Presidente do Flamengo a partir de 2025, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, herdará o projeto de construção do estádio, que andou de maneira decisiva na gestão de Rodolfo Landim, com a compra do terreno do Gasômetro, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Porém, o novo mandatário adota cautela com o que ele chama de "projeto da vida do clube" e não garante que ele esteja pronto até 2029.
Em coletiva concedida hoje, em seu dia de posse na Gávea, Bap disse que ainda não existe um estudo de viabilidade econômica financeira da obra, e será preciso ter bastante cuidado, diferente de outros exemplos que o próprio dirigente usou, como as construções do Morumbi (São Paulo) e da Neo Química Arena (Corinthians).
— Nós não vamos endividar o clube a ponto de que, em algum momento ao longo dessa trajetória, a gente tenha que virar SAF. Vamos buscar o dinheiro dentro de casa, aumentando o faturamento, a margem operacional, isso deve trazer um dinheiro adicional importante. Se isso acontecer em quatro anos, oxalá, façamos em quatro. Se acontecer em cinco, nós vamos fazer em cinco. Se for em seis, nós vamos fazer em seis. Mas nós não vamos nem comprometer a performance esportiva do clube, nem vamos, de alguma maneira, tomar dinheiro de alguém para virar SAF — finalizou o presidente do Flamengo.
— Essa discussão ficou contaminada pelo processo eleitoral. Não existe um estudo de viabilidade econômica financeira desse estádio, até agora. Nós não temos. Ninguém constrói uma casa própria do zero, se você não tiver um estudo desse. Com o Flamengo, não pode ser diferente. Isso é o projeto da vida do clube. De toda a história, o mais importante. Nós vamos fazer o nosso estádio, mas não vai ser a custa de performance esportiva, como aconteceu com o São Paulo (de 1953 a 1970), e não vai ser a custa de endividamento brutal, como o que aconteceu com o Corinthians — disse Bap.
O novo presidente rubro-negro também pontuou que não prejudicará a performance esportiva do time do Flamengo para que o estádio seja concluído mais rápido. Portanto, ele não vê problema se a obra durar até seis. Indo mais longe, Bap rechaçou novamente que o clube se torne uma SAF em algum momento de sua gestão.
— Nós vamos construir um estádio, sim, no ritmo que a geração de caixa e de resultados do Clube de Regata do Flamengo não prejudiquem a performance esportiva do clube. Se você olhar a depreciação do balanço do Flamengo, é de R$ 220 milhões ao ano. Depreciação do Flamengo é jogador. Se você não encher o tanque com R$ 220 milhões por ano, você vai cair com o tempo. Nós vamos continuar com esse nível de performance esportiva — garantiu Bap.