Ao seu estilo, Flamengo 'aparece' na Libertadores 2025

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O Flamengo entrou em campo disposto a deixar para trás o desempenho ruim das quatro primeiras rodadas da Libertadores. Dominou completamente a frágil a LDU Quito no Maracanã e construiu um soberano 2x0. O placar poderia ter sido maior caso algumas decisões fossem mais bem tomadas perto da área. Desta forma transformaria o imenso volume em mais chances reais.

O resultado foi suficiente para assumir a segunda posição através do saldo de gols. Uma vitória simples em casa sobre o Deportivo Táchira, time mais fraco do grupo, é o bastante para carimbar a classificação sem depender de outro resultado. Se combinado a isso, a LDU vencer o Central Córdoba, em Quito, na última rodada, o rubro-negro tem tudo para terminar na liderança da chave.

Escalações

Filipe Luís não teve Pulgar e Allan. Recuou Gérson para formar dupla de volantes com De la Cruz. Luiz Araújo entrou na ponta-direita. Optou por deixar Pedro e Everton Cebolinha no banco. Bruno Henrique e Michael iniciaram o jogo. Pablo Sanchez não teve Bryan Ramirez, escalou Alvarado. Montou uma linha de cinco atrás com o recuo do volante Minda para a defesa.

Como Flamengo e LDU Quito iniciaram o duelo válido pela 5ª rodada do Grupo C da Libertadores 2025 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

A maior percepção ao término do 1º tempo em um Maracanã lotado foi: o Flamengo enfim estreou na Libertadores 2025. Foram 47 minutos de extrema superioridade sobre a LDU, que mal passou do meio-campo, finalizou apenas uma vez - contra 13 do rubro-negro -, e só pisou na área contrária em uma ocasião. O time equatoriano foi bomberdado em grande parte da etapa inicial. O 1x0 ficou barato.

Léo Ortiz abriu o placar em cabeçada certeira no canto esquerdo de Valle, concluindo um escanteio muito bem cobrado por Luiz Araújo. Dois dos melhores do Flamengo até o intervalo. A LDU abandonou a ideia de ter cinco homens na linha de defesa logo depois de sair atrás no placar. Minda foi para a sua posição de origem. Isso garantiu uma frente de área mais protegida, mas os cariocas criaram.

O Flamengo terminava a maioria das suas jogadas pelo lado esquerdo. Michael era o homem que ficava bem aberto e desequilibrava em duelos contra De la Cruz. Dava ritmo e profundidade, mas errava algumas decisões na hora de servir os companheiros ou finalizar. Alex Sandro oferecia suporte por dentro. Arrascaeta, um pouco abaixo de seu normal, também encostava no setor.

É necessário destacar o excelente trabalho de circulação de bola comandado por Gérson e De la Cruz. Deram velocidade ao jogo, acertaram muito mais do que erraram, saíram de pressões em ótimas conduções. Wesley e Luiz Araújo faziam a dobradinha pela direita. O primeiro avançando mais aberto, e o segundo trabalhando do setor para o meio.

Michael em ação durante Flamengo x LDU — Foto: André Durão

As retomadas de bola no campo de ataque também estiveram afiadas no time da Gávea. Léo Ortiz e Léo Pereira compactaram a equipe e inibiram contragolpes. Houve muita aplicação de todos os atletas para que a imposição fosse cada vez maior. Faltou um pouco mais de precisão na hora de terminar os ataques. O Flamengo teve muito volume, mas o número de chances reais precisava ser maior.

Bruno Henrique pressionou, se mexeu, lutou, mas fica desconfortável como centroavante. Não faz os movimentos naturais de um homem da função. Vai melhor quando é um elemento de chegada na área, e não alguém que já está lá. A LDU só levou relativo perigo em um lance. Basicamente na única vez em que superaram uma pressão alta do Flamengo, Gruezo bateu por cima da meta.

Mesmo com um pouco menos de intensidade, o domínio rubro-negro se manteve, e bastou uma decisão mais inteligente perto da área para o segundo gol sair. Alex Sandro fez grande jogada pela esquerda, invadiu a área e cruzou na medida para Bruno Henrique. Adé salvou, mas Luiz Araújo não perdoou na sequência.

Luiz Araújo comemoração gol Flamengo x LDU — Foto: André Durão

O Flamengo caiu de produção logo depois. O ritmo que imprimiu ao longo de 60 minutos cobrou o seu preço. A equipe deixou de se mover da mesma forma e consequentemente gerar as linhas de passe que empurravam o adversário sempre contra a própria área. A LDU aumentou o tempo de posse de bola e rondou a meta rival com certo perigo. Nenhuma chance real, no entanto, foi criada.

Filipe Luís já havia colocado Pedro e Everton Cebolinha pouco depois do gol de Luiz Araújo. Bruno Henrique e Michael saíram. Eles acabaram prejudicados pela queda ofensiva do time. O treinador rubro-negro demorou a mexer novamente. Pôs Wallace Yan e Evertton Araújo para rejuvenescer a equipe depois dos 35'. Arrascaeta e De la Cruz saíram. Não foi o suficiente para voltar a criar.

Já nos acréscimos, Mateus Gonçalves entrou na vaga de Luiz Araújo, o melhor em campo. A queda de produção nos últimos 30 minutos de jogo não foi o bastante para minimizar o domínio e o controle dos cariocas, que encaminharam uma situação mais tranquila para a última rodada.

Fonte: Globo Esporte