Corpo de Gaúcho é enterrado em Goiânia com bandeira do Flamengo

Velório e enterro do Gaúcho, em Goiânia (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com) Mãe (esq.) e esposa (dir.) se despedem de Gaúcho em Goiânia (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)

O corpo do ex-atacante Gaúcho foi velado na tarde desta sexta-feira e enterrado às 20h no Cemitério Jardins das Palmeiras, em Goiânia. Ídolo do Flamengo no início da década de 1990, Luís Carlos Tóffoli tinha 52 anos e morreu em São Paulo na noite de quinta vítima de um câncer de próstata. Por opção da própria família, o caixão foi coberto com uma bandeira do Rubro-Negro carioca, clube de coração do ex-jogador, conhecido pelo bom humor e pela irreverência.

O velório começou no início da tarde, pouco depois de o corpo chegar a Goiânia trazido da capital paulista, onde Gaúcho estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa há cerca de duas semanas. Nos últimos dias o estado de saúde do ex-atacante piorou após o câncer se espalhar para outros órgãos. Ele era casado com a atriz Inês Galvão e deixa três filhos, além de um enteado. Segundo a esposa, ser enterrado na capital goiana foi um pedido de Gaúcho.

Gaúcho Flamengo (Foto: Reprodução) Gaúcho foi ídolo no Flamengo: conquistou a Copa do Brasil (1990) e o Brasileirão (1992) (Foto: Reprodução)

- Era um desejo dele. Certa vez, o Gaúcho me fez prometer que seria enterrado em Goiânia, onde foi criado. Estamos tristes, mas sabemos que ele foi muito feliz em vida e viveu tudo que quis. Ele quis ser jogador e foi. Quis ser ídolo de um grande clube e foi. Quis casar e ter três filhos e teve. Além disso, foi sempre irreverente. Deixa um legado bacana e várias histórias bonitas - diz Inês.

O velório foi reservado, mas contou com a presença de familiares e muitos amigos, dentre eles os ex-jogadores Paulo Nunes e Uidemar, companheiros de Gaúcho no Flamengo. O ex-atacante passou logo no início da tarde, enquanto o ex-volante chegou depois das 18h. Djalminha e Luizão enviaram uma coroa de flores, juntamente com Paulo Nunes.

- O Gaúcho sempre foi muito querido por todos os jogadores. Renato Gaúcho e eu, particularmente, tivemos um vínculo ainda maior com ele. Dividíamos o quarto na concentração e éramos muito próximos. Eles gostavam muito de aprontar, fazer festa, e eu, como nunca bebi, sempre tinha que cuidar dos dois. Considero ele como um irmão. Jogamos juntos por quatro anos com a camisa do Flamengo (1989-1994) e foi uma época maravilhosa - recorda Uidemar.

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Nascido em Canoas (RS), aos dez anos Gaúcho se mudou com a família para Goiânia, onde foi criado até se tornar jogador de futebol. A mãe dele segue morando na cidade, assim como o filho Leonardo Galvão Tóffoli, de 21 anos, que atualmente cursa agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG). As gêmeas Maria Luísa e Maria Vitória, de dez anos, moravam com Gaúcho e a mãe no Rio de Janeiro, onde o ex-atleta viveu sua melhor fase nos gramados.

- Como estou morando em Goiânia para fazer faculdade, nem cheguei a ver meu pai nos últimos dias, quando ele foi para o hospital em São Paulo. Ele sempre fez os tratamentos corretamente, não esperávamos que algo assim fosse acontecer tão rápido - conta Leonardo.

Lúcio Alves Ferreira, o Ziquinho, torcedor do Flamengo (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com) Ziquinho: torcedor do Fla foi se despedir do ídolo (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)

Alguns torcedores do Flamengo também foram ao Cemitério Jardins das Palmeiras prestar a última homenagem a Gaúcho. Dentre eles, o ourives Lúcio Alves Ferreira, de 47 anos, conhecido como Ziquinho. Rubro-negro fanático, ele tem uma coleção de mais de 4000 mil itens relacionados ao clube e deu ao filho o nome de Luan Arthurzico. Para o torcedor, o ex-atacante está na história como um dos grandes jogadores do time carioca.

- Depois do Zico, o Gaúcho foi um dos meus maiores ídolos no Flamengo. Era um ótimo atacante, com um cabeceio muito potente. Um artilheiro nato. Deu muitas alegrias aos rubro-negros na época gloriosa do clube nos anos 90. Ainda esperava encontrá-lo um dia para pegar um autógrafo, algo assim, mas não deu tempo - lamenta Ziquinho.

A morte de Luís Carlos Tóffoli foi confirmada pela assessoria de imprensa do Flamengo no início da noite de quinta. Ele disputou 200 jogos pelo Rubro-Negro e marcou 98 gols. Conquistou títulos importantes, como a Copa do Brasil de 1990 e o Campeonato Brasileiro de 1992. Gaúcho também foi destaque no Palmeiras e encerrou a carreira no Anápolis, em 1996.

Velório e enterro do Gaúcho, em Goiânia (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com) Corpo de Gaúcho foi coberto pela bandeira do Flamengo em Goiânia (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)
Fonte: Globo Esporte