Análise: Flamengo é eficiente, objetivo e tem força mental para se manter na liderança do Brasileirão

A eficiência e a objetividade transformaram o Flamengo em letal contra o Atlético-MG, na noite da última quarta-feira. O placar terminou em 4 a 2, mas o desempenho rubro-negro justificaria até uma diferença maior de gols. Não teve goleada, mas teve um tabu quebrado: foi a primeira vez que o Flamengo marcou quatro gols contra o Galo em Belo Horizonte neste século (na história, tinha conseguido uma vez pelo mesmo placar no Mineirão pelo Brasileirão de 1997).

O resultado deu ao Rubro-Negro mais uma rodada na liderança do Brasileirão sem a possibilidade de ser alcançado. E é assim que o Flamengo caminha para a reta final do período de Copa América enquanto aguarda o retorno dos convocados: líder e com novas possibilidades no elenco, que se provou diante das adversidades.

Os primeiros minutos não foram de convencimento para a torcida do Flamengo , que viu o Atlético-MG fazer valer o fator casa e pressionar. Mas isso só durou alguns minutos mesmo. Aos 13, o Rubro-Negro usou a arma da bola parada a seu favor. Luiz Araújo cobrou uma falta perfeita na área, Bruno Henrique chegou por trás da marcação para abrir o placar. 1 a 0 , em um momento que o adversário tentava se sobressair.

Bruno Henrique comemora gol do Flamengo contra o Atlético-MG — Foto: Gilson Lobo/AGIF

A partir do gol, o Flamengo ficou mais leve, começou a entender o jogo e iniciou o controle da partida. O gol parecia questão de tempo. E foi. Aos 24, o time trabalhou a bola praticamente de pé em pé por menos de 40 segundos até Carlinhos marcar o segundo gol. (veja o vídeo abaixo)

A jogada começou com uma roubada de bola de Ayrton Lucas ainda no campo de defesa. Rossi, Allan, David Luiz, Fabrício Bruno e Léo Ortiz trocaram passes. O zagueiro, improvisado de volante, tocou para Gerson receber já no campo de ataque. Luiz Araújo recebeu e deu lindo passe para Wesley. Lateral avançou, invadiu a área e chutou na trave. O camisa 22 aproveitou rebote e marcou. 2 a 0.

Assim, o Flamengo passou a ser dominante e consistente. O encaixe na marcação dificultou a criação de jogadas do Atlético, que terminou o primeiro tempo sem uma finalização no alvo mesmo tendo maior posse de bola. Carlinhos, por pouco, não fez o terceiro já no fim do primeiro tempo.

Diferente de outros jogos, a vantagem não fez o Flamengo iniciar a segunda etapa em uma rotação mais baixa. Pelo contrário, o Rubro-Negro começou intenso. O mental parecia forte. Não à toa, Ayrton Lucas marcou logo aos cinco minutos. Lateral fez linda jogada, driblou a marcação, invadiu a área e bateu cruzado para marcar o seu 12º gol pelo clube.

3 a 0. Mas a expectativa de uma goleada rubro-negra foi quebrada já nos minutos seguintes. O Atlético conseguiu se encontrar um pouco e Vargas, que foi acionado no intervalo, sofreu um pênalti ao ser derrubado por Allan, aos nove minutos. Em cobrança forte, Hulk colocou a bola no fundo da rede sem chance para Rossi. 3 a 1.

O time da casa até tentou responder, mas o Flamengo encaixou novamente a marcação e retomou o controle da partida. Em uma das primeiras participações de Pedro, o camisa 9 deu um lindo passe para Bruno Henrique marcar. O camisa 27 recebeu praticamente livre, invadiu a área e chutou para o gol tirando do goleiro. 4 a 1. E novamente a sensação de que mais um gol rubro-negro sairia a qualquer momento. (veja o vídeo abaixo)

Carlinhos comemora gol do Flamengo contra Atlético-MG — Foto: Gilson Lobo/AGIF

O gol não saiu, mas o Flamengo administrou a partida e desfrutou do controle. Tite aproveitou o placar para mexer na equipe para descansar Gerson e Léo Ortiz e dar ritmo a Pulgar, que retornou da Copa América, e dar mais uma oportunidade aos meninos Victor Hugo e Lorran que começaram no banco. O Rubro-Negro teve pelo menos uma chance com o chileno, que chutou para fora, e outra com Lorran após tabela com Victor Hugo.

No apagar das luzes, quando o Flamengo já tinha se conscientizado vencedor, o Atlético marcou mais uma vez com Hulk. Aos 44, uma jogada rápida do time da casa em um momento que o Rubro-Negro se distraiu rapidamente. 4 a 2. E mais três pontos para Tite, que soma 76% de aproveitamento durante o período da Copa América mesmo cheios de desfalques.

Tite em Atlético-MG x Flamengo, pelo Brasileirão — Foto: Gilson Lobo/AGIF

O Flamengo somou 16 dos 21 pontos jogando sem os convocados e assumiu a ponta do Brasileirão justamente neste recorte: cinco vitórias, um empate e uma derrota. Além disso, o time se mostra como o melhor ataque da competição com 26 gols marcados.

O período, que se desenhava como o maior empecilho na disputa do título, está chegando ao fim, e o Flamengo sairá com o saldo positivo não só na tabela como também nas possibilidades e nos aprendizados encontrados pela comissão técnica: recuperação de Wesley, Léo Ortiz como volante, Léo Pereira como lateral, reencontro da boa fase de David Luiz e, claro, a responsabilidade de Gerson.

Monitorando o fim da Copa América para dar fôlego ao elenco, o Flamengo tem apenas mais dois jogos com os desfalques dos convocados e terá o Maracanã a seu favor: Cuiabá, no sábado, e Fortaleza, na quinta. A partida contra o Internacional ainda não tem data marcada.

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Fonte: Globo Esporte