Análise: Flamengo não acha soluções para ausências de Arrascaeta e Bruno Henrique e sofre com queda de rendimento

Acostumado a definir sua classificação nos primeiros confrontos disputados até aqui nesta Copa do Brasil, o Flamengo desta vez vai para a segunda partida numa situação diferente. O empate em 2 a 2 com o Athletico pode ser considerado lucro. Com uma atuação ruim, principalmente pela falta de qualidade na produção ofensiva, o time carioca ainda assim conseguiu levar a decisão da vaga para o Maracanã. Graças a um gol de pênalti no último minuto, evitou uma derrota que já parecia certa.

— A gente queria sair com a vitória, mas jogamos contra um time qualificado como o Athletico, dentro da casa deles e com esse gramado (sintético). Eles fizeram um bom jogo, e a gente também — comentou Pedro, autor do gol salvador.

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A partida que definirá um dos finalistas será na próxima quarta. Antes disso, um Fla-Flu no sábado, no Maracanã, pelo Brasileiro.

O jogo em Curitiba deixou claro o quanto o Flamengo sente a falta de dois jogadores em especial: Arrascaeta e Bruno Henrique. Mais ainda. Expôs como Renato Gaúcho vem se equivocando na busca pelas soluções. O Athletico teve méritos na marcação da saída de bola do rival. Mas o time carioca também deixou a desejar do meio-campo para a frente.

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Sem o uruguaio, que se recupera de uma lesão na coxa direita, Renato tem escolhido Andreas Pereira para dividir com Everton Ribeiro a criação. Só que o belga, apesar da qualidade no passe e na bola parada, não se destaca jogando tão à frente. E a impressão é de que a cada partida ele atua mais adiantado. Ontem, apesar de ter cobrado a falta que iniciou a jogada do gol de Thiago Maia, foi muito bem marcado pelos atleticanos.

Para completar, Everton Ribeiro não esteve em boa noite. Embora tenha mais uma vez sido muito importante na marcação, com a bola nos pés o camisa 7 não teve inspiração e errou demais.

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Michael foi o único desafogo da equipe, que conseguiu avançar mais pela esquerda. Só que, apesar de sua velocidade e enorme facilidade para driblar e abrir espaços, o atacante mais uma vez esbarrou na sua já conhecida limitação na hora de fazer escolhas.

Além disso, Michael não consegue se entender com Gabigol como Bruno Henrique. O camisa 9 tem por hábito sair muito da área. Enquanto sua tradicional dupla de ataque sabe ocupar este vazio deixado por ele, a atual acaba não tendo a mesma presença lá na frente, o que deixa o Flamengo sem uma referência.

Para piorar o cenário, o time voltou a apresentar uma fragilidade na bola área defensiva que vinha sendo menos frequente desde a chegada de Renato Gaúcho. Foi assim que saíram os dois gols do Athletico. Ambos marcados por jogadores que subiram sozinhos na frente de Leo Pereira. O primeiro, de Pedro Henrique, aos 2 da etapa final. O segundo, de Renato Kayzer, aos 25.

Apesar de todos estes problemas, o Flamengo ainda teve a oportunidade de se redimir no último minuto.  Em momento em que o time já tentava buscar o empate apenas na base do abafa e das bolas levantadas na área, Lucas Fasson acertou o braço no rosto do zagueiro Rodrigo Caio. O VAR precisou ser acionado para a marcação do pênalti. Pedro foi para a bola e marcou o gol de empate, que mantém a vaga da decisão em aberto para a volta.

Fonte: O Globo