Durante participação no programa Sem Censura , da TV Brasil, nesta terça-feira (13), o zagueiro Danilo, do Flamengo, compartilhou reflexões contundentes sobre o futebol atual. O defensor apontou que o esporte perdeu parte de sua essência ao se transformar em um "negócio", onde tudo é conduzido com foco em números e estatísticas, em detrimento do sentimento e da paixão que tradicionalmente o cercam.
Danilo observou que os clubes hoje são administrados como empresas e que isso tem impacto direto na maneira como os jogadores são formados. Para ele, essa mudança tira o protagonismo daqueles que realmente fazem o espetáculo acontecer: os atletas.
"O futebol, ao se tornar business, é incompatível com aquilo que é a essência do futebol, que é a paixão do torcedor, você ser apegado ao clube, ser nascido e criado ali e criar raízes. Então ficou incompatível, seja para os torcedores ou jogadores. É difícil criar e manter essa afinidade que você tem de criança. Eu me considero um privilegiado por, nesse momento da minha carreira, escolher jogar no meu clube de coração", opinou Danilo.
Em um momento mais pessoal da entrevista, o jogador revelou ter se emocionado ao contar ao pai que havia fechado contrato com o Flamengo. Ele afirmou que proporcionar alegria às pessoas que ama é algo mais valioso do que qualquer sucesso no exterior.
Ao falar sobre sua experiência no clube carioca, Danilo classificou como “diferente” a sensação de vestir a camisa rubro-negra. Segundo ele, o Flamengo o ajudou a resgatar emoções que pareciam esquecidas em sua carreira.
"É diferente. Eu imaginava que seria bom, mas superou todas as expectativas. É prazeroso. Eu me vejo como aquele Danilo de nove, dez anos, que torcia e vibrava. Eu recuperei sensações que o mundo do futebol foi tirando um pouco, as cobranças, a necessidade de vencer e a pressão. Isso tem me feito muito bem", revelou o jogador.
Quando questionado pela apresentadora Cissa Guimarães sobre a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, o defensor expressou preocupação com o excesso de jogos no calendário brasileiro, que já é bastante apertado. Apesar disso, mostrou otimismo quanto à participação do time no torneio internacional.
"Vai reunir os maiores clubes do mundo, de todos os continentes, o que é bacana, porque aí a gente trabalha a inclusão cultural. A combinação das culturas, as torcidas, você enfrentar outras escolas e outros tipos de jogo. A gente vai ter essa oportunidade de poder estar convivendo com o futebol em si, mas também com as estruturas e logísticas. Eu acho que é importante para a evolução do nosso futebol", disse o atleta.
A estreia do Flamengo no Mundial está marcada para o dia 16 de junho, contra o Espérance, da Tunísia. A equipe também enfrentará o Chelsea na fase de grupos. Com a exclusão do Club León, do México, a FIFA promoverá um play-off entre América-MEX e LAFC-EUA para definir quem ocupará a vaga restante no grupo.