Conheça Alexandre de Arrascaeta, o bebê símbolo da vitória do Flamengo sobre o Racing

A paixão pelo futebol é um ciclo sem fim. O amor pelo clube de coração geralmente passa de pai para filho, de geração em geração. Esse pode ser o caminho de Alexandre de Arrascaeta, que foi apresentado ao Flamengo no Maracanã com quase 70 mil torcedores em um jogo da Libertadores, na vitória por 2 a 1 sobre o Racing.

A imagem chamou atenção . Na noite na qual a arquibancada fez o mosaico "Nasci para te amar" e os jovens da base garantiram o resultado, o bebê de quatro meses, completados no dia anterior à partida, roubou a cena.

O gol de Victor Hugo, aos 38 minutos do segundo tempo, fez Alexandre Macedo explodir na arquibancada. A comemoração? Levantar o filho mais novo que foi ao Maracanã pela primeira vez.

- Foi uma coisa que aconteceu espontaneamente. Nada planejado. Tinha que ser. Deus preparou aquele momento ali para ele poder ser apresentado ao mundo e fazer aquela festa que a torcida fez e ser batizado lá. Quando saiu o gol da cria. Tive que apresentar outro cria - detalhou o pai ao ge.

Alexandre de Arrascaeta, o bebê na torcida do Flamengo — Foto: André Durão
1 de 5 Alexandre de Arrascaeta, o bebê na torcida do Flamengo — Foto: André Durão

Alexandre de Arrascaeta, o bebê na torcida do Flamengo — Foto: André Durão

- Não sei explicar a emoção. Ele abraçou a torcida, a torcida o abraçou. Ele não chorou e estava mostrando ali para mim, que assim: “Pai, tô aqui contigo, é aqui onde eu quero estar. Meu nome é esse aí. Vamos continuar. Vamos para galera”.

O nome foi escolhido em homenagem a Giorgian De Arrascaeta, uruguaio que veste a camisa do Flamengo desde 2019 e um dos ídolos de Alexandre. A escolha já estava feita antes mesmo de descobrir o sexo do bebê. O único impasse era o primeiro nome, já que o pai queria uma homenagem completa, mas a mãe, Elidiene Silva, não concordou.

Família rubro-negra em visita na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge
2 de 5 Família rubro-negra em visita na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge

Família rubro-negra em visita na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge

- É meu ídolo. Não desmerecendo Gabigol, Pedro e os outros jogadores, mas é um cara que não tem explicação. Depois do Zico, para mim, é o Arrascaeta. E eu queria (o nome completo) porque é meu ídolo. É meu ídolo no Flamengo . bem antes de ele vir, sempre falava dele. Hoje, está fazendo história. Era para ser o nome todinho do Arrascaeta, mas a mulher não gostou muito. Botei Alexandre de Arrascaeta e está fazendo sucesso - contou Alexandre.

Talvez Arrascaeta não se lembre de uma história, dentre tantas que já ouviu sobre idolatria, mas Alexandre já havia comentado com o próprio uruguaio sobre a homenagem. O pai o encontrou em um jogo da base e fez questão de contar o desejo - sendo que nem grávida a esposa estava. Na época, o meia sorriu ao ouvir a intenção.

- Em um Flamengo x Vasco, na Gávea, eu chamei ele no cantinho para tirar uma foto e falei que o dia em que Deus me desse a oportunidade de ter mais um filho homem, ele carregaria o nome dele para a vida inteira.

A emoção do "batizado" no Maracanã, por enquanto, é a maior na vida de torcedor dos pais. Alexandre, porém, já sabe qual pode ser ainda maior: ver o filho entrando no Maracanã no colo de Arrascaeta.

- Esse é o meu sonho. Eu não sei qual o tamanho da emoção. Tenho um treco. Não precisa ser um jogo da Libertadores, pode ser um Carioca. Só meu filho entrando com o ídolo, que ele carrega o nome. Para mim, será surreal, de verdade.

Alexandre ergue o filho Alexandre De Arrascaeta na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge
3 de 5 Alexandre ergue o filho Alexandre De Arrascaeta na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge

Alexandre ergue o filho Alexandre De Arrascaeta na Gávea — Foto: Letícia Marques / ge

O batismo motiva a família a se programar para ir ao estádio em mais jogos este ano. Alexandre, otimista, aposta em um Flamengo erguendo o quarto título da Libertadores para coroar o ano que marcou a apresentação do filho ao time do coração. Segundo a mãe: “Em casa, não tem saída, não tem. Ou é Flamengo ou é Flamengo .”

- Vamos ser campeões da Libertadores no Maracanã. E quero dar esse presente aqui para o Arrascaeta. Quero que ele tenha esse momento único dele. Não entendia nada, mas estava na final. Eu quero essa final para podermos zoae e apresentar ele para o mundo de novo - disse o pai.

Outras respostas

Risadas no cartório

Alexandre : No cartório, foi a parte mais engraçada, porque dei o nome já escrito no papelzinho para o rapaz fazer a certidão. Ele olhava para o papel, olhava para o meu rosto, olhava para o papel, olhava para o meu rosto. Eu fui e falei para ele: “Irmão, nome é isso aí mesmo. Nome de jogador. Alexandre de Arrascaeta. É o nome dele.”

Alexandre de Arrascaeta: nome é homenagem ao grande ídolo do pai, o uruguaio Arrascaeta — Foto: Letícia Marques / ge
4 de 5 Alexandre de Arrascaeta: nome é homenagem ao grande ídolo do pai, o uruguaio Arrascaeta — Foto: Letícia Marques / ge

Alexandre de Arrascaeta: nome é homenagem ao grande ídolo do pai, o uruguaio Arrascaeta — Foto: Letícia Marques / ge

Elidiene : As pessoas não acreditam. A pessoa pensa que é mentira. Pedem para mandar foto da certidão para ver se é isso mesmo.

Repercussão da imagem

Alexandre : Acordei, liguei o telefone e não estava acreditando naquilo. “Mulher, está vendo?” Falaram para ela ficar ligada, que ia passar uma matéria dele. Aí passou no Globo Esporte. Acabou a luz, ficamos sem antena, ficamos sem televisão. Tinha nada para a gente poder ver. Falei: “Mulher, vou subir para o bar e vou ver.” Chegou no bar também não tinha luz e acabou que a gente viu no telefone de um amigo (Rodrigo), flamenguista também doente. Nós ficamos vendo pelo Globoplay. Quando a luz voltou, no sportv passou a reprise do Globo Esporte. Como o pessoal já tinha visto, quando eu liguei a televisão, já juntou uns 15, 20 amigos para poder prestigiar essa emoção.

Alexandre de Arrascaeta: pai e filho na torcida do Flamengo — Foto: Reprodução Redes Sociais Flamengo
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Alexandre de Arrascaeta: pai e filho na torcida do Flamengo — Foto: Reprodução Redes Sociais Flamengo

Reconhecimento

Alexandre : Hoje, onde a gente vai já reconhecem. Fui levar a irmã dele na escola e o pessoal: "Ah lá, o pai do neném, que não sei o que lá.” Mas eu deixo bem claro para eles que não quero isso para mim. Eu quero isso para ele. É ele que está vivendo, que está na imagem. Foi (natural), não foi premeditado. Na verdade, para ser sincero, queria apresentar minha filha, de um ano e sete meses, por ela ser muito flamenguista, muito mesmo. A ponto de ela ver qualquer jogo na televisão e ficar gritando: “Mengo, Mengo, Mengo”. Mas ela ficou assustada porque era a primeira vez dela. Eu acho que ela, pela quantidade de pessoas, ficou meio receosa e acabou chorando, mas ele não.

Batizado na rampa do Maracanã

Elidiene : Quando a gente estava saindo aqui, vieram buscar. O Alexandre foi na mesma hora. Eu fiquei “Meu Deus do céu, meu filho.” A gente subiu para depois descer a rampa.

Alexandre : Eu não pensei duas vezes...

Elidiene : Eles fizeram uma corrente e ele ficou no meio. A gente não acreditava que ia acontecer isso tudo.

Alexandre : Na hora em que pediram para erguer ele, que eu levanto ele, abaixo. Foi na hora que falei: “Vamos batizar ele hoje”. Primeira vez dele no Maracanã.

Vida de arquibancada

Alexandre : Na verdade, não era para eu ser flamenguista. Mas assim agradeço ao Leovegildo, o nosso Maestro Júnior, porque em 1992 meu tio me levou pro Maracanã e ele é botafoguense doente. Então, ele pegou uma camisa minha e jogou em cima de um ônibus que passava em frente a nossa casa. Aí virei e falei: “Então tá, tio, quem ganhar hoje, quem for ser campeão é o que eu vou levar para o resto da minha vida”. Mas quis o destino que o Maestro Júnior, em 1992, fizesse aquilo. Eu estava lá presente, mas na torcida do Botafogo. Graças a Deus, quis o destino, Flamengo campeão e hoje estou aí. Tinha 9 anos em 1992. Depois que eu conheci a minha esposa, a gente nunca deixou de ir. A gente sempre está lá, sempre.

Libertadores de 2019 e um deslocamento do braço

Alexandre : Por não ter nunca visto um título da Libertadores, em 2019, aquele segundo gol do Gabriel, acho que usei toda a minha força. Eu desloquei meu ombro com um soco que dei no portão e na parede. Dei um soco com tudo. E fiquei pedindo meu cunhado: “Puxa aqui, puxa aqui” até conseguir colocar meu braço no lugar.

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

Fonte: Globo Esporte
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