Arte, ritmo e organização. A impecável tarde do Flamengo no Maracanã

A diferença de estágio entre as equipes é gritante, e apareceu sobretudo quando o Flamengo atacava o Timão. Já consegue produzir se for bem marcado. Sem a oposição competitiva do adversário então, cria uma grande quantidade de jogadas plásticas e constrange o rival de forma única atualmente no futebol brasileiro. O resultado ficou barato para os visitantes.

Escalações

Filipe Luís escalou Pedro como titular pela primeira vez desde que ele voltou da grave lesão no joelho. Everton Cebolinha também iniciou a partida pelo lado esquerdo do ataque. Alex Sandro seguiu como desfalque. Ayrton Lucas foi mantido na equipe.

Já o interino Orlando Ribeiro barrou Félix Torres e promoveu a entrada de André Ramalho na zaga. O restante do time não teve mexidas, mas o lado de atuação de Romero foi trocado. Ao invés do lado direito, começou pela esquerda. Isso fez com que Carrillo marcasse a frente de Matheuzinho pelo lado direito. Breno Bidon se alinhava a Raniele no momento defensivo.

O jogo

O segundo melhor público do Flamengo como mandante em 2025 foi brindado com um 1º tempo de gala. O rubro-negro simplesmente atropelou o atônito e exposto Corinthians. Construiu a vantagem de três gols antes do intervalo, mas poderia ter descido ao vestiário com uma inquestionável goleada parcial. Os paulistas não conseguiram oferecer a menor resistência defensiva.

O ritmo dos donos da casa ficou nítido logo de cara. Com quatro minutos de jogo já haviam pulado na frente no placar. Cebolinha, que não marcava desde meados de fevereiro, justificou a sua escalação como titular com um lindo chute no canto esquerdo de Hugo. Vale ir além da bela finalização do atacante. Desde a valorização da posse de Léo Ortiz, mesmo apertado, a intensidade de Wesley ganhando uma dividida, a visão de Arrascaeta e a ultrapassagem de Ayrton Lucas.

Este Flamengo é isso! Coletividade em alto nível a serviço da maior oferta de qualidade técnica do continente. Quando há o encaixe da estratégia e os jogadores estão inspirados, é muito difícil de competir contra. Principalmente se do outro lado houver uma equipe frágil defensivamente.

O Corinthians observou o Mais Querido dar um show diante de sua torcida. Raniele e Breno Bidon não foram combativos na frente da área. Carrillo e Romero estiveram desligados no auxílio a Matheuzinho e Angileri. Memphis Depay e Yuri Alberto pouco participaram do momento defensivo, não contribuíram na compactação central do time. Léo Ortiz, Léo Pereira e Erick Pulgar desfilaram no gramado.

O Timão até conseguiu uma trégua do sufoco entre os 15' e os 25'. Trocou passes no campo de ataque. Conseguiu fazer com que Breno Bidon tivesse alguma influência no jogo ao se aproximar de Angileri, Memphis Depay e Romero. Carrillo assustou Rossi em linda finalização após cruzamento do lateral-esquerdo argentino, mas os paulistas não sustentaram esse momento.

Sem nenhuma pressão na bola, acomapanharam novos avanços do Flamengo, que construiu ótimas tramas pela faixa central. Em uma delas, Pedro aparou o passe vertical de Pulgar, e Arrascaeta marcou o quinto dele neste Brasileirão. Na sequência, em outro ponto positivo do rubro-negro, a marcação adiantada e coordenada no ataque, Pedro recebeu um presente de Hugo Souza e ampliou.

O centroavante do Flamengo ainda poderia ter feito um gol de placa, mas foi impedido pelo arqueiro corintiano. Além da fluência em fase ofensiva, da conexão entre os jogadores e as boas subidas de marcação, o rubro-negro esteve praticamente impecável nas pressões pós-perda. Inibiu contragolpes do Corinthians, controlou bolas ''espirradas'' e pouco precisou correr para trás.

Memphis saiu lesionado ainda na 1ª etapa e Igor Coronado entrou. Orlando Ribeiro não mexeu no intervalo. O controle seguiu nos pés do Flamengo, que chegou perto de ampliar duas vezes antes dos 15 minutos. O travessão impediu um lindo gol de Arrascaeta. Hugo defendeu a forte finalização de De la Cruz após tabelas do uruguaio com Arrascaeta e Pedro.

O time carioca não negociou o ritmo de sua atuação. Manteve-se marcando no campo de ataque, roubando bolas, retomando rapidamente quando era desarmado, circulando a pelota com desenvoltura, movendo-se com intensidade. Seria premiado com o quarto gol aos 33 minutos. Pedro converteu o pênalti sofrido por Arrascaeta.