Ceni justifica ter feito apenas uma substituição em derrota do Flamengo: "Risco muito grande"

O Flamengo perdeu de virada e nos acréscimos para o Bragantino por 3 a 2 neste sábado, no Maracanã, em partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na coletiva pós-jogo, o técnico Rogério Ceni foi questionado sobre ter realizado apenas uma substituição na partida (Max no lugar de Michael), abrindo mão de outras quatro alterações que tinha direito. Nos minutos finais, alguns jogadores apresentaram cansaço:

- É natural que eles sintam cansaço já no fim do jogo. Eu queria ganhar o jogo. Defensivamente eu tinha várias substituições para fazer, mas nesse momento onde todos os times – não só o Flamengo – tem jogadores importantes na seleção brasileira, nós tínhamos três garotos no banco. O Muniz estava bem no jogo, com confiança, achei que não era o momento de colocar o Ryan. O Michael, que já vinha de dois jogos seguidos jogando o jogo todo, tentamos colocar o Maxi para dar amplitude naquele lado e o Werton praticamente ainda não teve muitos minutos no profissional.

- Era um risco muito grande fazer essas alterações. Ou fazia alterações defensivas. Tentamos com o Maxi sabendo que todos já estavam um pouquinho desgastados, mas acho que era o melhor time para manter em campo no momento.
Rogério Ceni, técnico do Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro / Agif
1 de 2 Rogério Ceni, técnico do Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro / Agif

Rogério Ceni, técnico do Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro / Agif

O Rubro-Negro saiu atrás do placar, chegou a virar com dois gols de Rodrigo Muniz, mas levou o empate no 2º tempo e sofreu a virada aos 52 minutos, em um contra-ataque. Ao analisar a partida, Ceni ressaltou o volume de jogo do Fla e apontou a transição defensiva como principal ponto negativo da equipe.

- Foi um grande jogo. Controlamos a partida novamente, tivemos grande percentual de posse de bola, criamos grandes oportunidades, mas pecamos um pouquinho na transição, em encurtar a marcação para que não houvesse essa transição. Além do gol casual, o segundo gol, que foi um bate-rebate, que a bola estava no nosso pé e sobra para o jogador do Bragantino. A maior desatenção foi no primeiro, que era um bola parada e temos que encurtar. Um time que joga em linha alta em busca do gol, que é o nosso caso, quando pega jogadores velozes e em transição, tem que estar preparados na para matar essa transição, ou recuperando a bola ou matando a jogada. Hoje nós falhamos nesse sentido.

Com o resultado, o Rubro-Negro estaciona nos seis pontos, ocupa a nona colocação no Campeonato Brasileiro e pode perder até quatro posições com os jogos deste domingo. Confira a tabela completa . O próximo compromisso é na quarta-feira, contra o Fortaleza, às 19h (de Brasília), no Maracanã, pela 6ª rodada.

CONFIRA MAIS RESPOSTAS DE ROGÉRIO CENI

QUAL PRINCIPAL ERRO DO FLA NO JOGO?
- Sofremos um gol de bola parada, o primeiro, uma batida baixa, no primeiro pau, o jogador coloca o calcanhar e a bola acaba entrando, e depois dois gols de transição, em que poderíamos ter matado a jogada na origem, em que tomamos decisões erradas na construção da jogada, na parte final, e tínhamos condição de ter encurtado mais, para dar tempo de recompor. Além das infelicidades, de bola chutada, prensada, bate no pé de um, sobe, dá de cabeça... Tem dias que as coisas não acontecem como esperamos. Criamos um bom volume de chance, tivemos defesas importantes do outro lado, tivemos finalizações bem feitas – mais de 20, mas além de fazer dois gols, sofremos algumas transições. E o primeiro gol foi uma desatenção e um pouco de sorte, eu diria.

ARBITRAGEM
- Depois de uma derrota, você falar da arbitragem soa como uma desculpa e não é o que eu tenho para falar no momento.

IMBRÓLGIO SOBRE CONVOCAÇÃO DO PEDRO PARA OLIMPÍADA
- Esse caso já foi debatido e colocada a posição do Flamengo através do seu vice-presidente. E é uma decisão administrativa que está na mão da presidência, não tem participação minha. É uma decisão muito mais administrativa do que qualquer outra coisa.

AVALIAÇÃO A RESPEITO DO LÁZARO, NO SUB-20
O Lázaro treinou anteontem com a gente no campo principal, converso com ele sempre. Vem de um longo período de lesão, ficou parado um longo tempo, voltou a jogar nos últimos jogos, fez gols no Sub-20. O que ele precisa é de mais intensidade, para poder ter uma chance na equipe profissional. Ele é talentoso, todos sabem, assim como tem outros jogadores talentosos. Mas já conversei com ele isso frente a frente: preciso de um jogador mais intenso, mais participativo, para que ele possa se moldar de acordo com os outros jogadores que temos na equipe principal.

JÁ TRABALHANDO A MONTAGEM DA EQUIPE SEM GERSON?
-
É difícil. Para substituí-lo dentro das características nós não temos. Poucos têm essa característica de jogar de costas, pisar na bola, se virar contra um e dois adversários e construir jogo, ter a saúde e a parte física que ele tem, principalmente na construção do jogo. Temos algumas alternativas. Temos o João, que todos conhecem, o Hugo, o Arão para voltar, temos o Thiago Maia... Vamos ter que testar algumas alternativas. No momento, com jogo de três em três dias não dá tempo de testar, a não ser o time que vai iniciar a partida. Então, com o tempo vamos tentar descobrir. Jogar da mesma maneira que ele joga é impossível, mas vamos tentar um alternativa que nos dê condição de seguir o trabalho.

 — Foto: Divulgação
2 de 2 — Foto: Divulgação

— Foto: Divulgação

Fonte: Globo Esporte