O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) acolheu um recurso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que torna Bruno Henrique, atacante do Flamengo, réu por estelionato. A decisão foi divulgada na tarde desta terça-feira e implica que o jogador e outros envolvidos no caso podem enfrentar penas que variam de um a cinco anos de prisão.
Desde julho, Bruno Henrique já era réu em um processo relacionado a fraudes esportivas, mas havia sido inicialmente absolvido pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, que argumentou falta de elementos suficientes para a acusação. Contudo, o desembargador Demétrius Gomes, responsável pela nova decisão, afirmou que a comunicação da IBIA (Instituição Brasileira de Apostas) tinha legitimidade para representar as casas de apostas, o que fortalece o caso contra o jogador.
O desembargador também destacou que as empresas prejudicadas manifestaram interesse na punição dos investigados, o que contraria a argumentação de inércia na representação. A fiança de R$ 2 milhões solicitada pelo MPDFT foi negada, pois não há indícios de risco de fuga por parte dos acusados.
No que diz respeito às sanções já aplicadas, Bruno Henrique foi multado em R$ 100 mil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que é o valor máximo permitido. Apesar da nova acusação, o jogador permanece liberado para atuar em campo. O caso envolve alegações de que Bruno Henrique teria agido intencionalmente para receber um cartão em um jogo contra o Santos, beneficiando apostadores.
Durante essa partida, o atleta recebeu duas advertências: uma por agredir um adversário e outra por ofensa ao árbitro após o término do jogo. Após o julgamento, Michel Assef Filho, advogado do jogador, comentou sobre a importância da análise dos fatos, que permitiu distinguir este caso do anterior, conhecido como operação Penalidade Máxima.
A situação de Bruno Henrique gera preocupação e discussões sobre a credibilidade do futebol brasileiro e o impacto das apostas esportivas no esporte. A decisão do TJDFT poderá influenciar não apenas o futuro do jogador, mas também a imagem do Flamengo e do futebol nacional em geral, especialmente em relação à integridade das competições.