De volta à realidade do futebol brasileiro após o Mundial de Clubes , o Flamengo tenta colocar um fim às polêmicas que tomaram conta dos bastidores do clube nos últimos dias. Uma delas pela contratação frustrada do atacante Mikey Johnston, do West Bromwich, da Inglaterra.

A direção tinha acordo encaminhado e já trabalhava para receber o jogador do Rio de Janeiro. Mas o acordo melou após o departamento médico do clube dar “luz amarela”.

Segundo apuração da reportagem, o histórico de cirurgias e lesões de Johnston fez a sua contratação ser “muito debatida” internamente no Flamengo, principalmente pelo temor do irlandês não conseguir ter uma sequência caso fosse contratado.

Em entrevista à Flamengo TV, o presidente do clube, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, detalhou a situação.

“As pessoas falam: ‘Mas como é que a avaliação médica detona ou acaba com a contratação’? Você está avaliando 40 atletas, mas não faz a avaliação médica de 40. É um funil. Se fosse um campeonato, você só ia fazer isso na semifinal. Quando é que ia fazer o exame médico? Só nos finalmente que você olha essa parte, não faz sentido ficar avaliando jogadores numa quantidade enorme. O processo é desenhado dessa maneira. Eu não sou médico, não entendo de medicina esportiva, apesar de poder dar palpite. Quando você pergunta a alguém que é profissional, ele não vai responder tecnicamente se o jogador é bom ou ruim. Se o cara está apto a jogar no 4-3-3, no 3-5-2, se é um jogador combativo. Não é essa a praia dele. O que ele vai dizer é o seguinte: ‘Olha, esse atleta está íntegro do ponto de vista físico, ele não tinha problema físico nos últimos três anos’.

“O relatório médico no clube de lá diz que ele (Mikey) está apto para jogar 1.800 minutos ao ano. Quanto já jogou esse ano? 900. Então eu vou trazer um jogador para jogar 900 minutos quando eu ainda tenho que jogar 4 mil? São escolhas que você tem que fazer. Não é contra o atleta, é a favor do Flamengo”.

“Ele pode ser ótimo atleta, ótimo profissional, mas para as necessidades do Flamengo, neste momento, na minha opinião, não era o ideal. Esse é o meu trabalho, isso é ser profissional, independentemente da opinião de outras pessoas. A gente escuta o pessoal do scout, o Filipe Luís, o Boto, o departamento médico. A única certeza que tenho é a seguinte: esse processo é mais longo, é mais penoso, mas ele traz muito mais certeza e acuracidade no final das coisas. E benefício ao longo prazo”.

“Alguém tem que chegar no final das contas e tomar a decisão. ‘Ah, o presidente interfere’. É claro que o presidente interfere, mas é colocado de uma forma...Quem sou eu para dizer para um cara de scout que o jogador A é melhor que o B? Não é o meu papel. Agora, o meu papel é pegar quem fez a avaliação e dizer: ‘Mas que princípio você usou para avaliar esse cara? Você está dizendo que ele é ótimo. Ótimo por quê’?".

“Tem o caso de um zagueiro que a gente avaliou no início do ano, de seleção brasileira. E o pessoal do scout estava animadíssimo, inclusive eu, mas o scout falou: ‘zagueiro lento, só vai jogar em time que joga com linha baixa. O Flamengo joga linha alta, vai ser um desespero porque ele não é veloz, não vai ter como se recuperar’. E aí ele mostra cinco ou seis vídeos dessa situação que está dizendo, que enfrentou no time dele e que são a realidade da linha do Flamengo. Você fala: ‘Pelo amor de Deus, não vai aguentar, vai ser bola nas costas do cara o tempo inteiro’. Significa dizer que ele é mau jogador? Não, só não é adequado para o tipo de jogo do Flamengo”.

Segundo apurou a ESPN , o Flamengo quer de três a quatro reforços, visando principalmente o setor de meio-campo, que sofreu duras baixas recentemente. Além da saída de Gerson para o Zenit, da Rússia, o clube perdeu Pulgar, por lesão.

O chileno operou o quinto metatarso do pé direito no Chile e deverá ser desfalque no time de Filipe Luís pelos próximos meses.

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