A Supercopa dos camisas 10: Savarino e Arrascaeta 'regem' Botafogo e Flamengo na disputa da 1ª taça do ano

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Belém testemunhará neste domingo, a partir das 16h, não apenas a primeira grande partida do futebol brasileiro na temporada, quando Botafogo e Flamengo se enfrentarem pela Supercopa do Brasil, como também um embate entre dois dos mais importantes camisas 10 da atualidade. Conhecidamente decisivos, Savarino e Arrascaeta iniciam 2025 assumindo as rédeas como principais referências de seus elencos — e termômetros de boas atuações e títulos recentes.

O duelo cerebral envolve dois jogadores que até podem passar alguns minutos despercebidos em campo, mas logo surgem com um passe diferente ou uma pisada inesperada na área. As trajetórias são diferentes no alvinegro e no rubro-negro, mas há semelhanças no comportamento dentro das quatro linhas e boas chances de que o eventual título da Supercopa passe pelos seus pés.

A mística botafoguense conta que a camisa 7 é a mais importante do elenco, mas o jogador que levou a 10 às costas foi a principal estrela da histórica temporada de 2024. É verdade que Luiz Henrique e Thiago Almada carregaram mais expectativas da torcida e atraíram mais holofotes. Assim como Júnior Santos acabou o ano como artilheiro (20 gols). Mas foi Savarino quem liderou o time em participações: 26, com 14 bolas na rede e 12 passes para gol.

Trata-se de uma estrela de brilho constante e que foi uma das razões para o Botafogo ter sido campeão brasileiro e estar na Supercopa. Ele assumiu o posto de protagonista na reta final do título nacional, com gols diante de Internacional e São Paulo nas últimas rodadas.

As saídas de Luiz Henrique e Almada eram pedras cantadas, e o venezuelano de 28 anos vira agora o centro das atenções. Após chegar ao Botafogo como um jogador que caía pela esquerda, característica que o fez se destacar no Atlético-MG e no Real Salt Lake (EUA), virou um regente ao flutuar por todos os setores, vendo as jogadas de frente.

O Botafogo fez questão de blindar Savarino após perder diversos protagonistas nesta janela. E viu o venezuelano reforçar seu valor na única exibição da equipe principal em 2025: a vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense na quarta-feira. Primeiro, o camisa 10 apareceu duas vezes em bom posicionamento para finalizar. Depois, serviu Rafael Lobato com enfiada precisa que terminou no gol de Igor Jesus. Por fim, teve personalidade para deslocar Fábio com categoria no pênalti decisivo.

— O mais importante do time é a responsabilidade que todos têm. São oito dias treinando, mas com muita responsabilidade para este jogo e para Supercopa — disse Savarino na quarta-feira.

A 'benção' de Zico para Arrascaeta

Do lado rubro-negro, Arrascaeta responde pelo posto de regente desde 2019. Mas ele iniciou sua sétima temporada pelo clube com uma responsabilidade também exposta na numeração: assumindo a camisa 10 de Zico, que lhe deu a bênção definitiva antes da vitória por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, na quinta-feira, no Maracanã.

Sem a presença de Gabigol, o uruguaio passa a ser o grande nome do rubro-negro, algo que parece nunca ter sido problema para um jogador tão frio quanto produtivo. Em cinco dos seis anos de Flamengo (a exceção foi 2021), Arrasca conseguiu duplo-duplos — termo popular na NBA e que, no futebol, pode ser usado para se referir a números de dois dígitos tanto em gols quanto em assistências. Até mesmo em uma temporada menos incisiva, como foi a última, apareceu nos momentos certos para decidir, a exemplo do gol na final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG.

A única incógnita constante em torno do jogador de 30 anos tem sido sua parte física. Não é segredo que ele sofreu com diferentes problemas ao longo de sua passagem e muitas vezes atuou no sacrifício. Tanto que passou por artroscopia no joelho direito logo após o título nacional, em novembro. Porém, garantiu chegar a 2025 livre das lesões e com o objetivo de atuar firme durante a temporada toda.

— Fiz um esforço no fim do ano, jogando alguns jogos no limite. As férias foram importantes para trabalhar a parte da força — comentou Arrascaeta durante a pré-temporada realizada nos EUA. — A gente convive com lesões, que não afetam só a parte física, mas a mente. Estressam os jogadores. Estou me sentindo bem e espero que seja uma temporada livre de lesões, não só para mim, mas para o time.

Arrascaeta nada deve à torcida do Flamengo após entregar quase todos os títulos possíveis. E, com 13 taças ao todo, é um dos maiores vencedores da história do clube. Mesmo assim, ainda parece ter caminho para apresentar a melhor versão em campo. Tal qual Savarino, se antes o uruguaio caía muito pelo lado esquerdo, agora vem jogando cada vez mais centralizado com o técnico Filipe Luís, e terá a Supercopa do Brasil como primeiro jogo da nova fase.

Artur e Danilo podem estrear

O clássico em Belém pode ser marcado por estreias. Em ambos os lados, dos principais reforços até o momento. Botafogo e Flamengo conseguiram inscrever, respectivamente, o atacante Artur e o zagueiro Danilo a tempo para a Supercopa do Brasil. A dúvida é se já começarão como titulares ou se, dado o pouco tempo treinando com os times, começarão no banco.

Artur é o que está mais perto das condições para iniciar como titular. Embora não jogue desde dezembro, devido à pausa de inverno na Rússia, o atacante tirou férias e fez a intertemporada normalmente com o Zenit. Já Danilo foi afastado da Juventus, da Itália, na virada do ano.

Fonte: Extra