogar no Brasil.

— Era um sonho de criança. Eu joguei no Porto, com o Benfica ali, o maior clube de Portugal, provavelmente. Real Madrid: dispensa comentários. Manchester City: nos últimos 10, 15 anos, tem sido um dos clubes mais vencedores no mundo. Juventus ganhou 9 Scudettos seguidos, duas finais de Champions League. Ao sair da Juventus, eu tinha pouco para onde ir em termos de grandeza, alguma coisa que me emocionasse verdadeiramente. E eu pensei muito, foi muito difícil deixar a Europa, mas o que me emocionava realmente era jogar no Flamengo — revelou Danilo:

— Sou torcedor desde criança, a minha família ficava maluca. Se eu não voltasse agora, não ia ter mais essa oportunidade de estar num nível onde eu possa ajudar verdadeiramente dentro de campo. Foi difícil, levou tempo, mas foi a melhor escolha — garantiu.

Ao ser perguntado sobre pressão em relação a outras equipes em que atuou, o defensor não teve dúvidas.

— Ainda tenho pouco tempo aqui, mas já percebi que a pressão no Flamengo, tal como no Real Madrid e a seleção brasileira, são as maiores. Todo o resto é abaixo disso — disse.

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Fonte: O Globo
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