Ele é chamado de Cafu pelos companheiros, mas não é lateral-direito e nem ganhou o apelido em referência ao capitão da Seleção Brasileira no pentacampeonato mundial de 2002. O ponta direita Otacílio Brito Alves tem apenas 19 anos, mas já teve de escolher entre o Fla e o Flu, e surge agora como uma das promessas do Rubro-Negro na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
O jogador vem se destacando na Copinha de 2016, principalmente nas assistências precisas para os companheiros marcarem. No último jogo, contra o RB Brasil, pela terceira fase, deu um belo passe para o gol de Matheus Sávio
(veja as assistências nos vídeos abaixo).



De origem humilde, Cafu mantém distância da agitação e gosta de se dedicar à família, principalmente ao filho. Nos gramados, mostra um estilo abusado e carrega o nome de um jogador que teve uma carreira marcante no futebol do Rio de Janeiro na década de 70.
– Na escolinha, onde jogava em Niterói, o nome Otacílio era meio difícil para se comunicar no campo. Começaram a falar do Cafuringa, que eu não cheguei a conhecer. Mas Cafuringa também era muito difícil e acabou ficando Cafu – falou, explicando a origem do apelido em homenagem ao ex-ponta direita que atuou por clubes como Fluminense e Atlético-MG e morreu em 1991, cinco anos antes do nascimento da promessa flamenguista.

superação na infância

Cafu tem apenas 19 anos, mas já é o responsável por uma história de superação que começou ainda na infância. Morador de uma comunidade carente em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, o jovem chegou ao Flamengo com apenas 9 anos e pensou em desistir do futebol por conta das dificuldades.
– Pensei em desistir em alguns momentos. Minha mãe não tinha mais condições de me levar para os treinos, para os jogos. Tinha de dar jeito, pedir carona, pedir dinheiro para minha avó, meu avô. Foi muito difícil chegar até aqui. Agradeço muito a todos da minha família.
pai jovem
Superado o momento mais difícil, o ponta direita do time sub-20 do Rubro-Negro já convive com a responsabilidade de ser pai. E não é de hoje. O primeiro filho nasceu quando Cafu tinha 17 anos. Agora ele espera a chegada da filha. Mas isso não é problema para o menino que é avesso à badalação do mundo do futebol.
– Sou bem tranquilo. Com 17 anos eu fui pai. Meu filho tem dois anos e minha esposa está grávida de novo. Está vindo uma filha. Trabalho, treino, fico em casa o tempo todo. Sou bem ligado aos meus pais, meus irmãos.
sonho do profissional

Assim como todo jogador que busca o espaço no futebol, Cafu sonha em vestir a camisa do time principal do Flamengo, hoje comandado por Muricy Ramalho. E a vontade é ainda maior para alguém que sempre torceu pelo Rubro-Negro.
– Sou flamenguista desde pequeno. Teve até um momento engraçado, porque quando fui chamado para o Flamengo, fui chamado para o Fluminense também. Meu tio ficou me perguntando "vai para onde?", e eu disse que ia defender meu time de coração. Meu sonho é chegar ao profissional do Flamengo, jogar, fazer a alegria da torcida.