Na última quarta-feira (13), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que pode transformar a forma como os clubes de futebol e outras agremiações esportivas realizam suas eleições. Idealizado por Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, o projeto de lei 3163/23 propõe a obrigatoriedade da votação à distância, permitindo que associados participem dos pleitos mesmo estando longe das sedes dos clubes.
Uma Proposta Abrangente
A proposta não se limita apenas ao futebol, mas se estende a diversas organizações esportivas. A ideia central é garantir que todos os participantes tenham acesso à votação, independentemente de sua localização. Eduardo Bandeira de Mello, que liderou o Flamengo de 2013 a 2018, enfatizou a importância dessa medida para democratizar as votações. “É muito desagradável você querer participar da eleição no seu clube e não poder, porque não está na sede naquele momento. Queremos garantir que todos os associados, independentemente de onde estejam, possam exercer seu direito de voto com segurança, transparência e igualdade de condições”, afirmou.
Mudanças na Lei Geral do Esporte
Se aprovado pelo Senado, o projeto irá modificar a Lei Geral do Esporte, alterando o termo "admitida" para "assegurada". Essa mudança implica que a votação online deverá ser obrigatoriamente oferecida aos eleitores, um avanço significativo para a inclusão dos torcedores. O deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), relator da proposta, argumentou que a iniciativa confere ainda mais autonomia às organizações esportivas.
Resistências e Desafios
Entretanto, a proposta enfrenta resistência. Alguns políticos expressaram preocupações sobre a falta de estrutura de certas organizações e a competência para definir os parâmetros de votação. A discussão sobre a viabilidade da implementação da votação à distância é intensa, refletindo a diversidade de opiniões sobre o tema.
Exemplo do Flamengo e a Inclusão dos Torcedores
O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) trouxe à tona o exemplo do Flamengo, ressaltando que, com a nova proposta, torcedores do clube que residem no Maranhão poderão participar das eleições presidenciais do Rubro-Negro. Essa possibilidade de inclusão é vista como um passo importante para fortalecer a relação entre os clubes e suas torcidas, permitindo que todos se sintam parte do processo decisório.
Com a aprovação na Câmara, o projeto agora segue para análise do Senado, onde será apreciado para possível inclusão na legislação brasileira. A expectativa é que essa mudança traga um novo horizonte para a participação dos torcedores nas decisões que moldam o futuro de suas equipes.