Afavinu protesta após Justiça absolver réus do incêndio no Ninho do Urubu

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os sete réus envolvidos no incêndio que resultou na morte de dez jovens no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019. A decisão foi proferida pela 36ª Vara Criminal e gerou reações imediatas, especialmente da Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu).

Reação da Afavinu

Em nota oficial, a Afavinu expressou um “profundo e irrevogável protesto” contra a decisão. A associação argumentou que a Justiça deve ter uma função pedagógica, além da aplicação da lei em casos individuais. "Entendemos que o papel da Justiça não se limita à aplicação da lei em casos individuais, mas exerce uma função pedagógica essencial na prevenção de novos episódios semelhantes", destacou a nota.

A associação também manifestou preocupação com a sensação de impunidade gerada pela absolvição dos réus, que inclui diretores e engenheiros responsáveis pela estrutura do alojamento. A Afavinu ressaltou que essa decisão fragiliza a segurança de jovens atletas nas instituições esportivas: "A vida dos nossos filhos tem um valor irreparável e em memória aos 10 garotos inocentes lutaremos, até o fim, por uma Justiça efetiva e capaz de inibir novos delitos."

Contexto do incêndio

O incêndio no Ninho do Urubu ocorreu no dia 8 de fevereiro de 2019 e afetou 26 atletas da base do Flamengo. O caso gerou uma série de investigações, e mais de 40 testemunhas foram ouvidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A decisão de absolvição dos réus é de primeira instância, e cabe recurso.

Continuidade da luta por justiça

A Afavinu afirmou que continuará buscando justiça e medidas de proteção para garantir a segurança nas entidades esportivas. A associação se comprometeu a lutar para que tragédias como a do Ninho do Urubu não se repitam, ressaltando a importância de garantir um ambiente seguro para os jovens atletas.

A repercussão dessa decisão judicial promete trazer novos desdobramentos, tanto na esfera legal quanto na percepção pública sobre a segurança no esporte e a responsabilidade das instituições em proteger seus atletas. O Flamengo não se manifestou sobre a decisão até o fechamento desta matéria.