Em 2025, Arrascaeta será o novo dono da camisa 10 do Flamengo, imortalizada por Zico nas décadas de 1970 e 1980. E o maior jogador da história rubro-negra está de acordo com a mudança anunciada pelo clube ao fim desta temporada.
Após a realização da 20ª edição de seu Jogo das Estrelas, no Maracanã, o Galinho de Quintino "deu a bênção" ao meia uruguaio, reconhecendo sua qualidade e o fato de que ele está numa fase da carreira na qual atua cada vez mais centralizado e regendo a equipe.
— O Arrascaeta pode jogar com qualquer camisa. Pelo que ele já fez, e o que está fazendo. Jogador excepcional, uma qualidade fantástica. Quem cria as melhores jogadas para o time. E tomara que seja feliz. É agora que ele está jogando mais naquela posição de 10 — comentou Zico. — Antes (2019), jogava um pouquinho aberto, e o Flamengo jogava praticamente sem um 10. Era ele puxando e armando por um lado, o Everton Ribeiro pelo outro, lá na frente o Bruno Henrique com o Gabigol. E o Arão e o Gerson atrás. Depois que veio o Dorival (2022), ele ficou mais ali naquele meio, porque o João Gomes já atuou mais pelo lado esquerdo. Então é um 10.
Mesmo em um ano marcado por lesões, Arrascaeta atuou em 43 jogos e conseguiu um duplo-duplo, com dez gols e dez assistências. Mantendo o faro decisivo, marcou um gol no jogo de ida da final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG. Zico vê poucos jogadores iguais a ele no futebol brasileiro.
— Eu te diria que tem o Alan Patrick (Internacional), o Eduardo (de saída do Botafogo). O Ganso já não está chegando tanto na área, é um construtor que joga mais pelos cantos. Tem o Garro (Corinthians), que você vê que joga nessa posição, o Payet (Vasco) — apontou o ídolo rubro-negro. — Hoje, os esquemas táticos prevalecem mais do que a capacidade do jogador. Naquela época (quando ele jogada), não. "Esse aqui é o cara e bota ele para decidir". É igual aquele cara do basquete, que, na última bola, você sabe quem vai fazer a cesta.
Antes de responder a pergunta, porém, não faltou bom humor de Zico. Lembrando o fato de que o dono da camisa muda constantemente — o último foi Gabigol —, diz estar acostumado a dar bênçãos no clube.
— Respondo essa pergunto todo ano. Todo ano muda. Fiquei 20 anos com ela — brincou Zico.