A Conmebol sorteou nesta sexta-feira os confrontos e as chaves da fase de grupos da Libertadores 2021. O Flamengo, cabeça de chave, compõe o Grupo G ao lado de LDU-EQU, Vélez Sarsfield-ARG e Unión La Calera-CHI. O ge separou uma análise dos três adversários da equipe rubro-negra na competição continental.
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Caminho do Flamengo na Libertadores tem Vélez Sarsfield, LDU e Unión La Calera — Foto: Infoesporte
LDU (Equador)
Rival do Flamengo em 2019 na fase de grupos, a LDU, de Quito, tem como principal aliada a tão temida altitude de 2.850 metros da capital equatoriana. A equipe comandada pelo técnico uruguaio Pablo Repetto não vem muito bem no campeonato nacional, apesar de ser o único invicto após seis partidas. Tem quatro empates e duas vitórias.
O jornalista Brian Avalos, de Quito, que cobre o dia a dia da LDU, contou ao ge sobre o momento da equipe equatoriana.
- Iniciando a sua quarta temporada pela LDU, o técnico Pablo Repetto tem sido muito questionado pela forma de sua equipe jogar. Um jogo muito discreto, onde os adversários conseguem pressionar. Nada mudou após quatro temporadas. Nas últimas rodadas perdeu pontos para adversários diretos. O time joga num 4-2-3-1 e tem Cristian Borja como seu grande goleador.
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Ex-Flamengo, Cristian Borja é a esperança de gols do clube equatoriano — Foto: José Jácome/EFE
A equipe que já foi campeã da Libertadores em 2008, vencendo o Fluminense na final, conta com um antigo conhecido do torcedor rubro-negro, o atacante Cristian Borja, que teve passagem apagada pelo Flamengo em 2010, mas hoje é o principal destaque da LDU.
Na temporada do último título continental do Fla, em dois confrontos contra o Rubro-Negro, a LDU teve uma derrota e uma vitória. No Maracanã, triunfo brasileiro por 3 a 1 com gols de Everton Ribeiro, Gabigol e Fernando Uribe. Em Quito, vitória de virada dos equatorianos por 2 a 1. Relembre os duelos nos vídeos abaixo.
Flamengo 3 x 1 LDU - 13/03/2019
LDU 2 x 1 Flamengo - 24/04/2019
Vélez Sarsfield (Argentina)
Além da altitude, o Flamengo vai encarar outro desafio na fase de grupos: a tradição argentina. O país vizinho possui 25 títulos da Libertadores, contra 20 do Brasil. Apesar de o Vélez Sarsfield não ser um gigante argentino, a equipe vive boa fase no campeonato nacional, segundo o jornalista do Diário Olé Martín Cividino, que cobre o dia a dia do Vélez.
- A situação do Vélez é complexa. A equipe vem bem no torneio nacional, à frente de Boca e outras grandes equipes. O problema é que nos últimos jogos perdeu uma final para o Banfield e foi eliminado da Copa Argentina pelo Talleres. Joga com muitos jovens - explica Martín.
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O jovem Luca Orellano é um dos destaques do Vélez — Foto: Claudio Reyes/EFE
Dentre os jovens, Martín Cividino destaca cinco: Francisco Ortega, lateral-esquerdo de 22 anos, Hernán de La Fuente, lateral-direito de 24 anos, Agustín Mulet, meia de 19 anos, Thiago Almada, outro meia de 19 anos, e Luca Orellano, meia-atacante de 19 anos, o de maior destaque dos cinco, segundo o jornalista argentino.
A equipe comandada por Maurício Pellegrino tem também outros jogadores conhecidos como Ricky Álvarez, ex-Internazionale, Ricardo Centurión, ex-São Paulo, e Federico Mancuello, ex-jogador do Flamengo.
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Mancuello, ex-Flamengo, hoje veste a camisa do Vélez Sarsfield — Foto: Giuliano Gomes/PR Press
Cenas Lamentáveis em 1995
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Edmundo é agredido por lateral do Vélez em 1995 — Foto: Reprodução/TV Integração
Uma batalha campal aconteceu entre Flamengo e Vélez em 1995. Era o jogo de volta da extinta Supercopa Libertadores. O Fla vencia por 3 a 0 em Uberlândia, quando, aos 46 minutos do segundo tempo, Edmundo passou o pé em cima da bola e tentou um drible no lateral Flavio Zandoná, que aplicou uma cotovelada no atacante brasileiro.
Com o nariz sangrando, o Animal deu um tapa na cara do adversário, que revidou com outro tapa e depois um soco, quando o então camisa 7 rubro-negro estava de costas. A partir daí começou uma briga generalizada, com direito a uma voadora de Romário no peito do lateral argentino. Após a partida, Romário fez questão de provocar.
- Na bola não ganham, na porrada não ganham. Se quiserem dar porrada, vamos brigar até amanhã de manhã – disse o baixinho após a batalha campal contra o Vélez, em 1995.
Unión La Calera (Chile)
Esta será a primeira participação na Libertadores do Unión La Calera, clube que revelou o lendário zagueiro Figueroa ao futebol. O jogador de maior renome da equipe é "El Mago" Valdivia, ídolo do Palmeiras e já conhecido no Brasil. Fundado em 1954, o clube terminou o Campeonato Chileno de 2020 em uma inédita segunda posição, garantindo vaga direta na fase de grupos do torneio continental.
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Valdivia assinou com o La Calera em março — Foto: Divulgação/Unión La Calera
Mesmo com a marca histórica, houve uma mudança no comando: Juan Pablo Vojvoda deu lugar ao atual técnico Luca Marcogiuseppe. Atualmente, o Unión La Calera ocupa a quinta posição do recém-iniciado Campeonato Chileno, com quatro pontos em dois jogos.
Marcogiuseppe foi analista de Marcelo Bielsa no Athletic Bilbao, integrando a comissão por trás da equipe finalista da Liga Europa e da Copa do Rei 2011-2012. Antes de treinar o Unión La Calera, o técnico comandava o Real Pilar, da quarta divisão argentina.
- Ele estava dirigindo o Real Pilar e, da noite pro dia, surgiu para treinar o Unión La Calera. Sua chegada foi bem estranha. É um treinador que não tem, pode-se dizer, a experiência necessária para assumir um projeto de muito êxito do La Calera e dirigir o time na Libertadores - afirma o jornalista chileno Pato Echague, do RedGol.
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Luca Marcogiuseppe é o treinador do Unión La Calera — Foto: Divulgação/Unión La Calera
O Unión La Calera manda seus jogos no Estádio Municipal Nicolás Chahuán Nazar, que fica em La Calera, na região de Valparaíso. Apesar de não enfrentar altitude, o Flamengo terá pela frente um campo de grama sintética, que pode afetar o panorama do confronto.
O aeroporto mais próximo é o de Concon, próximo a Viña Del Mar, a 44 km de distância, o que obrigará a delegação rubro-negra a percorrer um trecho por terra.
Dentre os reforços do Unión La Calera para a temporada, o jornalista chileno destaca o atacante Octavio Rivero - que por pouco não foi para o Colo-Colo - como o mais importante. O mais badalado, contudo, é Jorge “El Mago” Valdivia, ídolo do Palmeiras e figura muito conhecida no futebol brasileiro.
O clube também fechou com o atacante Nicolás Orellana, o zagueiro Víctor González e os meio-campistas Matías Fernandez e Ariel Martínez. As principais perdas foram os meio-campistas Juan Leiva, Thomaz Rodriguez e o lateral-direito Yonathan Andía, três peças titulares no esquema de Vojvoda.
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Unión La Calera está no grupo do Flamengo na Libertadores — Foto: Divulgação/Unión La Calera
Na Sul-Americana, Unión La Calera foi algoz do Fluminense
Em 2020, a equipe eliminou o rival Fluminense na Sul-Americana , ainda na primeira fase. Contra o Fluminense, o clube chileno levou a melhor pelo critério de gol qualificado. No jogo de ida, no Rio de Janeiro, empate por 1 a 1 com gol do meia Gonzalo Castellani, que segue na equipe. Na volta, os cementeros garantiram o avanço à segunda fase da Sul-Americana com um empate em casa, por 0 a 0.
No ano anterior, os chilenos superaram a Chapecoense, mas foram eliminados pelo Atlético-MG na segunda fase - com direito a show de "São Victor" nos pênaltis, que pegou as três cobranças do La Calera.
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Evanilson em Unión La Calera x Fluminense — Foto: Lucas Merçon / FFC
Ex-presidente envolvido no Fifagate e influência de empresário
Após 25 anos transitando entre divisões inferiores, o Unión La Calera retornou à elite chilena em 2011, na gestão de Sergio Jadue. Posteriormente, o cartola assumiu a presidência da Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) e o cargo de segundo vice-presidente da Conmebol.
Envolvido no escândalo do Fifagate por aceitar supostos subornos de empresas relacionadas à transmissão da Libertadores e da Copa América , Jadue foi banido do futebol pela Fifa em 2016. O ex-dirigente confessou sua culpa à justiça americana em 2015, e ainda pagou uma fiança de 1 milhão de dólares.
Vale ressaltar que, na temporada 2016, o Unión La Calera foi novamente rebaixado à segunda divisão chilena - mas apenas por resultados esportivos e sem qualquer relação com o Fifagate. Os cementeros voltaram a disputar a elite em 2018.
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Christian Bragarnik (à esquerda), poderoso nos bastidores do La Calera, e Diego Cocca — Foto: Arquivo pessoal
Atualmente, o clube vive sob forte influência do empresário argentino Christian Bragarnik. Tido como o principal representante de jogadores no futebol sul-americano, ele também é um dos homens-fortes do Defensa y Justicia (ARG). Ainda que não tenha um cargo diretivo no Unión La Calera, Bragarnik é acionista do clube e possui poder nos bastidores, principalmente na montagem do elenco - é "um homem invisível".
Segundo a imprensa chilena, no relatório anual da S/A do clube, em 2018, o empresário chegou a ser descrito por um período (até outubro) como presidente, ao lado de Gustavo Cerioni. O nome deixou de aparecer após uma mudança de estatuto realizada por uma junta extraordinária de acionistas, que modificou o número de integrantes da diretoria.